Capítulo 7: Entre Segredos e Coroas: O Início de um Destino

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O dia amanhecia suavemente, com os primeiros raios de sol filtrando-se pelas cortinas do quarto de Calista, aquecendo suavemente o ambiente. O canto dos pássaros ecoava do lado de fora, trazendo uma sensação de renovação e esperança. Com um leve bocejo, Calista despertou, já sentindo a familiar presença de suas criadas ao seu redor, prontas para ajudá-la a se preparar para o dia que se iniciava. 

"Bom dia, senhorita Calista! Está pronta para um dia maravilhoso?" exclamou Elena, a criada de cabelos avermelhados, enquanto organizava os acessórios sobre a penteadeira.

"Espero que sim," respondeu Calista, piscando para Margot, a mais alta e discreta, que estava ocupada arrumando o vestido da jovem. 

"Só espero que não seja tão longo quanto o anterior."

"Ah, mas o dia promete muitas surpresas!" disse Margot, segurando um vestido delicado de cor azul claro, que combinava com os olhos de Calista. "Vamos começar, então!"

Após um cuidadoso processo de vestir e preparar, Calista finalmente se sentiu pronta e confiante. Desceu as escadas em direção ao salão de refeições, mas ao entrar, percebeu que Serena não estava lá. Um leve frustração tomou conta dela.

"Você viu a Senhorita Galeheart?" perguntou Calista a um dos criados que passava.

"Ela teve que sair cedo, senhorita," respondeu o criado com um tom apologético. "Mas ela disse que voltará ao final do dia". A notícia trouxe uma onda de solidão. 

"Oh, tudo bem," murmurou Calista, tentando esconder a decepção. "Obrigada."Sentindo-se um pouco desanimada, Calista decidiu que, ao invés de ficar sozinha, poderia passar o tempo conversando com as cozinheiras. "Elas devem ser tão divertidas quanto as de casa," pensou, enquanto caminhava em direção à cozinha. No entanto, ao entrar na sala, sua empolgação rapidamente se desfez. As cozinheiras, ao vê-la, pararam suas atividades e trocaram olhares assustados. Uma delas, com um avental florido, se aproximou e disse em voz baixa, "Senhorita, aqui não é lugar para a senhorita ficar. É melhor que se retire." Confusa, Calista tentou argumentar. 

"Mas eu só queria...", "Venha conosco," interrompeu outra criada, puxando-a gentilmente para fora. "Vamos levá-la para tomar chá na estufa do palácio. É um lugar mais apropriado."

Concordando com a ideia, Calista seguiu as criadas em direção à estufa, que era repleta de plantas exóticas e flores coloridas. Assim que se acomodaram em uma mesa coberta de flores, as criadas começaram a preparar o chá. O aroma fresco das ervas e das flores a fez sentir-se um pouco mais animada. Após o almoço, já com o estômago satisfeito, Calista decidiu que seria melhor permanecer em seu quarto até que Serena voltasse. 

Ao entrar em seu espaço, deixou-se cair na beirada da cama e olhou pela janela. A paisagem era linda, com árvores balançando suavemente ao vento e um céu azul claro se estendendo até onde os olhos podiam ver. Contudo, uma sensação de inquietude começou a tomar conta dela. 

De repente, uma dor intensa começou a latejar em sua cabeça, como se mil agulhas estivessem se cravando em seu crânio. A dor era pior do que da última vez — não era apenas uma leve pressão, mas uma verdadeira tormenta que a deixava tonta e angustiada. Calista sentiu um formigamento na nuca e uma sensação de pressão crescente, como se algo estivesse a forçar a saída de sua mente. Ela olhou ao redor, sentindo uma tensão no ar, como se o próprio palácio estivesse retumbando em expectativa. 

O olhar dela se fixou na mesa de cabeceira, onde o livro azul que a intrigava tanto estava repousando. Uma força inexplicável a fez levantar-se e caminhar até ele. Ao abrir a gaveta, Calista retirou o livro azul e o abriu, esperando ansiosamente por novas revelações. Assim que o fez, as páginas começaram a se preencher com palavras, como se o livro tivesse vida própria.

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