Capítulo 15

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𝐰𝐢𝐥𝐥𝐨𝐰

Eles me acordaram às três da manhã para treinar. Estou cho-ca-da com isso. Não que eu não goste de treinar, mas eles poderiam pelo menos ter me perguntado antes, né?, que falta de empatia eu em.

Desci as escadas já pronta, de banho tomado, usando uma legging e uma blusa de manga longa. Fui em direção ao ginásio, onde Gabriel havia dito para eu encontrá-los assim que me acordou. O lugar era enorme, com um tatame olímpico e todos os equipamentos de ginastica que você poderia imaginar, um ringue de boxe, várias esteiras e até um circuito de parkour. Fiquei surpresa ao sentir como era bem equipado.

Todos os meninos já estavam lá, inclusive Mason e Ryan. Alguns estavam se aquecendo equanto outros estavam nas esteiras

— Finalmente desceu! Pensei que não ia aparecer nunca! — Mason falou.

— Não é pra tanto, demorei só vinte minutos — respondi, revirando os olhos. Não é como se ele pudesse ver de qualquer forma, eu sempre tava com minha venda mesmo.

— Não implica com sua irmã, Mason — Carlos disse, se aproximando de nós. — E então, Willow, está pronto?

— Estou sim.

— Então vamos começar com você dando cinquenta voltas no tatame. Algo simples, só para aquecer. — Lorenzo fala.

Vamos dizer que sou bom em muitas coisas, mas correr sendo cega é um pouco complicado. Eu sei que posso sentir as coisas e os movimentos, mas correr em um lugar específico é mais difícil. Sem contar que nem sei o tamanho desse tatame. Fazer um front full é mais fácil do que correr em volta dele. E sim, eu sei fazer ginástica e sou boa nisso, mas isso não importa agora. Eles acham que eu sou o quê, vidente? Talvez eu seja um pouco mais, mas isso não vem ao caso.

— Desculpa aí,  Lorenzo , mas não vai rolar. Sei que tenho aquele poder lá, mas correr é meio complicado para uma cega, você não acha? Vou começar a dar uma volta no tatame para me situar e depois vou fazer minha rotina de solo.

— Você não consegue correr, mas vai fazer uma rotina de solo? Fala sério que patético — Ryan diz, com um tom de impaciência.

Ignoro Ryan e começa a andar em volta do tatame, sentindo todos os olhares em mim. Depois de dar duas voltas, vou em direção à minha posição para iniciar minha rotina de solo. A adrenalina começa a subir, e enquanto me concentro no espaço ao meu redor, sinto a familiaridade dos movimentos e da superfície sob meus pés. Tudo se torna mais claro à medida que me preparo para fazer minha rotina.

Senti meu corpo vibrar ao ritmo da música na minha mente, uma melodia que me conectou ao tatame. Sabia que todos estavam me olhando, mas isso não me incomodava. Era hora de mostrar o que eu sabia fazer.

Comecei com um salto de pique. Com o impulso, meu corpo se elevou, as pernas cruzadas, a aterrissagem foi suave, e um sorriso surgiu involuntariamente no meu rosto.

Em seguida, passei para um duplo twist. Depois, prepare-me para o salto duplo. A adrenalina disparou quando saltei, girando no ar. Quando aterrissei, uma onda de satisfação percorreu meu corpo. Então, prepare-me para o flic-flac para Trás. Com confiança, projetei-me para para frente, aterrissando com firmeza, como se o tatame estivesse me recebendo.

Finalmente, chegou o momento mais difícil, fazer um front full. Meu coração acelerou enquanto dava um passo para trás, focando na minha respiração. Saltei com todas as minhas forças, girando no ar. A sensação de estar livre foi inevitável.

Assim que aterrizei no tatame senti uma dor nas minhas costelas e levei minhas mãos até lá, lógico que ia doer depois dos movimentos que fiz era de se esperar.

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