Kyle
Cinco dias depois...
-Pausa! -a voz de Jeremy me acordou dos meus devaneios, enquanto o silêncio se instalava na sala de ensaios da gravadora.
-Terra chamando Kyle! -Peter chegou mais perto, tocando meu ombro.
-Ah, eu me distraí um pouco. -me levantei e fui até a máquina de café, coçando os olhos.
-Cara, você só tocou por dez segundos e depois simplesmente entrou em pane. -Thomas falou sem sair da bateria.
-Eu não dormi bem, só isso.
-Não vimos nenhuma garota entrar no seu quarto ontem á noite -brincou Jeremy, se sentando no puff.
-Tendo problemas pra dormir? -perguntou Peter, se aproximando e pegando um copo descartável de café.
-Tenho trabalhado no novo álbum quando não consigo dormir, mas sinto que falta algo, uma perspectiva diferente.
-Quer que a gente faça músicas sobre corações partidos nesse álbum também? -Thomas pareceu um pouco indignado.
-As garotas adoram esse tipo de música, gostam de parecer intensas demais, românticas demais -parei, pois isso estava me lembrando Cassandra.
-Ok, mas somos uma banda de rock, devíamos escrever letras pesadas além de coisas melosas, como fizemos no nosso primeiro álbum.
-E vamos fazer isso. Mudança de planos, a maior parte das músicas vai ser Heavy Metal, vamos lançar esse álbum pra estratosfera! -falei, bebendo todo o café e agarrando minha guitarra e indo para trás do microfone.
Thomas bateu quatro vezes as baquetas e começou, todos fizeram o mesmo, decidi que hoje eu cantaria tanto que minha garganta pararia de funcionar, para compensar todos os meus atrasos e faltas nos últimos dias.
Em todos esses dias, não tive a oportunidade de encontrar com Bernard, mas minha paciência me fez aguardar o momento em que ele entraria por aquela sala e eu dissesse que era para acabar com toda essa farsa entre eu e Beatrice.
A mulher simplesmente tomou a iniciativa de invadir meu quarto a duas noites atrás, quando os outros membros da banda estavam na Rainbow, nossa boate preferida.
Flashback
Minhas mãos estavam doendo de tanto escrever, apaguei o cigarro no cinzeiro e me levantei daquela cadeira de couro.
Tirei minhas meias e o resto da minha roupa, entrando no box e ligando o chuveiro.
Eu precisava relaxar, e sinto que deveria parar de beber para escrever, me sinto um pouco desleixado tratando meu trabalho dessa forma.
Tempos depois, enrolei uma toalha na minha cintura e usei outra para secar meus cabelos, que á essa altura precisavam de um corte.
Imediatamente, me deparei com uma cena um tanto quanto quente demais, deitada em minha cama lendo uma revista sobre arte moderna.
Meus olhos foram para suas pernas, depois subiram por suas coxas, vendo sua cinta-liga, depois um pouco mais pra cima vendo sua calcinha preta de renda e seu sutiã igualmente preto com detalhes brilhantes nas alças.
-Beatrice.
-Olá bonitão, surpreso em me ver? -ela deixou a revista de lado e me encarou, seu olhar se demorou na toalha enrolada na minha cintura.
Ok, aquele olhar sacana me fez ficar ainda mais duro.
-Acho que vou ter que reforçar a segurança daqui.
-Alguém se esqueceu de fechar a porta, e eu como uma boa garota resolvi investigar se estava tudo bem com você.
-Vindo até meu quarto quase pelada? -me encostei na soleira da porta do banheiro.
-Não fale como se não gostasse da vista. -ela sorriu, depois se sentou na beira da cama.
-Olha, você tem um belo corpo, mas acho que não estou servindo muito bem hoje para o que tem em mente.
-Estou vendo, entornou uma garrafa de vinho inteira. -ela se levantou, meu olhar foi direto para seus seios fartos. -mas pra sua sorte, não vai precisar fazer quase nada.
Ela se aproximou e me beijou, deixando que o sabor de seu gloss de cereja me deixasse louco.
Sem pensar duas vezes, agarrei sua cintura e a arrastei pra cama, a deitando.
Ela mordia os lábios e só deus sabe como isso me deixava louco, com apenas um movimento tirei a toalha da minha cintura.
-Eu sei que você quer isso tanto quanto eu, por que não juntamos o útil ao agradável? -ela sussurrou no meu ouvido enquanto eu beijava seu pescoço.
Depois me empurrou pro lado, me fazendo cair na cama enquanto ela se levantava e fechava as cortinas.
-Pensei que gostasse de um pouco de publicidade -ironizei, vendo ela sorrir.
-Não sou o tipo de mulher que quer ser vista pelada na capa de uma revista, Kyle.
Ela de repente começou tirando seu sutiã, deixando ele cair em seus braços até atingir o chão.
Seus peitos eram perfeitamente redondos e bronzeados, aquilo me deixou ainda mais duro.
Depois, ela tirou a calcinha e a cinta-liga, fazendo questão se abaixar fazendo com que sua bunda empinasse.
Fiz menção de me levantar, mas ela veio até mim e colocou suas pernas uma em cada lado das minhas coxas.
Nossos sexos roçavam enquanto ela me tomava em seus beijos de cereja, aquilo estava fritando meu cérebro.
Agarrei seus cabelos e a forcei a se sentar, sentindo um prazer imediato quando entrei dentro dela e ela deslizava até o fim.
Depois, ela me empurrou para cair de costas na cama e me deitei, observando a forma como seus peitos balançavam a cada movimento.
Mas, de alguma forma, aquilo não me excitou o suficiente para que eu tivesse o controle sobre tudo minutos depois.
Eu simplesmente me afastei e acendi um cigarro no parapeito depois de vestir minha calça.
-E então? -ela se aproximou e se colocou ao meu lado no parapeito.
Traguei o cigarro e joguei janela a baixo, depois a encarei enrolada no meu robe.
-Não quero mais sustentar essa de namoro de fachada.
-Mas mal começamos, nos encontramos o que, duas vezes? E o esperado era que eu fosse na turnê com vocês também!
-Eu simplesmente estou de saco cheio daquele mala sem alça mandando na minha vida e a dos meus amigos, ok? Marcaremos uma reunião amanhã.
-Eu não vou aparecer nessa maldita reunião, e quer saber? Eu consigo achar coisa melhor que você!
-Claro, pois você precisa da mídia pra não passar fome.
Ela se virou pra mim e apenas vi a palma da sua mão indo em direção ao meu rosto, logo depois uma ardência.
-Ao contrário de vocês, a mídia me alcança em qualquer lugar.
"Claro, nas capas de revista da playboy"
-E acha que isso é bom? Ser perseguida onde quer que vá, sem ter tempo de ser apenas uma civil normal?
-Eu nunca quis ser uma pessoa normal.
-Diz isso pois está no começo da carreira, mas vai ver o quanto isso vai te desgastar com o tempo.
Ela terminou de se vestir e saiu, batendo a porta com força, me senti liberto de um grande peso nas costas.
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music is my religion
RomanceCassandra Boullevard, uma recém adulta que quer levar a vida não tão séria com a ajuda da música, se desprendendo do luto e começando a viver de uma forma diferente da qual sempre viveu.