𝐋𝐚 𝐝𝐢 𝐝𝐢𝐞 - 𝐍𝐚𝐝𝐞𝐧

05.

JADEN HOSSLER

Naquela noite, eu sabia que precisava ter uma conversa com Mads. O clima entre nós estava tenso, e o que antes era uma conexão leve agora parecia uma obrigação. Enquanto me preparava para encontrá-la, as dúvidas martelavam na minha cabeça.

Mads estava sentada no sofá, com o olhar fixo na tela do celular. Assim que entrei, ela levantou os olhos, mas logo voltou a se concentrar na tela.

— Precisamos conversar — eu disse, tentando manter a voz firme.

Ela suspirou e finalmente olhou para mim.

— Sobre o quê? — perguntou, parecendo já saber a resposta.

— Eu sinto que estamos nos afastando. A música, o estúdio... tudo isso tem tomado muito tempo e energia, e não estamos dando a nós mesmos a atenção que merecemos.

Mads cruzou os braços, e eu percebi a frustração em seu olhar.

— Então, você está dizendo que isso é por causa do trabalho?

— Não é só isso — respondi, buscando as palavras certas. — Eu sinto que não somos mais a mesma pessoa. A conexão que tínhamos se perdeu no meio de tudo isso.

Ela se levantou, indignada.

— Você está terminando comigo por causa de um projeto? Pensei que estaríamos juntos nessa.

— Não é isso. Eu só... eu não quero que continuemos assim. Sinto que estamos mais como colegas do que como um casal.

A sala ficou em silêncio, e Mads finalmente desviou o olhar.

— Então, é isso? — ela murmurou, a voz baixa.

Senti meu coração apertar, mas sabia que era a coisa certa a fazer.

— Sim. Precisamos de tempo separados, para nos encontrarmos de novo.

A expressão dela mudou, e uma mistura de dor e raiva se formou em seu rosto.

— Você realmente acha que isso vai resolver algo?

— Eu espero que sim — respondi, lutando contra a emoção. — Espero que possamos encontrar o que realmente queremos, cada um de nós.

Ela balançou a cabeça, como se tentasse absorver tudo.

— Eu só não esperava isso.

Enquanto ela se afastava, meu coração se partiu. Sabia que era necessário, mas também que era doloroso. A música sempre uniu as pessoas, mas, às vezes, também as separa. Fechei os olhos, tentando processar a realidade do que havia acabado de fazer.