TW: assédio sexual
Assim como quase todas as noites, acordei nessa madrugada, ansiosa pelo amanhecer, imaginando todas as possíveis possibilidades de eu me sair bem no trabalho. Não estava ansiosa tanto na festa, porque aquela barulheira toda me distraiu, assim como ele me distraiu.
Olhando para o teto e depois para a janela, vendo a mesma rua e olhando para o mesmo céu escuro sem nada, me revirei um pouquinho na cama, olhei para os livros da estante.
Dorme logo, Flora. Pensei enquanto me agoniava, tentando fechar os olhos.
Com o tempo passando, consegui dormir após ver o céu clarear um pouco.
Merda. Espero que isso não atrapalhe na minha concentração na hora.
O alarme tocou, meu quarto muito mais claro agora, me levantei às forças e fui ao banheiro tomar um banho bem gelado para despertar, e fazer as higienes básicas do dia.
Tinha acordado 6:00, para estar lá às 8. Por conta de que tinha que ir até o metrô, sendo 15 minutos, no metrô ficaria por 30 minutos, e mais 10 minutos de caminhada. Calculei o caminho, chegaria lá aproximadamente 7:50, para conseguir me organizar direitinho.
Desci as escadas para tomar café, o cheiro da bruschetta que minha mãe havia feito tomava conta da cozinha.
Lá estava ela, de touca e camisola, com sua rotineira xícara de chá.
- Bom dia! - Me aproximei.
- Bom dia, filha! Como foi a festa ontem? Não vi o horário em que você chegou. - Colocava algumas panquecas na mesa.
- Foi bem legal.
- O que teve de interessante? - Sentou-se junto a mim.
- Várias coisas né - tomei um gole do cappuccino que tinha encima da mesa.
Me olhava com um jeito atento.
- Coisas né? - Deu um gole demorado no chá.
- Mãe! Por favor! - Ri abertamente. Não tinha problema em falar de certas coisas com ela, tenho problema de pensar nisso.
- Sempre penso nas possibilidades, será que ele se apaixonou? - Sorriu largo.
- Vi ele uma vez, mãe.
- Amor a primeira vista. - Arqueou as sombracelhas de maneira sugestiva.
- Não existe isso, isso daí é carência, não amor.
- Eu já me apaixonei a primeira vista.
Como é que é o negócio mãe?
Se apaixonou a primeira vista pelo meu pai? Não... Impossível.
- Por ele?
- ...
Minha pergunta foi respondida com o silêncio. Então não voltei a perguntar. Olhei para o relógio, 6:13.
Terminei meu café, despedi de minha mãe e saí de casa.
O tempo estava frio mas com brisa boa. Tinha escolhido uma roupa que dessa vez, iria me ajudar no frio. Estava usando as roupas mas elegantes que tinha no guarda roupa, uma saia preto estilo secretaria e uma gola alta marrom, por conta do frio minha meia calça era térmica, e para aquecer os braços um sobretudo, sapatos de salto fechado, e o cabelo num rabo de cavalo meio firme. Tinha sérios problemas com minha aparência, mas até que hoje eu tava arrumadinha.
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POR ONDE ANDA O POETA?
RomanceOutono, uma época linda para se apaixonar, para viver, para se despedir, para encontrar. Flora Schmit, uma garota simples, de vida monótona, se vê intrigada por um poeta que pouco se fala e pouco se vê. Um escritor misterioso, uma jovem mulher obs...