Beatriz Benfica se muda para o Maranhão, mas encontra uma inimiga em Rayssa Leal. Após brigas e desentendimentos, uma trégua revela sentimentos inesperados entre elas. Uma história de amor, superação e autoconhecimento.
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Beatriz Benfica
O que poderia acontecer se eu tentasse fazer um delineado de última hora? Eu estava mega atrasada e poderia ficar mais ainda se eu errasse pelo menos um traço, eu poderia ariscar, afinal, só se vive uma vez.
Eu estava me olhando pelo espelho com a caneta delineadora na minha mão enquanto eu pensava seriamente sobre isso, a vontade era enorme mas a coragem que eu tinha em meu corpo era muito pouca.
— na moralzinha, tem como você ser um pouco mais prática e terminar essa papagaiada toda logo? — Rayssa me apressa mais uma vez. Já é a sexta vez que ela fala algo do tipo e eu já estou ficando estressada, que caos!
— calma, eu ainda tenho que fazer uma coisinha. — falei devagar por estar muito concentrada no delineado. Rayssa se levanta da cama me olhando paralisada. — é rapidinho...
— Beatriz... — ela se deita na cama novamente, ela estava tão entediada quanto eu e, o pouco de paciência que lhe resta é pouca.
— só falta mais uma coisinha e, pronto. — coloquei a caneta dentro da gaveta enquanto me levantava do banquinho.
Coloquei as mãos na cintura, me esforcei para fazer um sorriso bonito enquanto olhava para a menina, ela apenas me olhou por cima dos cílios, ela parecia bem concentrada.
— vamos? — ela me levantou indo até a porta, Rayssa abriu a mesma e logo depois ela colocou uma das mãos na cintura, ela parecia esgotada.
— aham, deixa só eu...
— pelo amor de Deus, Beatriz. — ela começa com o seu tom melodramático. — você vai agora ou vai me fazer esperar uma hora de novo?
— calma, Rayssa! Eu só preciso pegar a minha bolsa. — caminhei até o closet do quarto. — não tô achando ela!
— se for a que você me entregou, ela está bem aqui! — ela gritou de volta. Coloquei a cabeça para fora do lugar vendo ela com a bolsa que eu estava procurando.
— vamos. — passei pela menina que estava segurando a porta.
Rayssa bateu a porta com força, olhei para a menina que estava com a cara emburrada, até já sei o que é, ela não gosta de esperar e isso é visível. Desci as escadas com cuidado por medo de cair, ela veio logo atrás de mim e parecia bem apressada.
— obrigada. — falei simples agradecendo a menina por abrir a porta do carro para mim.
— finalmente. — ela resmungou, olhei para a menina com o semblante tranquilo e ela me encarou de volta com o mesmo rosto.
