CAPÍTULO SEIS
Palavras não ditasLEAH NÃO HAVIA FALADO com mais ninguém oque tinha acontecido na noite anterior, por mais assustador que seja a experiência que ela havia passado, se achava banal ao dizer para qualquer outra pessoa que tinha visto algo tão grande que havia a perseguido durante todo o trajeto de volta para casa. Ela se perguntou se sua mente estava começando a lhe pregar peças, não seria a primeira vez, já que a falta de sono estava afetando há alguns dias. Talvez sua mãe tivesse razão, ela deveria ir para terapia, falar com alguém sobre tudo que estava acontecendo e finalmente tentar seguir em frente e ter a vida normal novamente.
Aquela manhã, quando ela ligou para Stuart dizendo que não iria trabalhar por conta de um imprevisto, estava decidida a tentar ir até o psicólogo. Desceu as escadas, sentou-se na mesa com todos a olhando como se ela fosse uma boneca de porcelana prestes a quebrar. Seu pai não havia dito uma palavra, esperou que todos se retirassem da mesa, um por um até que ficasse apenas os dois. Ela sabia oque estava por vir, sabia que ele iria questionar oque estava acontecendo e não poderia impedi-lo, ele era seu pai e ainda se preocupava com o seu bem estar.
— Você dormiu bem, querida? — ele perguntou, deixando o café de lado.
— Sim. — ela murmurou, dando os ombros enquanto deixava os talheres de lado.
Ele assentiu com a cabeça, colocando as mãos em frente do queixo e a encarando.
— Quer me contar oque aconteceu ontem?
Ela levantou a cabeça, suspirando pesadamente revelando toda a sua frustração. Ótimo, era tudo que ela precisava naquele exato momento, mais alguém para julgá-la e dizer que ela estava ficando maluca. Mas aquele era Harry, ele era seu pai e nunca duvidaria de suas palavras, ele sempre acharia uma maneira de lhe ajudar a superar qualquer coisa e não ao contrário.
Leah se sentiu um pouco mal por pensar dessa forma.
— Eu não sei oque aconteceu. — ela encolheu os ombros.
— Leah...— ele estendeu a mão para tocar a sua a fazendo suspirar baixinho — Sabe que sempre pode contar comigo, pode falar comigo querida.
Ela molhou os lábios assentindo e esfregou os sapatos um no outro, um ato que sempre fazia quando estava nervosa.
— Eu não sei oque eu vi papai, era muito grande e... negro como o escuro.
As sobrancelhas de Harry se franziram por um momento antes de uma carranca seria tomar conta de seu rosto e ele se afastar lentamente.
— Eu acho que poderia ser um urso. — ela encolheu os ombros, se sentindo Idiota.
— Sim querida, com certeza era um urso. — ele rebateu, o tom sério se fez presente a fazendo franzir as sobrancelhas.
Nenhuma palavra fora dita após isso, Harry continuou a tomar seu café da manhã como se estivesse mastigando comida estragada, já que ele tinha o maxilar trincado e uma carranca seriamente estampada em seu rosto. Ela conhecia os momentos em que seu pai estava irritado ou intrigado com algo, os anos de convivência a deixaram em alerta para descobrir os momentos certos para pedir algo. Ele se irritava quando seu time de beisebol perdia, quando ia pescar com Charlie e voltava sem nenhum peixe, e principalmente nas noites que tinha o conselho dos anciões. Ela jamais participou de nenhuma delas, não era permitida, mas sabia que seu pai estava com Billy, o velho Quil, Sam e Jared.
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𝐈 𝐍𝐄𝐄𝐃 𝐘𝐎𝐔⌇ 𝑷𝑨𝑼𝑳 𝑳𝑨𝑯𝑶𝑻𝑬
RomanceLeah Clewarter parecia ter tudo sob controle: uma família unida, excelentes notas na escola, um emprego que a satisfazia e um relacionamento feliz com Sam, o garoto prodígio da reserva. Porém, o mundo perfeito de Leah desabou quando o mesmo desapare...