Capítulo Único - Aurora Ava Minyard - Jsoten.

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📖☕️ - Capítulo Único - Aurora Ava Minyard - Josten.

Aurora poderia ser apenas mais um acidente na vida dos seus pais, mas eles a escolherem, e ela escolheu eles. Andrew estava entediado acompanhando Neil em mais uma de suas corridas quando a viu. Neil seguiu seus olhos.

Neil não podia ignorar uma criança com o mesmo tom dos cabelos de Andrew que parecia perdida, ferida. Andrew não podia ignorar uma criança com olhos parecidos com os de Neil, não só pelo tom estonteante de azul, mas pelos olhos assustados que pareciam preparados para fugir a qualquer momento.

Andrew e Neil escolheram se aproximaram, Aurora escolheu não correr. Ela tinha 6 anos, estava fugindo do orfanato onde a tratavam como barata. Andrew não deixaria uma criança sozinha com a polícia. Foi assim, eles se conectaram de uma forma misteriosa e 20 dias depois ela era Aurora Ava Minyard - Josten.

☕️📖 - 9 anos depois.

A aula de biologia estava começando quando, além da dor de cabeça horrível que começou naquela manhã, senti uma dor avassaladora no meu baixo-ventre. Estava usando, seriamente, todas as minhas forças para não me contorcer de dor na cadeira. Essa é a segunda aula do dia, sinceramente, não podia piorar, né?

Invocava em meus pensamentos: "Estou bem, vou ficar bem! Estou bem, vou ficar bem! Estou bem, vou ficar bem!", talvez fosse psicológico, talvez passaria se eu pensar assim.

A aula passou em um borrão, então a próxima e a outra e tudo o que eu tinha era meu bordão de merda. Talvez não fosse psicológico.

Quando chegou a última aula da manhã, me sentia na brira do precipício quando percebi uma coisa estranha. Eu simplesmente precisava sair daquela sala, e apezar de odiar interromper as aulas, levantei minha mão.

- Sim? Alguma dúvida? - A professora se virou na minha direção depois de 30 segundos que pareceram a eternidade.

- Eu posso ir ao banheiro? - tenho certeza que o tom desamparado escapou pela minha voz, já que a professora mais inflexível daquela escola concordou rapidamente.

Caminhar até o banheiro deveria ser fácil para mim, que acostumo acompanhar meu pai em suas corridas extensas. Mas naquele momento parecia horrível, uma maratona que não estava disposta a participar. A cabeça latente, a dor que rasgava meu ventre, a umidade.

Quando entrei na cabine do banheiro, eu sabia que a situação poderia ser pior. Eu estava menstruada pela primeira vez. Não podia entrar em pânico por isso, precisava avaliar a situação e o que fazer.

O sangue havia escorido um pouco na peça íntima, mas não vazou ao ponto de manchar a calça jeans bege, e aquilo fez um alívio inundar meu corpo ao mesmo tempo que senti vontade de chorar porque tudo parecia estanho, eu sei que é normal, mas não tinha nada aqui. Enrolei papel higiênico e coloquei como a forma de um absorvente, era o que dava no momento. Eu já tinha aprendido sobre isso e como usar absoeventes nas aulas de educação sexual, e todas as meninas que já haviam menstruada na minha idade falavam sobre isso o tempo todo.

Isso era desgastante, principalmente quando me faziam perguntas invasivas. Eu já tinha 15 anos, e ainda não tinha menstruado, claro que todos tinham muitas perguntas sobre isso. Mas cada corpo tem seu tempo e ser interrogada sobre algo íntimo era desconfortável demais.

Algumas pessoas não tinham capacidade cognitiva para entender o óbvio.

📖☕️

Decidi ir até enfermaria gigante da escola, ela era enorme mesmo, o que não era surpresa em uma escola particular. Meus pais faziam questão de pagar pois tinham medo de que algum dia minha imagem fosse exposta a imprensa, que eu não estivesse segura, que eu ficasse, de alguma forma, vulnerável.

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