The Walking Dead ( Samantha Luz )

Capítulo: 11 Novos Caminhos

Amanhece o dia e me deparo com Nathália silenciosamente sofrendo com algo, ela está no banco do passageiro em uma posição de costas para mim.

- Nathália? Você está bem?

- Sim, não é nada, é só que...com o bebê desse tamanho não consigo uma boa posição para dormir.

Eu olho para trás e vejo Lucy e Nicholau dormindo profundamente no fundo do carro. Eu desço, e encontro vários carros com seus donos adormecidos dentro, menos uma moto que destaca-se no meio deles.

- Bravinha bom dia! Algo em que eu possa te ajudar?

- Bem que eu queria falar com você mesmo, sobre ontem.

Eu me aproximo da sua moto, e agora percebo, seu modelo poderia ser uma Harley? Ou alguma variação dela.

- Nossa! Por essa eu não esperava, vamos, sobre o que seria?

- Eu estava exausta ontem, fui desnecessária com você, queria pedir desculpa.

- Saiba que está mais que aceito, meu amor.

- Mas fica esperto, eu não estou para brincadeirinhas não.

Me afastando dele, eu vou até o banheiro disponibilizado, está extremamente sujo e com apenas duas cabines não poderia esperar menos. Eu lavo meu rosto na pia e caminho para fora, pela luz do sol diria que era umas seis da manhã.
Um militar caminha para área do estacionamento e sinaliza com uma buzina.

- Atenção! Atenção!

As pessoas começam a sair de seus veículos.

- Venho dar um comunicado, o diretor Viana está lhes enformando que em 12 dias estaremos em solo americano! Por favor continuem cooperando para o sucesso de nossa viagem! Novamente informando que as 13h será distribuído suprimentos indispensáveis!

Após sua fala, ele a repete mais três vezes e retorna ao interior inacessível.
Eu volto ao carro e confiro nossa tripulação.
Apesar de Nathália continuar a senhora sentir incomodada ela está agora preparando um café da manhã para as crianças, pão com manteiga e água, pode parecer pouco mas agora estamos praticamente luxando.

O dia passa lentamente, não há praticamente nada para fazer, passamos o tempo sentados no carro de portas abertas e observando os outros que passeiam pelo estacionamento, Lucy e Nicholau não querem brincar, mal falam depois do Pierre, apenas encaram outras crianças se divertindo enquanto Nathália até tenta conversar com outras pessoas mas ao vê-la de longe nas rodas de conversa percebo seu desconforto com tudo, talvez uma dor no corpo que ela não queira admitir ou as conversas supérfluas dos outros, não sei, essa seria uma definição boa se como estamos agora: não sabemos de nada.

Doze dias, foram mais longos, chatos e rotineiros do que jamais imaginei que pudessem ser, a partir do segundo dia na embarcação eu criei esta rotina: Acordar, ir correr em voltas, tomar banho, comer com grupo e reparar algo no carro, receber os suprimentos, assistir o pôr do sol com a Lucy e então sentar no carro e esperar a noite chegar para que no próximo dia tudo se repetisse. Então, faltando três dias para a tão aguardada chegada, algo aconteceu, estávamos todos no estacionamento, naquele dia, coincidentemente, uma das crianças torceu o pé, Laura ou Lara se não me engano, e estavamos todos a tentar ver ou resolver a situação quando ouvimos um som de tiro.
Seguido de um silêncio e todos travamos onde estamos esperando algo acontecer, e aconteceu vimos o tal do diretor Viana ser jogado pela janela do segundo andar e cair no estacionamento. Estávamos todos chocados e tentando entender a situação, quando de repente vários militares sangrando abrem a porta por onde nunca podíamos passar, e nós alarmam.

- Zombies! Tinha alguém infectado!!

Em seguida, algums zumbis descem em nossa direção, não havia para onde correr, era a morte no meio do oceano ou morte por zumbi.
De maneira instintiva, puxei Nathália com as crianças e os fechei no banheiro, agarrei um cabo de vassoura e fui atacar. Um, dois,...10, não sabia mais quantos, apenas que estava encharcada de sangue reparei que outros também lutavam junto a mim, uma mulher chamada Valéria, sua irmã Renata, um rapaz chamado Lucas e o Arturo, todos com uma arma improvisada mas visivelmente usada com sucesso.
Quando terminamos, fechei a porta e empurrei junto a Valéria um balcão para cerrar a porta. Paralelamente, Arturo foi acudir um militar que estava recuperando suas forças sustentado por outro cara.