°•~Capítulo 59~•°

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Pov: Angel Dust

  Enquanto Molly me mostrava as maravilhas do paraíso, me vi ficando cada vez mais desanimado, um sentimento de vazio, um desconforto, um cansaço, uma agonia.
  Naquele momento, as coisas ainda estavam fáceis de aguentar e esconder, não seria por muito tempo, mas eu conseguiria pelo menos até aquele dia acabar. Foi o que pensei.

  Dentre a maioria do que Molly me mostrou, como soa, festas, bibliotecas, praias e jardins, ela me levou para um parque de diversões, onde nós não só passariamos os olhos, como nos outros, mas brincariamos e jogariamos.
  Aquele parque era bem grande e bonito, como se tivesse sido construído ou reformado há um ou dois dias. Mesmo sendo bem melhor que o parque do inferno, aquele ar pesado se tornou mais difícil de segurar.

  Ela me mostrou vários dos brinquedos de múltiplas cores e luzes que aos poucos ligavam por estar ficando tarde, ela quis que eu fosse em vários dos brinquedos com ela, o que só dificultou pra mim.
  Depois de irmos em alguns como basquete e tiro ao alvo, ela viu o quão desanimado eu estava e parou de me puxar para onde ela queria ir e ficou na minha frente.

  Molly: "Anthony... Você tá legal..? Olha, por que você não me espera aqui enquanto eu vou procurar um lanche pra ti?"

  Angel: "Não, Molly... Eu tô legal... Só cansado de tudo de aconteceu hoje..."

  Molly: "Eu não vou aceitar um “não” como resposta! Já volto!"

  Ela saiu para uma barraca de salgados, me deixando há poucos metros da roda gigante. Eu tinha só me abraçado enquanto lembrava de Husk.
  Por um momento, enquanto esperava, vi uma margarida no pequeno gramado ao lado da roda gigante, eu hesitei um pouco, mas peguei a flor e comecei a tirar suas pétalas sutilmente enquanto sussurrava pra mim mesmo.

  Angel: "Bem me quer... Mau me quer... Bem me quer... Mau me quer..."

  Fiz aquilo como uma espécie de estimativa sobre “qual me quer” na minha jornada do paraíso, meu desânimo estava misturado com uma tristeza enquanto fazia aquilo.
  Quando Molly voltou com uns salgados, ela me viu com a flor e se aproximou mais gentilmente, um olhar levemente preocupado em seu rosto enquanto ela chegava pra perto.

  Molly: "Anthony... O que você está fazendo..?"

  Angel: "Nada demais... Eu só tô com sono mesmo..." Eu terminei de tirar as pétalas, “

  Molly: "Tem certeza..? Você sabe que pode me contar tudo, né..?"

  Angel: "Eu tô legal... Vamos pra casa logo..."

  Eu logo fui em rumo da saída do parque, a deixando correr atrás de mim, mas antes mesmo de sairmos, ela ficou na minha frente de forma insistente.

  Molly: "Só me dê uma explicação ao menos! Pode pelo menos descrever em uma palavra o que você tá sentindo?"

  Eu hesitei um pouco antes de responder, não só por uma pressão interna, mas por realmente estar em dúvida de como por em uma palavra. Eu só queria descansar.

𝓐𝓬𝓸𝓻𝓻𝓮𝓷𝓽𝓪𝓭𝓸𝓼Onde histórias criam vida. Descubra agora