Capítulo 13

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𝐌𝐚𝐬𝐨𝐧

Eu sempre disse que não queria Willow perto de mim. Desde que ela voltou, nada mais tem sido o mesmo. Ninguém percebe o quanto eu odeio isso, o quanto eu odeio essa situação? . E agora, lá estava ela, desmaiada nos braços de Alexandre. Todo o caos começou assim que ela apareceu de novo. Por que ela não podia simplesmente ficar longe?

— O que aconteceu com ela? — perguntei, tentando soar indiferente, mas minha voz saiu mais carregada de preocupação do que eu queria.

Bernardo se ajoelhou ao lado dela, verificando seu pulso. Ele olhou para mim com uma expressão que eu odiava — a mesma expressão de quando éramos pequenos, a de um irmão mais velho cansado do meu comportamento.

— Mason, não é hora para isso. Ela precisa de ajuda.

Revirei os olhos, mas algo me impediu de ir embora. Algo me prendeu ali. Olhei para Willow, o rosto dela pálido, e de repente senti um aperto no peito que não fazia sentido. Eu não me importava com ela. Ou pelo menos eu achava que não.

— Coloca ela no carro, Alexandre. Vamos levá-la para casa. Logo ela vai acordar e eu que vou dirigindo — digo, antes que alguém tente me contrariar.

— Eu vou no banco da frente — Ryan avisa, já abrindo a porta.

Alexandre entra com Willow no banco de trás, deitando-a cuidadosamente em seu colo. Bernardo e Maicon se acomodam ao lado dela. Enquanto eu dirigia, o silêncio dentro do carro era quase opressor. A cada vez que olhava pelo retrovisor, via Willow nos braços de Alexandre, o rosto dela ainda sem cor, a respiração leve. Ela parecia tão frágil assim... e de novo, senti aquele aperto no peito, como se estivesse carregando o peso do mundo. Aquela sensação estava começando a me irritar.

— Ligue para os nossos pais e avise o que aconteceu — peço, tentando o nervosismo longe.

Bernardo pega o celular e começa a discar, enquanto Maicon passa a mão pelo rosto, claramente preocupado.

— Ela estava tão bem hoje cedo... — Maicon murmura, a voz baixa.

— Não podemos fazer nada agora, só esperar — digo, tentando manter a voz firme, embora também sentisse aquele nó na garganta.

— Consegui falar com a mamãe — Bernardo disse depois de desligar o celular. — Ela e os nossos pais estão a caminho de casa. Disseram que estão um pouco longe de casa mas tentariam não demorar.

— Ela vai ficar bem? — Maicon perguntou, a preocupação evidente em sua voz.

— Claro que vai — respondi, tentando não deixar transparecer minha própria incerteza. — Ela sempre fica. Não é como se ela fosse quebrar agora, não é?

Ninguém respondeu, e eu odiei o silêncio que se seguiu. Na minha cabeça, uma parte de mim queria acreditar nas minhas próprias palavras, mas outra parte... não tinha tanta certeza assim.

Chegando em casa, estacionamos o carro, e Alexandre a pegou no colo novamente, carregando-a para dentro. Eu fiquei parado por um segundo, olhando para ela, tentando entender por que aquela garota me incomodava tanto. Talvez porque, no fundo, eu soubesse que o problema não era ela. O problema era eu.

𝐓𝐞𝐫𝐜𝐞𝐢𝐫𝐚 𝐩𝐞𝐬𝐬𝐨𝐚

Assim que Alexandre entrou em casa, ele levou Willow para o quarto dela, deitando-a com cuidado na cama. Depois, desceu para falar com os irmãos.

— Eu coloquei ela na cama. Quando ela acordar, precisamos conversar com ela. Ela parece muito fraca — disse Alexandre, preocupado.

— Ela só está fazendo drama, não é nada demais — Ryan retrucou, revirando os olhos.

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