Capítulo 4: If We Do the Unthinkable

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Tem tanta coisa aqui que veio de uns lapsos de memória de histórias que eu já li. Enfim, espero que gostem. Qualquer erro ou incoerência me avisem. Podem votar e comentar, o feedback sempre é importante :) Boa leitura!

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"Às vezes, o que mais evitamos é exatamente o que mais precisamos enfrentar."

POV: Maya Manoela

Na sexta-feira fui até o aeroporto ligada no modo automático, óbvio que pouco tinha conseguido dormir, a ansiedade não deixara. Caminhei o mais rápido que consegui pelo aeroporto, estava em cima da hora e se atrasasse sabia que a Dra. Torres não me perdoaria. O problema foi que me perdi em quase tudo que tinha para fazer, nunca tinha viajado em um avião particular antes, e isso acabou por confirmar o meu atraso. Quando por fim consegui ser encaminhada até a aeronave, minha chefe já me aguardava impaciente, seu olhar era reprovador, claro.

— Bom dia. — Cumprimentei a comissária enquanto esta me ajudava com a bagagem.

Depois disso, fui levada até uma das poltronas aconchegantes que compunham o local. Era inacreditável que uma decoração como aquela coubesse dentro de um avião pequeno, mas não passei muito tempo observando tudo. Afinal, já tinha me atrasado, e se minha chefe resolvesse se incomodar novamente com meu lado curioso, eu estaria encrencada em dobro.

— Bom dia, Srta. Torres. — Cumprimentei sem olhar em sua direção.

— Bom dia, Sra. Collins. Teve problemas com o despertador?

Claro, até parece que ela deixaria passar. Passei a mão pelos cabelos, segurando um risinho irônico, e me atrevi a olhá-la, mas ela não tirou os olhos do papel que lia. Não perdi meu tempo para responder. O avião rapidamente decolou, e ela continuava absorta em sua leitura, enquanto eu fechava os olhos. Se conseguisse permanecer assim e dormisse até chegarmos, não precisaria lidar com ela.

— Com sono? — Sua voz me atingiu com tudo.

Óbvio que não seria assim tão fácil. Tive vontade de reclamar, passar a mão na testa e demonstrar o quanto ela me irritava, mas preferi permanecer do jeito que estava, de olhos fechados.

— Sim.

— Como foi sua noite? — Certo, ela não ia me deixar dormir? O que ela queria com aquele tipo de pergunta? Fiquei em alerta.

— Tranquila.

— Ainda brava comigo por causa de Malibu? Não vai querer responder minhas perguntas? — Franzi o cenho. Não podíamos ter uma viagem sossegada de avião, cada uma com seus pensamentos até chegarmos lá para trabalhar? Ela precisava continuar com aquilo? Sorri ironicamente.

— Srta. Torres, dê-se por satisfeita com o que já sabe. Acho que já deixei bem claro que não irei lhe responder.

Ela riu debochada, e sem aguentar, eu a encarei. Meu queixo se projetou para cima, como sempre acontecia quando me sentia desafiada, e puxei o ar com força, tentando controlar meu gênio. Isso só pareceu incentivá-la mais, e fiquei indignada. A sorte foi que a comissária voltou para lhe servir um copo de suco e água para mim.

Houve um breve silêncio, e eu tentei me concentrar no fato de que estávamos apenas a algumas horas de distância de Los Angeles. Um final de semana inteiro ao lado de Giovanna Torres... como se isso fosse fácil. Ela tinha o talento único de me tirar de órbita. Cada palavra que ela soltava parecia cuidadosamente calculada para me irritar, me desestabilizar. E o pior? Eu sabia que ela gostava disso.

A comissária, percebendo o clima tenso entre nós, se afastou educadamente após entregar as bebidas. Peguei o copo d'água e bebi em silêncio, tentando focar em qualquer coisa que não fosse a presença de Giovanna ao meu lado.

Who are you in the dark?Onde histórias criam vida. Descubra agora