Capítulo 3: Hard To Explain

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É domingo à noite, mas tem capítulo novo. Qualquer erro ou incoerência podem avisar. O feedback de vocês é importante pra continuidade da história. Podem comentar e votar. Boa leitura!

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"A vida é cheia de contradições. Às vezes, quem mais nos confunde é quem mais precisamos por perto. E nos momentos em que deveríamos estar focados, o coração insiste em lembrar que, nem sempre, estamos no controle. O pior é que essas contradições... elas raramente desaparecem. Elas só ficam mais complicadas."

Anteriormente...

Giovanna estava atrás dela, agora sozinha.

— Dra. Collins, não sabia que você também gostava desse tipo de ambiente. — disse Giovanna, com um tom de brincadeira, mas carregado de intenções, o sorriso não desaparecendo dos lábios.

Maya tentou manter a compostura, mas seus pensamentos estavam caóticos. Era impossível negar o impacto que Giovanna tinha sobre ela, e o pior — ou melhor — de tudo é que Giovanna sabia disso.

I'm shameless, screamin' my lungs out for ya
(Eu sou sem vergonha, gritando por você)

Ela levou o copo aos lábios, bebendo um gole para tentar acalmar a mente. Mas o jeito confiante de Giovanna, sua proximidade e o sorriso irritante nos lábios estavam incendiando algo dentro de Maya que ela mal conseguia controlar.

Giovanna ergueu o copo de uísque e tomou um gole, sem desviar o olhar de Maya.

Not afraid to face it, I need you more than I want to
(Não tenho medo de encarar, preciso mais de você do que quero)

O coração de Maya batia mais rápido. Ela se odiava por sentir aquilo, odiava como Giovanna a deixava sem chão, sem controle. E, no fundo, sabia que aquela noite estava apenas começando, e tudo o que poderia acontecer estava fora de seu controle.


Antes que Maya pudesse responder algo, Ana Clara apareceu e, de forma oportuna, interrompeu a tensão crescente. Maya viu aquilo como uma desculpa para escapar.

— Preciso retocar a maquiagem, já volto — disse Maya, dando uma desculpa rápida e desaparecendo pelo corredor em direção ao banheiro.

Giovanna, é claro, não era do tipo que desistia fácil. Depois de poucos minutos, ela seguiu Maya até o banheiro. Assim que entrou, o ar parecia ainda mais pesado.
Ela estava parada ali, na porta do banheiro, me observando. Giovanna não disse nada por longos segundos, mas eu podia sentir o peso de seu olhar. Seus olhos percorriam meu rosto de uma maneira calculada, como se estivesse tentando entender algo, ou talvez esperando que eu desse o primeiro passo. Mas, claro, Giovanna Torres nunca esperava. Ela sempre tomava o controle.

Havia algo na forma como ela me olhava que me deixava desconfortável. Não era só a tensão profissional que sempre pairava entre nós. Não era apenas o costumeiro desdém ou superioridade em seu rosto. Dessa vez, havia algo mais. Algo que eu não conseguia interpretar.

Fiquei ali, encostada na pia, esperando. Ela não se movia. Só continuava me observando, e o silêncio entre nós se tornava cada vez mais pesado. Eu não sabia o que fazer, então soltei a pergunta que parecia óbvia naquele momento.

— Você precisa de alguma ajuda, Dra. Torres?

Minha voz saiu mais hesitante do que eu pretendia, o que me irritou de imediato. Eu odiava o jeito como Giovanna me deixava assim, sem equilíbrio, sempre um pouco fora de mim.

Who are you in the dark?Onde histórias criam vida. Descubra agora