A luz suave do fim da tarde filtrava-se por entre as árvores altas da floresta, lançando um brilho dourado sobre o chão forrado de folhas secas. Taehyung e Jungkook treinavam em silêncio. O som das facas atingindo o alvo reverberava no ar. O príncipe empunhava a faca que o amante lhe havia dado quando ainda tinham dezessete anos. O cabo, entalhado com detalhes precisos, decorado com seu nome e feito sob medida para sua mão, uma lembrança física do amor deles. Eles estavam concentrados, mas ao mesmo tempo, uma leveza pairava no ar. Os sorrisos trocados e os olhares cúmplices sugeriam que, ali, no isolamento da floresta, podiam ser eles mesmos.
— Você está melhorando — disse Jungkook, um sorriso brincando em seus lábios enquanto rodava distraidamente a faca entre seus dedos — mais um pouco e você acerta a árvore ao lado — provoca, segurando o riso.
— Cala a boca, Jungkook — Taehyung resmunga, claramente contrariado.
— Se eu fosse você, pintaria o alvo maior. Talvez ajude.
O príncipe solta um suspiro impaciente, franzindo o cenho, mas não pode evitar o rubor que sobe por seu pescoço. Ele mira novamente, mais determinado, mas a faca bate na borda do alvo, longe de qualquer acerto perfeito.
— Está vendo? — Jungkook continua, brincalhão — Talvez mira não seja a sua vocação.
— Eu sou ótimo nisso — retruca o príncipe, teimoso, mas o brilho em seus olhos denuncia a diversão crescente que tenta esconder.
O guarda ri baixinho, aproximando-se até que seus lábios quase toquem a orelha de Taehyung.
— É claro que é, meu amor. Pelo menos em outras... habilidades.
Taehyung abaixa a faca de vez, virando-se para encarar Jungkook com uma expressão mista de irritação e diversão. Os olhos do guarda brilham, e ele dá de ombros, despreocupado.
— De qualquer forma, podemos treinar mais tarde algo que você definitivamente é melhor — ele murmura, com um sorriso que o príncipe conhece bem.
Taehyung suspira profundamente ao ouvir a risada alta do amante, revirando os olhos.
— Você é insuportável.
— E você adora.
Ambos trocam olhares risonhos, o sorriso do príncipe se ampliando enquanto puxa o amante pela cintura, seus corpos colidindo em um beijo faminto. Suas línguas se encontram com fervor, os dentes raspando de leve em um desejo desenfreado que não precisava de palavras. O calor entre eles crescia rapidamente ao que o beijo se intensificava, cada toque ardente, suas respirações mescladas em pura excitação.
Jungkook riu baixo entre os beijos, e com um brilho de desejo nos olhos, inclinou-se para o pescoço de Taehyung, beijando a pele exposta. O príncipe fechou os olhos, entregando-se ao prazer enquanto as mãos firmes seguravam a cintura do guarda, pressionando seus corpos suados. Cada beijo no pescoço fazia Taehyung suspirar de prazer, o mundo ao redor desaparecendo em um mar de adrenalina e desejo. Tudo parecia perfeito, até que o príncipe, ao abrir os olhos por um instante, congelou.
A poucos metros, duas das damas de honra de sua noiva estavam ali, paralisadas em choque, os olhos arregalados e as bocas abertas em puro horror. Elas tinham visto tudo.
— Jungkook... — Taehyung murmurou, o coração acelerado. O guarda continuava beijando seu pescoço, sem entender a urgência em sua voz — Jungkook — repetiu, mais firme desta vez, puxando o amante para que se afastasse.
O guarda, confuso, olhou para o príncipe antes de virar-se rapidamente, seus olhos seguindo o olhar de Taehyung, e, ao perceber as duas mulheres, seus corpo gelou.
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Bloody Crown
Fiksi SejarahEm meio à rigidez moral da época, dois homens, Taehyung e Jungkook, se encontram em circunstâncias improváveis. Vivendo um amor proibido e em segredo, eles encontram breves momentos de felicidade, mas o medo constante de serem descobertos paira sobr...