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Os preparativos para o evento de corrida começaram, eu estou bem ansiosa por isso, já que é um prêmio valendo dinheiro. O Josh me chamou hoje para o galpão dele.

Eu saio do carro e entro, vejo Ethan encostado na parede.

- Oi.

- Oi.

- O Josh te chamou também?

- Sim. - Eu apenas aceno com a cabeça e me encosto em uma mesa próxima.

Josh entra e nos cumprimenta. - Que bom que vieram. - Ele sorri. - Vocês dois vão ser uma equipe para a corrida. São meus melhores corredores.

- O que? - Eu e Ethan dizemos em um uníssono.

- Ah, nem me venham com essa história de que vocês se odeiam, isso tudo é só tensão sexual acumulada. Ou vocês correm juntos, ou não participam da corrida.

Eu bufo e me desencosto da mesa.

- Vocês vão formar uma ótima equipe.

Após ele nos convencer, nós aceitamos o que ele diz e vamos embora.

- É bom ganharmos essa corrida, não quero sofrer te aguentando e no final não ter nada. - Ethan diz.

- Te digo o mesmo.

- Ótimo.

- Ótimo.

Nós entramos cada um em seu carro e vamos embora do galpão.

*****

Eu e Ethan passamos dias treinando para termos chance de ganhar a corrida. Hoje ficamos por quase duas horas dando voltas e mais voltas em um estacionamento vazio.

Eu saio do carro e me sento no capo e suspiro. Ethan sai do carro também e vem em minha direção.

- Você foi bem, tarada.

- Tarada? - Eu franzo a testa.

- Estava lembrando do dia que você ficou com a camisa transparente na cafeteria. - Ele ri.

- Por culpa sua. - Eu reviro os olhos. - E por que você está lembrando de quando eu fiquei com a camisa transparente na cafeteria, hein? - Eu provoco e rio.

- Porque foi super engraçado.

- Eu acho que você tem uma queda por mim e essa imagem fica percorrendo pela sua mente 24 por 7.

Ele apenas sorri de ladino. - Te vejo na faculdade, tarada.

- Você que é o tarado, não tira a imagem de mim com a camisa transparente da mente. - Eu digo e ele ri. - Te vejo na faculdade, tarado.

Eu entro no meu carro rindo e me olho pelo espelho e paro de sorrir.

- Por que está sorrindo tanto? O Ethan Cillian não deveria te fazer sorrir.

Eu reviro os olhos e dou partida no carro e vou para o campus da universidade. Layne pergunta onde eu estava e eu digo que estava correndo com Ethan.

- Eu ouvi bem? Correndo com Ethan? Ethan Cillian?

- Sim, você sabe porque estamos correndo juntos, para a competição.

- Eu ainda acho que vocês vão acabar transando.

- Credo, Layne. - Eu faço uma careta e tiro meu casaco.

- O que? Só estou falando a verdade. Quando acontecer você saberá que eu sempre tive razão. - Ela sorri.

- Nunca mais fale isso.

- Você sabe que eu tenho razão.

- Não tem, não. O Ethan não quer transar comigo, entendeu? Nada vai acontecer.

O sorriso dela aumenta e eu percebo o que eu acabei de falar. - O Ethan não quer? Então você quer?

- Eu não disse isso.

- E também não disse que não quer.

Eu fico em silêncio e ela pula em cima de mim na cama sorrindo.

- Você e Ethan Cillian embaixo de uma árvore. Se. Beijando.

- Cala a boca. - Eu reviro os olhos e rio.

Duas semanas se passaram e Layne continua me enchendo com a história de que eu quero transar com o Ethan. Ela me fala isso todos os dias, eu não aguento mais.

Eu e Ethan temos treinado todos os dias, estamos focados para essa corrida. Corremos por duas horas hoje de novo. Estamos sentados na calçada do estacionamento conversando como pessoas normais, sem brigar.

- Ei, você recuperou a nota do seu projeto?

- Eu recuperei, o professor disse que alguém foi até ele falar que meu projeto foi sabotado, pelo visto o Asher confessou.

- Ótimo.

- Por que?

- Nada, só queria saber se tinha dado certo.

- O meu projeto?

- Também.

Eu franzo a testa e fico confusa.

- Também?

- Sim. Ele não confessou porque foi empático.

- O que quer dizer com isso?

- Eu dei um empurrãozinho.

- O que? - Eu arregalo os olhos. - Foi você que deu um olho roxo para ele então?

- Eu mesmo. - Ele sorri e eu não posso deixar de sorrir um pouco também.

- Por que fez isso?

- Ele é um babaca e você não mereceu a nota que recebeu, seu projeto estava bom.

- Isso foi um elogio?

- Não, não foi um elogio. - Ele revira os olhos. - Ainda não foi um elogio.

- Hm, sei. - Eu rio e olho para ele com os olhos semicerrados. - Obrigada.

- Me agradecendo pela segunda vez?

- Não fica se achando, ta?

- Ah, eu vou, sim. - Ele ri. - Ayla Elwood me agradeceu pela segunda vez. Eu vou querer aparecer no Guiness Book.

- Pare de ser exagerado, que horror. - Eu rio. - Não precisava ter me ajudado, mas obrigada.

- Terceira vez! - Ele grita.

- Cala a boca. - Eu balanço a cabeça e rio.

Ele sorri e eu paro de rir, ficamos nos encarando por um tempo em silêncio e eu sinto um friozinho na barriga.

- Eu já vou indo. - Ele diz e limpa a garganta. - Te vejo na faculdade, esquentadinha.

- Outro apelido? - Eu rio e me levanto. - Te vejo na faculdade, comedor de poeira.

Ele revira os olhos e ri entrando no carro dele. Eu fico em pé vendo o carro dele se distanciar, com um sorriso no rosto. Até que ele não é tão insuportável, mas eu nunca vou admitir isso, ainda mais para Layne.

race against fateOnde histórias criam vida. Descubra agora