capítulo 6 : Provocações em alta velocidade

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Jaemin apertou a mandíbula com tanta força que parecia que seus dentes iriam rachar. O riso baixo e desdenhoso de Jeno ainda ecoava em seus ouvidos, reverberando pela sala de conferências como um veneno que se espalhava lentamente. Cada sílaba parecia ter sido projetada com o único propósito de irritá-lo, de cravar uma faca em seu orgulho já ferido. Não bastava a derrota — Jeno fazia questão de transformá-la em uma humilhação pública.

O silêncio que dominava a sala era denso e sufocante. Os engenheiros e mecânicos da Red Bull se entreolhavam de maneira nervosa, incapazes de esconder o desconforto crescente. Eles estavam acostumados a rivalidades no mundo das corridas, mas o que estavam presenciando era mais do que isso. Era pessoal. O ódio entre Jaemin e Jeno era palpável, quase material. E ali, naquela sala cheia de testemunhas, a tensão atingia um nível insuportável.

Jaemin lutava contra o impulso de explodir. Sua respiração era pesada, seus punhos cerrados tão firmemente que seus dedos doíam. Ele não queria — e não podia — dar a Jeno o prazer de uma explosão pública, não na frente de tantas pessoas. Mas, por dentro, sua raiva queimava como uma fogueira incontrolável.

Jeno estava encostado contra a parede, relaxado, como se não tivesse uma única preocupação no mundo. O sorriso preguiçoso que curvava seus lábios só servia para aumentar o ódio que Jaemin sentia. Ele odiava como Jeno conseguia parecer tão confiante, tão intocável. O piloto da Ferrari sempre tinha a maldita capacidade de parecer superior, como se estivesse permanentemente acima de qualquer um que ousasse desafiá-lo.

— Isso é o que você chama de uma corrida, Jaemin? — Jeno zombou, finalmente quebrando o silêncio com uma provocação venenosa. — Se eu soubesse que ia ser tão fácil, nem teria me esforçado tanto.

A risada curta e arrogante de Jeno ecoou pela sala, enquanto ele cruzava os braços no peito, os olhos brilhando de satisfação. Jaemin podia sentir o olhar de Jeno queimando nele, como se estivesse analisando cada reação, cada pequeno movimento que poderia trair sua frustração. Ele sabia que Jeno estava adorando aquilo.

— Você teve sorte hoje — Jaemin respondeu com a voz baixa, mas carregada de veneno. — Só isso. Mas sorte acaba, Jeno. Na próxima, vou te deixar comendo poeira, e você vai se lembrar quem é o verdadeiro campeão aqui.

Jeno arqueou uma sobrancelha, claramente se divertindo com a tentativa de Jaemin de manter a compostura. Ele deu um passo à frente, aproximando-se mais, sem quebrar o contato visual.

— Sorte? — Jeno riu, um som oco e zombeteiro. — Quantas vezes você já me deu essa desculpa, Jaemin? Todo mundo aqui já cansou de ouvir você falando que “foi sorte”. O problema é que você só sabe falar. Ação, isso você não tem.

Jaemin sentiu o sangue ferver em suas veias. Ele queria avançar, confrontar Jeno fisicamente, mas sabia que não podia fazer isso na frente de toda a equipe. Seus músculos estavam tensos, prontos para o combate, mas ele se forçou a manter os pés no chão.

— Eu falo porque eu posso — Jaemin rebateu, sua voz ficando mais firme. — E na próxima corrida, você vai ver exatamente do que eu sou capaz. Acha que essa vitória significa alguma coisa? — Ele deu um passo à frente, diminuindo a distância entre eles, o olhar fixo no de Jeno. — Acha que isso vai durar?

Jeno deu um sorriso malicioso, inclinando a cabeça ligeiramente para o lado, como se estivesse considerando a pergunta por um momento antes de responder.

— Não só acho que vai durar — ele disse lentamente, saboreando cada palavra — como acho que vai piorar. Porque quanto mais você tenta, Jaemin, mais você se afunda. A cada corrida, você se aproxima da frustração, enquanto eu estou aqui, colecionando vitórias. E sabe o que mais? Eu adoro te ver assim. Correndo atrás de mim, sempre ficando pra trás.

Jaemin sentiu o golpe como se tivesse sido físico. Aquelas palavras, "ficando pra trás", eram como uma faca cravada em seu ego. Ele sabia que Jeno estava tentando provocar uma reação, mas isso não tornava mais fácil ignorar. Pelo contrário, só intensificava seu desejo de revidar, de apagar aquele maldito sorriso do rosto de Jeno.

