Caso 18 - Irmãos de sangue

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THEO

Quase caio de cara no chão ao pular a janela, essa droga de sapatos folgados. Já deve estar quase dando meia noite, a lua de sangue está bem em cima do castelo e os guardas estão a postos.

Tiro todas as minhas roupas com cheiro de cachorro molhado, a senhora Lorelai vai odiar quando ver as roupas que joguei no chão até achar o meu manto vermelho. Eu estou num momento crítico, precisei tomar decisões críticas.

Saio dos meus aposentos sem sapatos mesmo, não os achei no meio da confusão.

— Margot! Margot, cadê você? — Grito pelos corredores vazios, desviando dos guardas. — Alguém viu a Margot?

Passo pelos aposentos reais, vazios, e pela sala de jantar com o banquete montado. Quer dizer que eu ainda tenho tempo.

Subo as escadas para a torre principal, gritando o nome de Margot para todas as paredes. Duas enfermeiras descem com baldes de água, acompanhadas de guardas. Amarro a barra do meu manto para conseguir subir mais rápido as escadas, outra enfermeira passa correndo com um pano coberto de sangue, porém ela tem cabelo ruivo, então eu agarro a gola do manto da garota que dá um grito.

— Margot. — Ela me olha irritada, empurra a minha mão e aponta para a barra do meu manto amarrado. — Foi mal.

Margot me puxou escada acima e quando chegamos na porta ela me entrega o pano melado de sangue. Fico alguns segundos olhando para a porta, a lua já está completamente posicionada acima da torre. Empurro a porta, colocando apenas os olhos para dentro como fazia quando era criança e acabava sendo chamado no quarto da minha mãe. Os guardas dão espaço, abro completamente a porta e lá está minha mãe com o bebê no colo, agora eu tenho um irmão.

— Sem sapatos Theo? — Minha mãe pergunta, eu dobro um pouco os joelhos para o manto cobrir meus pés, só que aí lembro que tinha amarrado ele e isso se torna meio impossível. — Bem, ao menos seu irmão já sabe quem você é.

— É um garoto? — Me aproximo, olhando o bebê. — Ele é cabeçudo.

— Você era pior. — Me ajoelho ao lado da cama, minha mãe vira um pouco o corpo para eu poder ver de perto o bebê no colo. — E sabe que nome dei a ele?

— Cabeçudo? — Ela bate no meu nariz. — Qual?

— Jon, derivado de Jongseob, o nome do seu avô. — É, parece um bom nome. — Agora, Vlad III tem dois filhos. Theo, o príncipe do sol. E Jon, o príncipe da Alta Ásia.

A um mês atrás, eu estava passando pelo meu ritual de consagração como vampiro, finalmente adquiri minha imortalidade e meus eternos vinte anos. E agora, ganhei um irmão que vou poder dividir esse tempo. Bem, ele é cabeçudo, mas parece legal.

O extraordinário detetive vampiro Onde histórias criam vida. Descubra agora