Before We Love | MinSung | EnemiesToLovers

14. Vou Cumprir

Han Jisung

Eu mal conseguia manter os olhos abertos enquanto me arrastava até a lanchonete do campus. Cada músculo do meu corpo parecia exausto, e minha mente vagava entre os resquícios do sono e a realidade que insistia em me arrastar para o dia.

A noite anterior havia sido uma tortura. Não bastasse a exaustão física por ter carregado várias caixas, fui abruptamente tirado dos meus sonhos por tapas incessantes na perna.

Ao abrir os olhos, fui surpreendido pelo rosto irritado de Minho pairando sobre o meu. Eu ainda estava preso no meu devaneio, revivendo o sonho com Bang Chan, e de repente a realidade me golpeou. O rosto de Lee Minho carregava a impaciência de quem havia sido tirado de um sono profundo.

Dentinho, meu hamster, era o verdadeiro culpado. Ele passava as noites correndo pela rodinha, atravessando o quarto e, em algum momento, escalando meu corpo como se eu fosse parte do seu playground.

Para mim, isso já era rotina; eu mal notava. Jeongin também nunca se incomodava, mas Minho era outra história.

Ele estava em pé no meio do quarto, com o rosto contorcido de raiva, apontando acusadoramente para o pobre Dentinho, que roía o pé da minha cama com um entusiasmo incomum para as três da manhã.

Quase uma hora de discussão depois, Minho finalmente se deu por vencido, exausto demais para continuar.

Naquela manhã, o som estridente do despertador fez com que parecesse que eu havia apenas piscado antes de ser arrastado de volta à consciência. Tudo ficou pior quando vi Seungmin na porta, parecendo absurdamente acordado, convidando-me para um café na lanchonete.

Ele estava radiante, algo que só fez o meu humor piorar ainda mais. Notei uma marca avermelhada em seu ombro e tentei desviar os pensamentos que me levariam a lugares que eu definitivamente não queria visitar.

Com relutância, aceitei o convite, me jogando em um moletom sem a menor vontade de usar o banheiro, dado que Minho ainda dormia.

Uma careta se formou em meu rosto quase que de forma involuntária quando entrei na lanchonete, já avistando um casal trocando carícias na mesa que ninguém costuma escolher por estar bem em frente ao banheiro. Revirei os olhos ao ver duas mulheres com o casal fazendo exatamente a mesma coisa e rindo de forma escandalosa.

Agradeci mentalmente por ninguém poder ler minha mente e descobrir que estava me sentindo incomodado por me sentir solitário e rejeitado.

Passei direto da mesa que Bang Chan e Seungmin estavam sentados, me dando mais alguns minutos para me preparar enquanto pedia um suco de laranja bem forte e um bolinho recheado de geléia de morango.

Quando me virei com a bandeja nas mãos, vi Chan apertando suavemente a coxa de Seungmin, enquanto lhe dirigia um sorriso que parecia íntimo demais.

Aquela visão me atingiu como um soco. Meu coração estava tão moído quanto meu corpo, e eu sabia que teria que disfarçar.

Tinha ciência de que todos estranhariam minha mudança de comportamento, já que costumava ser muito atencioso e animado no dia a dia com as pessoas.

A universidade já estava cheia de alunos cansados e mau-humorados, e era assim que eu conseguia um destaque, justamente por ir na contramão.

No começo do curso, estava mais do que motivado e feliz por estar longe das garras religiosas do meu pai, então minha alegria era somente genuína, mas como qualquer ser humano exausto e focado, passei a ter dias ruins e cansativos.