19. Eu Te Pedi Alguma Coisa?

1.5K 291 441
                                    

Han Jisung


Os olhos de Lee Minho estavam fixos nos meus, ardendo com intensidade enquanto sua mão se movia entre minhas pernas, cada toque carregado de desejo. As veias de seus braços estavam tensionadas, visíveis, enquanto ele se inclinava sobre mim.

A mistura de desejo e necessidade percorria meu corpo, fazendo meus músculos se contraírem, e eu me entreguei completamente àquele momento, deixando os pensamentos vagarem sobre os detalhes de seus piercings e toques... Até que, de repente, tudo cessou.

Minho se afastou, de forma abrupta e cambaleante, suas mãos largando meu corpo, como se algo o tivesse chamado para longe de mim.

Sem dizer uma palavra, ele caminhou até o banheiro, fechando a porta com um estrondo. Fiquei ali, ofegante, abandonado na cama, à beira de um colapso nervoso.

— Que filha da puta! — Murmurei, a raiva e a decepção queimando dentro de mim ao me dar conta de que ele havia interrompido tudo tão bruscamente. Com esforço, me levantei, sentando na beirada da cama, as mãos cruzadas sobre as pernas, enquanto tentava resistir ao impulso de me tocar, já que seria um golpe certeiro em meu ego. — Que maldade. — Sussurrei para mim mesmo, o pé esquerdo batendo impaciente no chão.

Minutos se arrastaram. Eu esperei, os olhos cravados na porta do banheiro, esperando que ele saísse, que continuasse o que tinha começado. Mas o silêncio persistiu.

Vinte minutos depois, a exaustão venceu o desejo. Me aconcheguei sob as cobertas, lutando contra as lembranças vívidas daquela noite.

Era impossível não pensar em Minho: seu olhar intenso, o suor que brilhava em sua testa, o contorno dos músculos de seus braços enquanto se movia. Tudo voltava como flashes que me mantinham inquieto e excitado.

E então, sua imagem no ringue surgiu em minha mente. Comecei a criar e modificar as imagens que tive naquela noite, fantasiando os cenários mais pecaminosos e vergonhosos possíveis: Minho, sem camisa, lutando contra Bang Chan. 

Suas cicatrizes saltando sob a luz azulada. Aquelas marcas me eram atraentes ao ponto de conseguir encaixa-las em um cenário não tão puro. Elas eram parte de um mistério que eu queria desvendar.

"Seriam piercings sob a camisa?", me perguntei, forçando minha memória a preencher os espaços vagos. Havia notado protuberâncias naquela região, muito parecidas com piercings atravessados, mas não tive tempo hábil para analisar pois não conseguia desviar o olhar de seus lábios.

Soltei uma risada baixa, envergonhado. Ao menos, em meus pensamentos, eu estava a salvo de julgamentos. Porém, a frustração por não tê-lo, nem mesmo em meus sonhos, era uma perseguição constante.

Acordei de péssimo humor, algo raro para uma pessoa como eu.

Pela primeira vez em muito tempo, eu havia sonhado com alguém que não fosse Bang Chan. Embora me esforçasse para esquecê-lo, ele habitava meus pensamentos como uma presença constante. Mas a troca inesperada de Minho por Chan em meus sonhos foi um golpe que me deixou ainda mais perturbado.

No sonho, Minho me rejeitava como havia feito na vida real, jogando-me de volta à realidade com um comentário ácido sobre eu me apaixonar por ele. "Como se fosse mais do que desejo", pensei, me sentindo patético por ser incapaz de encontrar alívio nem mesmo em meus sonhos.

Enquanto caminhava em direção ao campus, absorto em meus próprios pensamentos, fui interrompido por risadas conhecidas.

Seungmin e Bang Chan apareceram à minha frente, suas expressões relaxadas contrastando com a nuvem de frustração que pairava sobre mim.

Before We Love | MinSung | EnemiesToLoversOnde histórias criam vida. Descubra agora