Capítulo 1

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Eu moro em um universo dividido em Reinos. Essas divisões são mantidas separadas por uma densa neblina, impedindo qualquer vislumbre do outro lado a menos que alguém se aventure a atravessá-la. Eu vivo no Reino Solterra, onde os humanos habitam, mas não pertenço a ele; eu pertenço ao Reino das Chamas Eternas, o reino mais forte entre todos os outros.

No Reino das Chamas Eternas vivem as pessoas chamadas Destinadas. Elas são destinadas umas às outras quando completam a maioridade, embora isso possa acontecer antes ou depois. Esses casos são raros. Ao completar a idade, você recebe uma carta dos deuses com informações sobre o seu "bond" e das outras pessoas que também são destinadas a você. Caso haja mais de uma pessoa, novamente são raros os casos em que isso acontece.

Eu tenho uma família adotiva, mas eles não gostam de mim e eu não faço ideia de como acabei no orfanato. A diretora me disse uma vez que fui deixada na porta em um cestinho, apenas com meu nome: Willow. Alguns humanos não gostam do fato de os outros Reinos terem poderes sobrenaturais enquanto eles não têm. No entanto, muitos seres sobrenaturais vivem no Reino Solterra. Alguns vieram para cá porque suas aldeias foram destruídas por vampiros; outros porque nunca encontraram seu "bond" ou porque ele morreu em guerra. Alguns foram banidos, outros perderam suas asas e não podem mais voar.

Apesar de tantos sobrenaturais estarem aqui, não sinto que pertenço a este lugar. Passei horas em bibliotecas lendo livros sobre eles, mas nunca foi suficiente. Cada vez que parava de ler, percebia que aquelas histórias não eram minhas; pertenciam a outras pessoas.

Hoje é mais um dia onde tenho que acordar cedo para fazer o café da manhã para eles e depois ir para a faculdade

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Hoje é mais um dia onde tenho que acordar cedo para fazer o café da manhã para eles e depois ir para a faculdade. Eles deveriam me dar uma carona até lá, é o mínimo que poderiam fazer depois do que fizeram comigo alguns anos atrás. Mas depois daquilo, não mostraram nenhum pingo de arrependimento.

De qualquer forma, não é como se eles estivessem em casa. Eles sempre estão em algum lugar se embebedando, e hoje é um desses dias, pois não os encontrei em casa. Apenas deixo o café da manhã na mesa e saio para a faculdade. Não conheço muitas pessoas na faculdade; elas não costumam falar comigo por causa da minha deficiência. Algumas me ajudam, mas sei que estão fazendo isso meio que por obrigação. O diretor acha que eu não fiquei sabendo do recado que ele deu a todos os alunos sobre mim no dia que eu faltei, mas já estou acostumada com isso. Todos acham que sou fraca, mas se soubessem por tudo que já passei, certamente não pensariam assim.

Depois de alguns minutos de caminhada, chego à faculdade. Algumas pessoas me cumprimentam, enquanto outras simplesmente me ignoram. Na minha terceira aula, fui chamada para comparecer à sala do diretor, o que achei um pouco estranho, já que ele nunca pediu minha presença a menos que fosse semana de entrega de boletins.

Saí da sala de aula e caminhei pelos corredores vazios até chegar à sala do diretor. Parei diante da porta e bati, pedindo permissão para entrar. Depois que ele respondeu, abri a porta e entrei na sala, que era enorme e bem decorada. Além da presença do Diretor David, senti a presença de outra pessoa , uma energia forte e incomum para os humanos. Era claramente um sobrenatural.

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