WillowAs visões que tive na faculdade ontem continuavam voltando à minha mente. Aquela porta... era como se ela estivesse me chamando. De alguma forma, eu sentia uma conexão, uma ligação que eu não conseguia explicar. E não eram só as imagens; as pessoas que vi também me afetaram. Eu podia sentir a angústia delas, o medo, o terror, o vazio... e, principalmente, a dor. Era como se todas essas emoções estivessem presas dentro de mim, mesmo que eu não conseguisse entender completamente o porquê.
Aconteceu tanta coisa nas últimas vinte e quatro horas que sinto que vou explodir com todas essas informações. Mas não é hora de pensar muito nisso. Hoje é terça-feira e eu tenho aula de novo. Confesso que, depois do bullying que sofri ontem, não tenho mais vontade de voltar para lá. Estou com medo, não quero que tudo se repita.
Depois de terminar de me arrumar, decidi descer. Se eu continuar pensando muito, vou acabar tendo um colapso, e não quero que isso aconteça. Depois de descer todos os lances de escada e dar algumas voltas pela casa, cheguei na cozinha. Para minha surpresa, todos estavam lá, até mesmo os irmãos de Alexandre, Alex e Lexi. Foi uma surpresa, porque eles não pareciam gostar muito de mim. Nós conversamos pouco, e deu para perceber que, quando falavam comigo, era como se estivessem se forçando a isso.
— Bom dia, pessoal — falei, tentando soar o mais animada possível.
Alguns responderam com um murmúrio de "bom dia", enquanto outros só assentiram com a cabeça. O clima estava meio tenso, e eu conseguia sentir que minha presença deixava o ambiente um pouco desconfortável. Mesmo assim, me esforcei para manter o me mínimo sorriso no rosto e fui até a mesa, sentando-me em um dos lugares vagos.
— Willow, precisamos conversar sobre o que aconteceu ontem — disse Lorenzo, meu irmão mais velho.
Ótima maneira de começar o dia, né? Eu já imaginava que eles iam querer falar sobre ontem, mas não esperava que fossem tão diretos assim.
— Não podemos deixar isso pra depois? — perguntei, já me sentindo cansada de uma conversa que nem tinha começado.
— Não, Willow, não podemos deixar pra outra hora — Mason respondeu com aquele tom bravo de sempre.
— Cala a boca, Mason. Por que você não pega essa merda desse talher que está segurando e enfia na merda da sua goela? Tenho certeza que você seria bem mais útil calado.
Assim que falei isso, ouvi algumas risadas ao redor da mesa, e outros tentaram disfarçar com uma tosse forçada.
— Vocês dois podem parar — disse Gabriel, tentando acalmar a situação. — Estamos fugindo do assunto. A gente quer saber por que você desmaiou ontem, Willow.
— Tá bom... tá bom, vocês venceram. Eu desmaiei porque não comi direito de manhã e nem na escola. Foi só isso. Satisfeitos? — menti, porque, na verdade, eu também não sabia exatamente o que tinha acontecido. Eu estava bem, e de repente, me senti fraca.
— Você está mentindo, fala a verdade. Esse não é o motivo — Mason insistiu. Que droga, eu tinha esquecido que ele é praticamente um detector de mentiras ambulante.
Respirei fundo antes de responder, tentando não me irritar.
— Eu não sei, tá legal? Eu estava bem, e do nada, me senti fraca. Não sei por que desmaiei.
— Mason, ela tá falando a verdade? — Julian perguntou, desconfiado.
— Sim, ela tá falando a verdade — Mason respondeu, parecendo irritado por eu ter sido sincera dessa vez.
— Então, era só isso? — perguntei, esperando acabar logo com essa conversa.
— Não, Willow, não acabou. A gente quer saber o que aconteceu com o seu ombro e o seu joelho. Você anda mancando e não consegue mexer o braço esquerdo — Julian falou, em um tom ignorante.
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Visões do destino
FantasyEla não é perfeita; comete erros, age por impulso, é teimosa. O medo de perder quem ama a consome, assim como o medo das mudanças e da solidão. mas ao mesmo tempo aprecia sua própria companhia. Prefere suportar a dor a causá-la, pois conhece o peso...