— A única coisa que você tem é sorte, Jeno — Jaemin retrucou, com a voz fria e controlada. — Mas a sorte muda. E quando isso acontecer, eu vou estar lá pra acabar com você. Na pista, fora dela, tanto faz.

— Nossa, você é tão bom que ficou pra trás — Jeno repetiu, o tom zombeteiro ficando mais ácido, e ele deu de ombros, como se estivesse realmente considerando aquilo. — E sabe o que é mais engraçado nisso tudo? Você pode até ganhar uma corrida aqui ou ali, mas no final, todo mundo sabe quem é o melhor. Você pode se esforçar o quanto quiser, Jaemin. Mas você nunca vai me superar.

A fúria queima no peito de Jaemin. Cada palavra de Jeno parecia acertá-lo diretamente, como golpes bem calculados. Ele queria gritar, queria partir para cima, mas sabia que isso só daria a Jeno exatamente o que ele queria. Ele precisava ser mais esperto, precisava mostrar que estava no controle.

— Vamos ver na próxima corrida, então — Jaemin disse, sua voz ganhando uma determinação sombria. — Quando eu ganhar, vou fazer questão de esfregar essa vitória na sua cara. E você vai engolir cada palavra arrogante que acabou de dizer.

Jeno riu novamente, o som leve e despreocupado. Ele parecia genuinamente se divertir com a situação, como se todo o confronto fosse uma grande piada para ele.

— Boa sorte com isso — Jeno respondeu com desdém, antes de se virar para sair da sala. — Você vai precisar.

Enquanto Jeno caminhava para a porta, a tensão na sala permaneceu quase insuportável. Os olhos de todos os presentes estavam fixos em Jaemin, esperando para ver o que ele faria a seguir. Ele podia sentir o peso de cada olhar, a expectativa silenciosa de sua equipe. Mas, mais do que isso, ele sentia o fogo ardendo dentro de si, o desejo de provar para Jeno — e para todos ali — que ele não era alguém que ficaria para trás.

Assim que Jeno saiu da sala, Haechan se aproximou, colocando uma mão firme no ombro de Jaemin.

— Deixa pra lá, Jaem — Haechan disse, com a voz baixa e calma. — Ele quer te tirar do sério. E parece que tá conseguindo.

Jaemin respirou fundo, forçando-se a relaxar um pouco. Ele sabia que Haechan estava certo. Ele sabia que Jeno estava jogando, tentando provocá-lo até o ponto de ruptura. Mas isso não tornava mais fácil controlar a raiva.

— Eu sei — Jaemin murmurou, olhando para o chão por um momento, antes de levantar o olhar para Haechan. — Mas é tão difícil, Haechan. Ele se acha intocável. E isso me irrita.

— Eu sei — Haechan concordou, apertando o ombro de Jaemin. — Mas a melhor maneira de calar ele é ganhar. E você vai ter sua chance. Na pista. Então, guarda toda essa raiva pra lá. E quando estiver na pista, dá tudo de si.

Jaemin assentiu, embora a raiva ainda borbulhasse sob a superfície. Ele sabia que Haechan estava certo. Ele precisava canalizar aquela energia para a próxima corrida, transformar sua frustração em motivação. Mas, por dentro, ele prometeu a si mesmo que isso não ficaria assim. Ele faria Jeno pagar por cada provocação, cada palavra arrogante.

A próxima corrida seria o ponto de virada. E quando isso acontecesse, Jaemin estaria pronto.

Naquela noite, enquanto Jaemin revisava os detalhes técnicos da corrida com seus engenheiros, ele não conseguia tirar as palavras de Jeno da cabeça. “Ficando pra trás.” Elas ecoavam, trazendo à tona todos os momentos de frustração, todas as vezes em que Jaemin tentou e falhou, todas as vezes em que ele esteve perto, mas nunca o suficiente. Ele sabia que sua raiva não era apenas sobre a corrida daquele dia. Era uma soma de todas as vezes em que ele sentiu que estava lutando contra algo maior que ele mesmo — contra a sorte, contra o destino, contra Jeno.

No entanto, Jaemin também sabia que ele não era o tipo de pessoa que aceitava a derrota facilmente. A

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⏰ Última atualização: Oct 01 ⏰

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