Capítulo 17: Desperte

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Caspian estremeceu quando a brisa fresca da meia-noite de verão lambeu seu rosto. Ele estava sentado no topo de uma colina com a vista perfeita de Hogwarts à noite. A lua poderosa pendia orgulhosamente no céu, lançando seu brilho efervescente na paisagem à sua frente. Ele se recostou com um suspiro satisfeito, a brisa sussurrando doces palavras em seu ouvido.

Esta era a vida. A sensação de folhas macias de grama fazendo cócegas em suas palmas. O cheiro terroso das faias se misturando com os aromas frescos do lago em uma dança harmoniosa. O som do zumbido distante das moscas crisopídeos em um ouvido e o bater calmo do lago no outro.

Caspian voltou seu olhar cintilante para as estrelas, perdendo-se alegremente em sua extensão sem fim. Ele sempre amou observar as estrelas. Sempre que tinha tempo ou se sentia particularmente triste, ele se voltava para elas. Essas mesmas estrelas ajudaram os primeiros bruxos a aprimorar sua magia e guiaram os primeiros exploradores trouxas ao redor do mundo. 

Talvez o que quer que tenha tornado aqueles homens tão grandiosos estivesse ali, esperando para ser visto pela pessoa certa. Em seu presente tumultuado e futuro desconhecido, ele encontrou consolo em sua Constance.

Mas Caspian sabia que até as estrelas mais brilhantes acabariam se apagando.

Ele ouviu farfalhar e sussurros abafados. Caspian olhou para baixo e viu que não estava sozinho em sua colina. Ao redor dele havia um punhado de pessoas irreconhecíveis, sentadas como ele. Alguns olhavam para as estrelas, alguns para Hogwarts, alguns apenas parados à frente no lago. Um sentimento de apreensão tomou conta de Caspian. De repente, a brisa refrescante tornou-se sufocantemente úmida e a grama começou a coçar sob suas mãos. Ele sentiu uma palma em seu ombro, mas não conseguiu se virar.

Caspian engoliu em seco. "Posso ficar só mais um pouco?"

A mão não se moveu.

Ele se levantou, suas pernas se moveram por conta própria enquanto ele era gentilmente empurrado colina abaixo em direção à costa. Ele olhou para a presença imponente, mas acolhedora, de Hogwarts elevando-se acima dele. Caspian pode ver pequenas manchas de luzes laranja nas várias janelas que pontilhavam a fortaleza, como se o próprio castelo estivesse respirando. Ele não pôde deixar de se lembrar de seu primeiro ano, quando ele navegou por essas mesmas águas, boquiaberto com Hogwarts pela primeira vez. Um farol de vida e calor. Ele se perguntou se algum dia superaria seu fascínio inspirador ou se ele realmente queria.

Caspian sentiu o frio bater da água penetrar em seus sapatos. Ele tirou os olhos do castelo, observando entorpecido enquanto era levado cada vez mais para dentro do Lago Negro. Suas vestes cederam com o peso da água, cada passo que ele dava mais submerso ela ficava. Ele deveria se sentir horrorizado. Ele estava sendo levado para a água por uma força misteriosa, mas ele estava mais calmo do que nunca se lembrava de estar.

Caspian mergulhou na água, e a sensação de uma mão em seu ombro foi rapidamente substituída por uma sensação de congelamento percorrendo todo o seu corpo. Ele se sentiu sendo arrastado para o abismo escuro, era quase como se suas vestes se transformassem em 

correntes, amarrado a algum monstro marinho antigo à espreita no fundo do lago.

Esse pensamento por si só foi o suficiente para Caspian entrar em pânico, o medo contorcendo seu rosto.

Toda a serenidade se foi agora enquanto ele ofegava por ar, se debatendo e lutando para nadar até a superfície cintilante. Mas parecia apenas que ele estava sendo arrastado cada vez mais para baixo a cada chute de sua perna ou movimento de seu braço.

Ele nunca teve fobia de afogamento ou do oceano, mas o enchimento de seus pulmões com água era tão vívido. Isso o assombra há eras. Não foi uma passagem pacífica ou um chamado para dormir. Foi uma luta desesperada pela sobrevivência. Uma luta que ele estava perdendo no momento.

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