Capítulo 3

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Após sairmos do Red Robin, nos encontramos com Alfred no Pic's Pub. A noite ficava mais animada à medida que os coquetéis continuavam fluindo. Edwina estava radiante, dividindo um brotinho vegano com ele, e era adorável vê-los juntos, compartilhando risadas e pequenas brincadeiras como dois adolescentes apaixonados. Alfred, todo cuidadoso, cortava a pizza em pedaços pequenos e, de vez em quando, levava-os até a boca dela, o que me fazia sorrir involuntariamente. Jamais imaginei que eles acabariam juntos, muito menos que se tornariam um casal tão conectado e genuinamente apaixonado.

Quando decidimos encerrar a noite, hesitei em aceitar a carona, temendo que pudesse interromper o momento entre eles. No entanto, sabendo que Holyoke ficava a cerca de vinte minutos da minha casa e que não permitiriam que eu voltasse sozinha de trem naquele estado, acabei concordando.

Era quase meia-noite quando Alfred estacionou o carro na frente de casa e desligou o motor. O silêncio que se seguiu parecia quase reconfortante, exceto pelo som da minha própria risada, advinda dos drinks que ainda tornavam tudo mais leve. Edwina me ajudou a descer, e eu acenei para ambos com um sorriso bobo, agradecida pela noite e pela preocupação com a minha segurança.

Girei sobre os calcanhares e caminhei devagar, cada passo em direção à entrada da casa era como se estivesse pisando em algodão — leve e incerto. O ar noturno estava frio, mas a sensação de torpor tornava até o vento gelado uma carícia distante. Tropecei no primeiro degrau e não consegui conter um risinho involuntário. Murmurei um "shhh" para mim mesma, como se pudesse silenciar meus próprios passos. Eloise, com sorte, estaria dormindo — a última coisa que eu precisava era encará-la enquanto o álcool aquecia minhas veias, transformando-me em uma confissão ambulante.

Finalmente alcancei a porta, mas encaixar a chave na fechadura parecia uma missão quase impossível. Soltei um suspiro de frustração e ri baixinho da minha própria inabilidade. Santo Deus, eu estava bêbada. Isso sempre acontecia quando os pensamentos sobre Colin se tornavam insuportáveis, sufocando-me até que eu sentisse a necessidade de me embriagar para suportar o peso de tudo.

Depois de algumas tentativas desajeitadas, finalmente consegui girar a chave, e a porta se abriu com um rangido suave. O alívio foi imediato. A casa estava escura e silenciosa, exatamente o que eu precisava. Fechei a porta com cuidado, tirei os sapatos e caminhei na ponta dos pés, esforçando-me ao máximo para não fazer nenhum barulho que pudesse acordar Eloise. Não estava em condições de lidar com suas perguntas; a embriaguez tornava-me ainda mais vulnerável, e qualquer palavra a mais poderia abrir a represa dos segredos que eu não estava pronta para revelar.

Antes que eu pudesse avançar mais um passo, um estalo repentino quebrou o silêncio da sala. O abajur ao lado do sofá se acendeu, espalhando uma luz amarelada que iluminou o espaço de forma abrupta, revelando a presença de alguém que eu preferia não encontrar.

— Onde você estava?

A voz, ao mesmo tempo calma e repleta de repreensão, fez meu coração disparar. O susto me pegou desprevenida, um grito involuntário escapou dos meus lábios e, em um segundo desajeitado, tropecei para frente, caindo de joelhos. A dor aguda ao bater a mão contra o salto do meu sapato me fez soltar um gemido, amplificando a sensação de embaraço que dominava o momento.

— Porra, Eloise! — ofeguei, lutando para me recompor, mas sem sucesso. — Quer me matar de susto?

Ela cruzou os braços, observando-me com uma mistura de diversão e preocupação. A luz suave ressaltava a intensidade de seus olhos, e eu podia sentir o leve julgamento refletido em seu olhar.

— Você está bêbada — declarou, sem hesitação, como se estivesse fazendo um diagnóstico. Seu rosto se contorceu em desaprovação, e um suspiro insatisfeito escapou de seus lábios. E, sinceramente, não podia culpá-la; eu era uma bagunça completa.

Game Changer: Love Edition • PolinOnde histórias criam vida. Descubra agora