Caso 000 - Entrevista com o vampiro

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04.10.2024
Coreia do Sul

INTAK

Talvez morrer nos braços de um vampiro seja o auge que minha vida precisa.

Parece que sou um sem nada pra fazer? Talvez. Mas é algo muito interessante para ser contado entre gerações. Não que seja meu ponto principal de vida, eu quero viver por muitos anos ainda, porém é interessante analisar que tipo de morte as pessoas gostariam de ter.

Meu irmão por exemplo, ele acredita que vai ter a morte mais xoxa e capanga do mundo, algo sobre mal da idade já bem velhinho. Vive indo pro trabalho, voltando pra casa, bebendo nos fins de semana e solitário pelo resto da existência. É sem graça e até parece que estou falando de um cara com quarenta anos e não trinta.

Não digo para ele sair por aí beijando todo mundo, correndo pelado pela rua e cometendo alguns delitos. Só acho que, tendo uma vida financeiramente estável, ele deveria procurar coisas que o interessem e façam ele sair dessa solidão eterna.

Assim, eu não tô tão diferente. Na verdade, nossa única diferença é que eu sou um simples jornalista começando na carreira, em busca do projeto perfeito. Sem grana, sem amigos e sem vergonha de dar a cara a tapa para conseguir o que quer.

— Eu já sei o que vai falar. — Sinto a presença do Hyung na sala, assim que ele cruza o corredor. — Já tomei minha decisão.

— Sabe que só eu tenho plano funerário, né? Se você morrer, vai virar material de estudo para a faculdade. — Termino de guardar o notebook e o caderno na bolsa, me sentindo acolhido por essa consideração. — Ele é um vampiro, Intak. Vampiro.

— Eu imaginei isso pelo tom de pele e o jeito meio macabro, mas obrigada por ter avisado. — Debocho da situação, mas isso não agrada nada meu irmão.

— Não acha nem um pouco esquisito alguém que vive excluso tantos anos decidir falar com um jornalista, e escolher logo você pra isso? — Eu entendo a proteção do meu irmão, mas também posso lidar com ela como uma falta de credibilidade ao meu trabalho.

Estou a cerca de um ano tentando entrar em contato com Choi Jiung, o detetive sobrenatural mais falado entre os outros seres. Um vampiro, que poucos sabem o rosto. Há um mês, recebi um email de resposta, onde ele me convidava para escrever sobre os melhores casos dele já que está pronto para parar o trabalho.

Meu irmão, como maior fã dos outros seres, odiou a ideia na mesma hora. Teve aquela leve discussão sobre eu ser irresponsável e estar fazendo ifood para um vampiro, mas eu acredito que não se trata de uma cilada desse tipo.

— Hyung, finalmente vamos ter as respostas que tanto procuramos por tanto tempo. — O seguro pelos ombros, mas ele parece inconformado. — Vivemos com esses seres todo dia, na sua colisão tem no mínimo quatro deles, você não tem mesmo interesse em entender mais sobre? Dar voz a quem nunca foi ouvido é o seu trabalho.

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