Capítulo 04

10 0 0
                                    

Na delegacia, Tatiane e Priscila estavam sentadas lado a lado em suas mesas, aproveitando um raro momento de calmaria na delegacia. Priscila, distraída, mexia no cabelo, enquanto Tatiane olhava o celular, rindo de algo que viu.

— O que é tão engraçado, Tati? — perguntou Priscila, curiosa.

— Ai, Pris... você precisa ver as mensagens do cara com quem estou saindo. Ele é todo atrapalhado, mas de um jeito fofo, sabe? — Tatiane respondeu, dando um sorriso maroto.

Priscila balançou a cabeça, divertindo-se com a empolgação da amiga.

— — Tati, eu te invejo às vezes. Faz tanto tempo que não saio com ninguém que nem lembro como é sentir algo por outra pessoa. Parece que só o trabalho me preenche... — Priscila suspirou, apoiando o rosto nas mãos.

Antes que Tatiane pudesse responder, Júlio apareceu por trás delas com aquele sorriso provocador de sempre.

— Vocês duas falando de homens de novo? Tati, cê tá caindo em todas! E você, Pris, já passou da hora de desencalhar, hein? — brincou Júlio, fazendo as duas rirem.

— Sai fora, Júlio! — Tatiane riu. — E você, hein? Sempre dando uma de galanteador, mas nunca vi com ninguém.

Priscila sorriu, tentando disfarçar o incômodo que sentia. Por dentro, as palavras de Júlio ecoavam com uma verdade incômoda. Estava cansada de ser sempre vista como a "dedicada ao trabalho", e a leve piada de Júlio cutucava algo que ela tentava esconder.

O delegado Benedito entrou na sala, sua expressão séria contrastando com o tom leve da conversa. Ele observou a interação por um momento antes de intervir.

— Muito papo e pouco trabalho, pessoal. Temos o caso de Joana Vicentino pra resolver! — disse ele, com autoridade. — Quero relatórios e pistas novas. Agora!

Tatiane e Priscila endireitaram-se rapidamente em suas cadeiras, enquanto Júlio apenas deu uma piscadela para Tatiane antes de voltar ao trabalho.

— Sim, senhor! — responderam em uníssono, com Tatiane lançando um olhar de cumplicidade para Priscila. Elas sabiam que o dia ainda seria longo.

Na agência investigativa Fênix, Braga e Brazão estavam sentados em suas mesas, cercados de pastas e documentos. Eles revisavam mais um caso que parecia não ter fim.

— Cara, essas pistas não levam a nada! — reclamou Brazão, jogando a caneta na mesa. — Tô começando a achar que a gente tá perseguindo fantasmas.

Braga, com o olhar fixo em uma das folhas, resmungou.

— Eu te falei... esse negócio não tá certo. Tem alguma coisa que a gente tá deixando passar. — Ele bateu a cabeça com a ponta da caneta, frustrado. — Mas o quê?

A porta do escritório se abriu, e Gisele entrou com sua energia característica.

— Oi, garotos! Já resolveram o caso ou precisam de mim de novo? — disse ela, sorrindo enquanto se aproximava.

Braga levantou o olhar, arqueando uma sobrancelha.

— Ah, você de novo. Qual é a boa dessa vez?

Gisele, com um sorriso de superioridade, caminhou até a mesa deles e pegou um dos papéis.

— Isso aqui... — ela apontou para uma pista que eles haviam ignorado. — Vocês estão olhando o lugar errado. Isso aqui não é um nome, é um código. Um endereço, pra ser mais exata.

Brazão e Braga se entreolharam, surpresos. Ela havia resolvido o mistério em segundos.

— E você como sempre, brilhante — disse Braga, meio incrédulo.

Caminhos CruzadosOnde histórias criam vida. Descubra agora