Capítulo 11

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Sofia Oliveira

A noite estava tranquila, mas a tensão entre mim e Franco ainda pulsava em minha mente. Decidi que precisava de um tempo para relaxar e espairecer. Um jantar em um restaurante próximo ao hotel parecia a melhor opção. Ao menos eu conseguiria distrair minha cabeça, longe das pressões da corrida e das complicações emocionais que Franco havia trazido para a minha vida.

Chegando ao restaurante, a atmosfera era acolhedora, com luzes suaves e uma música ambiente que me fazia sentir mais à vontade. Pedi um prato simples e um vinho. Enquanto aguardava, observei as pessoas ao meu redor, tentando me perder na normalidade da situação. Mas, por um instante, a imagem de Franco voltou à minha mente. Aquela química que tínhamos, o beijo... Era difícil não pensar nele.

Meus pensamentos foram interrompidos quando ouvi uma risada alta vindo de uma mesa próxima. Ao olhar, reconheci o rosto familiar. Era Lando, cercado por alguns amigos, aparentemente já bem passado de bebida. Ele ria de alguma piada interna e acenava para todos ao seu redor, mas havia uma certa desordem em sua expressão que me fez sentir um misto de preocupação e divertimento.

Levantei-me da mesa, me aproximando lentamente, e o cumprimentei.

— Lando, você está bem? — perguntei, tentando soar mais preocupada do que surpresa.

Ele virou-se para mim, os olhos brilhando, um sorriso largo nos lábios.

— Sofia! — Ele exclamou, claramente animado por me ver. — Venha, junte-se a nós! Estou celebrando minha incrível performance nas últimas corridas!

— Uau, você realmente está... — Olhei ao redor, percebendo que a mesa estava cheia de garrafas vazias. — Bebendo um pouco demais, não?

— Nunca! — ele respondeu, dando um gole em seu copo antes de enfiar a garrafa de champanhe de volta na mesa. — Hoje é dia de festa! E eu não vou deixar que ninguém me impeça!

Um riso involuntário escapou dos meus lábios. Era bom ver Lando tão alegre, mas a preocupação crescia em meu peito. Eu sabia que ele estava prestes a se prejudicar com a sua equipe se continuasse assim.

— Vem, vamos tomar um drink! — Ele puxou-me pela mão, quase me arrastando para sentar ao seu lado. Senti a energia contagiante dele, mas também a urgência de tirar Lando daquela situação.

— Olha, Lando... — comecei, tentando ser séria. — Você precisa parar com isso. Que tal eu te ajudar a voltar ao hotel antes que isso piore? Você não quer ter problemas com a sua equipe.

Ele fez uma careta, mas rapidamente recuperou o sorriso.

— Problemas? O que são problemas? — ele perguntou, balançando a cabeça de forma despreocupada. — A vida é uma festa, Sofia! Não podemos nos preocupar com as consequências o tempo todo!

— O problema é que você pode ter consequências muito ruins se não tomar cuidado — respondi, decidida. — Então vamos, é melhor eu te levar de volta.

— Eu quero comemorar. Se eu for para o hotel, você comemora comigo?

— Lando, vamos embora. É melhor para você.

Ele hesitou, mas finalmente concordou.

— Ok, mas só se você me prometer que me contará qual é o seu segredo com o Franco! — Lando desafiou, piscando para mim.

A menção de Franco fez meu estômago revirar. Eu queria muito falar sobre aquilo, mas não da forma que Lando estava sugerindo. Então, apenas sorri, tentando desviar da conversa.

— Vamos. — O puxei para fora do restaurante, enquanto ele se equilibrava e riu como se a situação fosse a mais engraçada do mundo.

No caminho para o hotel, Lando começou a falar sobre as corridas e suas expectativas para o futuro, mas suas palavras se tornaram uma mistura incoerente e eu apenas o escutava, rindo das suas tiradas. Quando chegamos ao hotel, ele parecia ter se acalmado um pouco, embora ainda estivesse longe de estar sóbrio.

Assim que entramos, vi Charles passando pelo corredor. Ele parou, observando-nos com uma expressão de surpresa.

— Lando? — ele chamou, estreitando os olhos. — O que você está fazendo com Sofia?

— Nós estávamos... — Lando começou, mas eu o interrompi.

— Ele estava apenas celebrando um pouco demais e eu o trouxe de volta — expliquei rapidamente, tentando esconder a tensão crescente.

— Vocês estavam se pegando?

Charles olhou para mim e depois para Lando, com uma expressão que misturava preocupação e divertimento.

— Vocês definitivamente combinam. — Ele deu uma risadinha, o olhar em seu rosto indicava que ele sabia que havia mais nessa história. — Bem, é melhor vocês irem descansar.

— É o que estou tentando fazer — respondi, tentando manter a calma. — Vou levá-lo para o meu quarto para que ele não tenha problemas.

— Ótimo plano. — Charles assentiu, ainda rindo, enquanto se afastava. — Se cuida, Lando. Ou melhor dizendo, cuida dele, Sofia.

Fui até o elevador, segurando Lando para que ele não caísse. Ele riu de algo que eu não entendia e eu apenas o ignorei. Quando chegamos ao meu andar, entrei rapidamente no meu quarto, ajudando-o a se acomodar na cama.

— Você está bem? — perguntei, observando-o se deixar cair na cama, com um sorriso bobinho nos lábios.

— Você é a melhor, Sofia! — Ele exclamou, fechando os olhos. — Obrigado por me salvar de mim mesmo.

— Não é nada, Lando. Apenas não quero que você se machuque. Você é um ótimo piloto e não deve arriscar isso.

Ele sorriu para mim, um sorriso sincero que me fez sentir um calor no coração.

— Você é incrível. — Ele murmurou, antes de adormecer.

Fiquei ali por um momento, olhando para ele. Era bom ter um amigo como Lando, mas a imagem de Franco rapidamente voltou à minha mente. O que eu realmente queria era que as coisas entre nós fossem tão simples quanto a amizade que compartilhava com Lando.

— Vem aqui — Lando pede batendo com a mão no espaço vazio ao seu lado na cama — Prometo não fazer nada.

— Lando é melhor não

— Por favor

Suspirei, desligando a luz do quarto. Talvez, no fundo, eu soubesse que as coisas nunca seriam simples com o Franco, especialmente quando o coração estava envolvido.

Com um último olhar para Lando, que agora dormia tranquilamente, eu me aproximei ao seu lado na cama e me deitei ali ao seu lado.

O que eu realmente desejava era que a vida não fosse tão complicada, e que os sentimentos fossem mais fáceis de lidar. Mas, à medida que o silêncio se instalava, percebi que esse era apenas o começo.

Amigos & Rivais - Franco ColapintoOnde histórias criam vida. Descubra agora