𝐓𝐞𝐫𝐜𝐞𝐢𝐫𝐚 𝐩𝐞𝐬𝐬𝐨𝐚A família estava reunida na sala de jantar. Todos demonstravam um misto de alívio e preocupação por terem encontrado a irmã e filha perdida. Estavam discutindo sobre o comportamento estranho de Willow.
-Ela parece tão distante e assustada. É como se ela não fosse mais aquela menininha alegre que era. Claro que não esperava que ela fosse igual à garotinha ingênua de dois anos, mas o brilho que ela tinha desapareceu.- disse a mãe, com a testa franzida.
-Eu percebi que ela estava mancando, por mais que tentasse fingir que não, dava para notar que sua perna aparentava doer.- acrescentou Bernardo, preocupado.
Enquanto conversavam, o outro pai de Willow, que até então não havia chegado, entrou na sala de jantar com expressão séria e olhos atentos.
-O que está acontecendo aqui? Por que vocês todos estão com essas caras?- perguntou ele. Todos se viraram para encará-lo, e a mãe rapidamente explicou a situação.
O pai de Willow permaneceu em silêncio por um momento, pensativo. -Precisamos falar com ela, conversar sobre o que aconteceu. Talvez ela esteja confusa.- sugeriu ele.
Alguns concordaram com a sugestão e decidiram que iriam conversar com Willow juntos, assim que ela estivesse mais confortável perto deles.
-Ela só deve estar fingindo, querendo nos fazer sentir pena dela. Deve ter virado uma interesseira que só quer dinheiro.- disse Mason, com uma expressão nada amigável.
-Não posso acreditar que você está falando assim da sua irmã! Ela passou por um trauma terrível.- Carlos, o outro pai de Willow, falou sério, visivelmente irritado com a atitude de seu filho.
-Mas pai, ela nem é nossa irmã de verdade. Foi criada por estranhos todos esses anos.- dessa vez, Ryan, o irmão mais novo, se pronunciou.
-Isso não é verdade! Ela é do nosso sangue, e finalmente a temos de volta.- exclamou Carolina, já irritada com toda a situação.
-Ela deve ser uma daquelas garotas mimadas que não sabe o que é sofrer de verdade.- declarou Julian, como se isso fosse irrelevante.
-Isso é injusto e cruel. Ela foi tirada de sua família. Não sabemos se teve uma infância boa ou não.- interveio Gabriel, com voz rígida.
A discussão logo acabou quando os pais interferiram, encerrando o debate e mandando todos para seus quartos. Aquela noite poderia ter sido apenas mais uma noite tranquila de sono para todos, mas não para Willow. Naquela noite, ela teve mais um de seus pesadelos, como tinha quase todas as noites.
𝐍𝐨 𝐪𝐮𝐚𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐰𝐢𝐥𝐥𝐨𝐰
Willow estava deitada na cama, tendo mais um de seus flashbacks em forma de pesadelos. Seus cabelos brancos estavam espalhados pelo travesseiro, sua testa suava enquanto ela se remexia na cama.
𝐏𝐞𝐬𝐚𝐝𝐞𝐥𝐨 𝐨𝐧
A sala está iluminada apenas pela luz fraca de uma lâmpada velha. No centro da sala, uma criança está amarrada a uma cadeira, seu rosto está pálido e uma expressão de terror está estampada em seus olhos. Do outro lado da sala, sua irmã mais velha Eliza está caída no chão, coberta de sangue, seus pais adotivos estão de pé sobre ela, segurando facas.
-Você nos envergonhou, Eliza. Você é um monstro igual todos da sua laia.Você merece isso. Pessoas como você se acham superiores a nós só porque tem poderes.
- E você Willow a gente não aguenta mais você, você vai junto com ela, vocês merecem morar juntas no inferno, onde vai queimar após a morte- diz a mulher que deveria ser considerada mãe delas.
-Não, vocês não podem fazer isso com ela, é só uma criança, façam isso comigo não com ela- exclama Eliza desesperada.
-Você morrerá no lugar da sua irmã - Eliza apenas afirma com a cabeça- Você vai levar as facadas que ela levaria.
A garota amarrada na cadeira treme de medo, lágrimas escorrem por seu rosto enquanto ela olha para a cena horripilante diante dela. Ela tenta se soltar, mas as amarras estão apertadas demais.
Os pais se aproximam de Eliza que está no chão, as facas reluzem na fraca luz da sala. A garota começa a gritar e assim que a primeira facada vem. Os pais desferem as facadas implacavelmente, uma após a outra, enquanto a garota grita de dor. Mas ela não podia lutar ela estava fazendo aquilo para salvar a sua irmã. Elas não eram irmãs de sangue mas eram como se fossem, nenhuma delas pensaria duas vezes antes de salvar a outra.
Willow fecha os olhos, incapaz de suportar a cena que está se desenrolando diante dela. O terror toma conta dela enquanto ela escuta os gritos agonizantes de sua irmã, até que, finalmente, o silêncio toma conta da sala, quebrado apenas pelo som das respirações pesadas dos pais.
A sala é preenchida pela escuridão e pelo cheiro de sangue. A cena é de partir o coração e de um terror indescritível. A tragédia congelou Willow na cadeira em um terror sem fim.
𝐏𝐞𝐬𝐚𝐝𝐞𝐥𝐨 𝐨𝐟𝐟
Willow acordou sobressaltada, com o coração disparado e o suor frio escorrendo pelo rosto.
Ela havia tido um pesadelo perturbador. No pesadelo , ela viu seus pais adotivos assassinarem sua irmã Eliza. O pesadelo foi tão realista que ela ainda podia sentir o cheiro de sangue e ouvir os gritos de dor.Ainda tremendo, Willow se sentou na cama e tentou acalmar sua respiração.
Ela tentou se lembrar de momentos felizes ao lado de sua irmã, da sua risada contagiante e da maneira como ela irradiava alegria. Mas as imagens do pesadelo persistiam, trazendo à tona não apenas a terrível morte de Eliza , mas também os sentimentos de desamparo e confusão. Ela se sentia culpada pela morte da irmã, ela poderia ter tentado ajudar ,poderia ter salvado ela, mas ela só ficou lá olhando horrorizada para aquela cena e não fez nada para ajudar.
Ela se levantou e foi até a janela, tentando afastar os pensamentos sombrios. O sol estava nascendo, pintando o céu de tons suaves de laranja e rosa. Willow achava reconfortante sentir a luz do dia sobre sua pele pálida e seus cabelos platinados.
Ela sabia que os pesadelos não iam embora. As memórias da tragédia ainda estavam presentes em sua mente e em seu coração, e ela precisava encontrar uma maneira de lidar com elas.
Esse foi o capítulo de hoje pessoal, ficou curto mais o próximo será bem longo, o próximo terá o ponto de vista de todo os irmãos, aguardem para mais atualizações
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Visões do destino
FantasiaEla não é perfeita; comete erros, age por impulso, é teimosa. O medo de perder quem ama a consome, assim como o medo das mudanças e da solidão. mas ao mesmo tempo aprecia sua própria companhia. Prefere suportar a dor a causá-la, pois conhece o peso...