Capítulo 7

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Sofia Oliveira

Sexta-feira. O paddock estava repleto de movimentação e adrenalina enquanto os treinos livres aconteciam. Eu adorava essa energia, mas hoje havia uma pequena chama de diversão que me fazia querer provocar Franco. Ele precisava entender que o jogo tinha regras, e eu estava prestes a deixá-lo um pouco mais interessante.

Enquanto eu me preparava, vi Lando se aproximar. Ele sempre tinha um jeito de me fazer rir, e decidi que era hora de usar isso a meu favor.

— Ei, Lando! — chamei, com um sorriso sedutor. — Pronto para impressionar hoje?

Ele sorriu de volta, seu olhar brilhando.

— Sempre! E você? Está disposta a ser minha musa inspiradora?

Aproveitando a deixa, me inclinei um pouco mais perto, observando Franco de canto de olho. Ele estava a poucos metros de nós, e eu pude ver a irritação se formando em seu rosto. Era exatamente o que eu queria.

— Claro! — respondi para Lando, com um tom brincalhão. — Adoraria passar algum tempo com um dos melhores pilotos do grid.

Franco cruzou os braços, sua expressão era fechada, enquanto me observava. Eu podia sentir sua frustração, mas decidi seguir em frente. Lando era divertido e leve, e isso tornava as coisas mais fáceis.

— Então, depois dos treinos, que tal um café? — Lando sugeriu, inclinando-se levemente para mim.

— Eu adoraria! — sorri, lançando um olhar de canto para Franco, que agora estava claramente irritado. Mas ao mesmo tempo, havia um brilho em seus olhos que me dizia que ele estava se importando.

Lando aproveitou a deixa e começou a flertar, colocando a mão suavemente em minha costas. A sensação de estar no centro da atenção me deixava animada, mas também me fez perceber a tensão entre mim e Franco. Ele não estava confortável, e isso só me divertia mais.

Enquanto Lando continuava suas provocações, eu olhei para Franco, que agora estava me encarando com um misto de raiva e confusão. Eu sabia que estava jogando com fogo, mas a ideia de ver sua reação me deixava ainda mais empolgada.

[...]

Os treinos finalmente chegaram ao fim, e a garagem estava em um alvoroço. Franco estava imerso em uma conversa com os estrategistas, analisando dados e discutindo táticas para a corrida. Mas eu tinha outros planos em mente.

De repente, Lando entrou na garagem com seu jeito descontraído, atraindo a atenção de todos. Era impossível não notar seu sorriso contagiante e a aura de confiança que o cercava.

— Sofia! — ele chamou, acenando para mim. Meu coração deu um pulo, e não consegui evitar o sorriso que se formou no meu rosto. — Vamos tomar aquele café?

Os olhares dos engenheiros se voltaram para nós, e eu percebi que Franco havia interrompido sua conversa para nos observar. A tensão estava no ar.

— Vamos! — respondi, animada, enquanto Lando me guiava para fora da garagem.

Os minutos se passaram em uma mistura de risos e conversa leve, mas não pude ignorar a sensação de que Franco estava nos vigiando. Finalmente, a porta da cafeteria se abriu, e Franco entrou, com uma expressão que deixava claro que ele não estava nada feliz.

— Preciso da minha assistente — ele disse, olhando diretamente para mim. — Temos um compromisso importante.

Olhei para Lando, que parecia surpreso, mas eu sabia que não havia compromisso algum. Era apenas uma desculpa. A verdade era que Franco estava com ciúmes.

— Agora? Mas nós — Lando começou, mas eu o interrompi.

— Desculpe, Lando. Preciso ir com Franco — disse, me levantando.

— Podemos fazer isso mais vezes?

— Claro, é só me avisar - falo sorrindo

Lando se aproxima colocando sua mão em minha cintura e me dando um beijo no canto da boca.

— Até depois.

Conforme seguimos para a saída, senti o olhar de Franco em mim. Ele estava irritado, e eu não pude evitar um sorriso provocador.

— O que foi? Não está gostando mais da brincadeira? — perguntei, lançando um olhar desafiador.

Franco parou, encarando-me com intensidade. Então ele me puxou para um lugar mais vazio.

— Não estou gostando, não — disse, se aproximando e segurando minha cintura com firmeza. — E se eu estiver com ciúmes?

O jeito como ele me segurou, tão próximo, me deixou nervosa, mas ao mesmo tempo, uma onda de excitação percorreu meu corpo. A provocação no ar se intensificou, e não consegui me segurar.

— O que vai fazer? — perguntei, desafiando-o, enquanto nossos rostos se aproximavam.

Então, num impulso, quebramos a distância entre nós, nossos lábios se encontrando em um beijo quente e apaixonado. O mundo ao nosso redor desapareceu, e naquele momento, só existíamos nós dois, envoltos em uma mistura de ciúmes e desejo.

O beijo durou apenas alguns segundos, mas a intensidade daquele momento ainda pulsava entre nós. Quando finalmente nos separamos, Franco deu um passo para trás, sua expressão misturando desejo e frustração.

— Você me deixa louco, Sofia — ele disse, passando a mão pelo cabelo, tentando se recompor. — Mas não podemos nos envolver.

As palavras dele foram como um balde de água fria. Fiquei parada, sem saber como reagir. Como ele poderia simplesmente jogar tudo isso fora?

— Por que não podemos? — perguntei, um pouco inconformada, tentando entender. — O que há de errado nisso?

Franco balançou a cabeça, a expressão dele se tornando mais séria.

— Precisamos nos focar nas corridas. Isso pode complicar tudo. E nós não podemos mais repetir esse beijo.

A irritação começou a borbulhar dentro de mim. Como ele podia ser tão inflexível? Um impulso de raiva me fez dar um passo para trás.

— Então, ótimo! — respondi, tentando manter a calma, mas a frustração escapava. — Se você não quer isso, então eu não sou obrigada a ficar aqui.

Com isso, me virei e comecei a me afastar, sentindo a adrenalina da raiva correr pelas veias. Não podia acreditar que ele estava se negando a reconhecer o que estava entre nós.

— Sofia! — ele chamou, mas eu não me virei. Eu precisava de espaço, precisava de tempo para processar tudo.

Franco ficou para trás, sozinho, e uma parte de mim se perguntou se ele realmente entendia o que estava jogando fora. Mas eu não estava disposta a ser a única lutando por algo entre nós dois. A pressão de tudo isso era demais, e eu não ia me deixar ser machucada mais uma vez.

Amigos & Rivais - Franco ColapintoOnde histórias criam vida. Descubra agora