Bloody Crown

Capítulo 1

A noite cai sobre o vilarejo. O ar cheira a fogueira e cervejas derramadas.

Ao longe, Taehyung visualiza a fachada simples, mas tão bem conhecida por si. A madeira desgastada e janelas estreitas cobertas por cortinas de tecido barato indicavam pouca preocupação com a aparência exterior, enquanto a única luz naquele beco apertado provinha das chamas trêmulas de velas e tochas presas às paredes de pedra áspera. As chamas dançam vivas, projetando um espetáculo de sombras longas e distorcidas que se movem de forma sinuosa ao longo das paredes, como fantasmas inquietos. A luz amarelada das velas pisca e treme a cada leve brisa que entra pelas frestas das janelas. Já dentro, o som abafado de risadas, conversas grosseiras e o tilintar de copos se misturam junto ao cheiro pesado de vinho, suor e perfume barato que inundam o salão. As sombras das pessoas que conversam e riem ao redor das mesas se alongam e se encurtam, como um espetáculo. O fogo nas tochas parece pulsar com vida própria, crescendo e diminuindo em um ritmo hipnótico à medida que as mulheres do prostíbulo circulam pelo salão, suas silhuetas se misturando às sombras dançantes, iluminado seus sorrisos sedutores e olhos brilhantes como joias à luz. Elas dançam e riem com os clientes, alguns bêbados, outros sussurrando propostas indecentes.

Envolto em um manto escuro, Taehyung se move discretamente pelos cantos do salão, tentando passar despercebido. Com ansiedade contida, seus olhos percorrem o espaço em busca de uma figura familiar, e um suspiro involuntário e aliviado escapa-lhe dos lábios ao encontrá-la.

Liana está de pé perto da lareira, sorrindo para alguns clientes, seus olhos brilhando com uma confiança calculada. Ao vê-lo, uma sombra de um sorriso quase imperceptível adorna-lhe a face, e ela caminha lentamente até ele, movendo-se com a graça de alguém que sabe exatamente como se misturar às sombras e à atenção ao mesmo tempo. Ao aproximar-se de si, ela toca-lhe suavemente o braço, um sorriso convidativo enfeitando-lhe os lábios. Seu gesto é uma encenação perfeita, suas palavras são em um sussurro suave, como uma amante prestes a se entregar.

- Ele já está a caminho. Não há de se preocupar.

Taehyung a encara por um momento, seu semblante suavizando a medida que era conduzido para um dos quartos. O vestido de seda desliza pelo chão, enquanto Liana lança olhares dissimulados ao redor, garantindo que ninguém suspeita-se de suas verdadeiras intenções. Ela o conduz até a beirada da cama, seus dedos deslizando pelo colarinho do príncipe, em mais uma encenação para os ouvidos e olhos curiosos que possam estar a espreita. Seus olhos se encontram com os dele, e ela sorri.

Então, com uma leveza quase imperceptível, ela dá um passo para trás, afastando-se de Taehyung. Com um gesto sutil, Liana abre uma porta lateral, e o amante do príncipe entra furtivamente. Jungkook, de olhos ansiosos, caminha para dentro do quarto, e a tensão no rosto de Taehyung se dissolve em um suspiro aliviado. Sem mais palavras, ela encara-lhes com cumplicidade e se retira discretamente, fechando a porta atrás de si, deixando-lhes a sós.

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Os gemidos abafados e contidos preenchiam o quarto, misturando-se com os sons distantes de risos e música que vinham dos outros cômodos do prostíbulo, criando um contraste entre a intimidade que viviam ali dentro e o caos que acontecia lá fora. Os beijos eram intensos, profundos, carregados de desejo e luxúria, com lábios que buscavam o gosto um do outro, enquanto seus corpos se alinhavam e se moviam juntos em um ritmo crescente, quase primal. O suor fazia suas peles brilharem sob a luz trêmula das velas espalhadas pelo quarto, enquanto seus músculos se contraíam e relaxavam em um ciclo constante de prazer. As mãos, agora ansiosas, exploravam cada curva e cada espaço, como se quisessem gravar aquele momento em suas memórias. A cama de madeira desgastada, coberta por lençóis de cetim vermelho, rangia suavemente com seus movimentos, mas isso parecia distante, irrelevante aos ouvidos dos dois rapazes perdidos na tensão elétrica e íntima que compartilhavam. Com uma atenção hipnótica, Taehyung observava cada movimento daquele que montava sobre ele, seus olhos fixos na figura magnífica que se movia acima de si. Jungkook, seu amante, de corpo esguio e musculoso, se erguia e descia com uma graça quase felina, cada movimento marcado por um ritmo constante e cadenciado. A pele suada brilhava sob a luz, destacando os contornos das costas arqueadas, as coxas firmes e os músculos tensos que se contraíam a cada movimento. Os cabelos caíam de maneira desordenada sobre seu rosto, mas não o suficiente para esconder o prazer estampado em seus traços - os lábios entreabertos soltando pequenos gemidos e suspiros, os olhos semicerrados em êxtase. A visão era hipnotizante: o corpo perfeito dele montando sobre o seu, as mãos de Jungkook segurando os ombros do príncipe para manter o equilíbrio, o corpo contorcendo, o brilho no olhar dizendo mais do que qualquer palavra.