Capítulo 4: Conversa de Garoto

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"Hmmm interessante." Wednesday olhou para Thing enquanto ele digitava código morse na mesa dela.

"Então você não encontrou nenhum registro. Mas você voltou mais tarde e de repente encontrou o arquivo dele." Thing digitou com segurança. "E você verificou os horários dos trens e as imagens do tráfego de entrada. Assim como verificou três vezes os registros das escolas. Não havia sinal dele ter entrado em Jericho ou mesmo sido considerado para matrícula antes das últimas 48 horas?" Thing digitou novamente, mais irritado com o questionamento contínuo de Wednesday.

Parecia que as fontes de Enid estavam corretas pela primeira vez. Um novo aluno aparentemente se materializou do nada. Que garoto peculiar, batendo em paredes e parando em banheiros, o que tudo isso significa? Ela estava começando a pintar um mapa mental de quem era essa pessoa. Uma vez completo, ela teria uma imagem completa. Existem algumas falhas, no entanto, mais notavelmente o desastre do carro. Não é como se ela pudesse implorar para Thing entrevistar as testemunhas. Além disso, o xerife Galpin tem feito um turno teimosamente apertado no departamento de polícia. Mas por que Weem? Por que passar por todo esse trabalho para mantê-lo um mistério?

A batida de Thing a tirou de seu devaneio.

"Não, não vou me distrair com isso. Encontrar meu perseguidor e destruir Crackstone ainda é minha maior prioridade." Ela inalou lentamente estreitando os olhos para a mão desmembrada. "Amanhã, quero que você vá até a casa dos Galpin e reúna todas as informações que puder sobre Tyler. Incluindo onde ele pode estar e o que seu pai planeja fazer."

Wednesday se levantou rigidamente, optando por terminar de desempacotar seus pertences.

Thing bateu contra sua mesa. "O que você ganha com isso?" Ela esticou a cabeça para encará-lo. "Você pode ficar com seu dedo indicador... isso e eu vou garantir que você pegue mais daquela loção da Enid."

Falando nisso, Enid entrou pela porta, inclinando a cabeça quando avistou Wednesday.

"Você não foi jantar."

"Não estava com vontade de comer. É importante jejuar pelo menos uma vez por semana para limpar o corpo." Wednesday disse claramente, colocando cuidadosamente sua máquina de escrever de lado.

"Bem, eu fiz sua sopa favorita para você. Se é que você pode chamar assim." Enid fez uma careta, caminhando até Wednesday com um recipiente de isopor na mão. Estava cheio até a borda com um mingau de aparência insípida salpicado de manchas verdes e caroços pretos. Enid fez uma cara de nojo, "Eu ainda não sei como você come isso."

Wednesday pegou a oferta, cheirando-a antes de colocá-la em sua mesa. Ela teria que verificar se havia envenenamento por cianeto, é claro, mas foi um gesto atencioso. "Tem todos os nutrientes necessários para que o corpo humano sobreviva. Se fosse possível, eu tomaria suplementos nutricionais nos horários de alimentação designados."

Enid suspirou enquanto Wednesday continuava a desempacotar. "Sabe, reunir-se para comer é superimportante para a sobrevivência? Não apenas para lobisomens, mas para humanos? Da última vez que verifiquei, todos nós precisamos de interação social para sobreviver."

Wednesday lançou-lhe um olhar inexpressivo. Ela decidiu que era perda de tempo explicar como, assim como comer, a interação social pode ser mantida em um mínimo saudável.

Enid revirou os olhos. "Se não fosse por você, então por Xavier. Ele estava muito deprimido hoje. Você deveria tê-lo visto. Isso me lembra, por que você não usa seu telefone, Wenya?"

Wednesday fez uma pausa no uso de seu apelido, antes de continuar. Ela não contou a ninguém sobre seu perseguidor ainda, ela não sabia em quem confiar. Ela não queria admitir que o verdadeiro motivo de ter ficado para trás era para ver o quão determinados eles estavam em tirar uma foto dela. Ela tinha Coisa postada do lado de fora do refeitório, se por algum motivo alguém saísse mais cedo e fosse para o salão Ophelia, ela teria uma pista. O perseguidor acabou sendo mais astuto. Não importa, torna a perseguição mais interessante.

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