Capítulo 13: Segredos da Brasa do Dragão

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Calista e Serena caminhavam pela aldeia de Verlak, um vilarejo pitoresco cercado por colinas verdes e densas florestas. As casas eram construídas de pedra cinzenta com telhados de madeira escura, cobertas por musgo e trepadeiras que se enrolavam pelas paredes. As ruas eram estreitas, pavimentadas com pedras irregulares, onde pessoas simples e trabalhadoras iam e vinham, com suas rotinas e histórias gravadas nos rostos marcados pelo tempo. O cheiro de pão recém-assado e ervas secando ao sol impregnava o ar, misturando-se com a fumaça das chaminés que subia lentamente, quase como se a própria aldeia respirasse um ar de mistério.

O destino delas era uma pequena loja de penhores, situada em um canto discreto da praça central. Uma placa de madeira balançava suavemente sobre a entrada, com o nome "Penhores Frilam" gravado em letras desbotadas.

Calista e Serena empurraram a pesada porta da lojinha, que rangeu ao se abrir. Um pequeno sino soou acima delas, anunciando a chegada com um tilintar suave. O cheiro de madeira envelhecida e couro velho as envolveu enquanto os olhos das duas se ajustavam à penumbra do ambiente. A loja era um caos fascinante de objetos antigos e curiosidades; prateleiras de madeira escura abarrotadas de itens, cada um contando uma história esquecida. Calista se aproximou de uma estante coberta de poeira, onde descansavam relógios antigos e joias manchadas pelo tempo, enquanto Serena examinava um canto repleto de velhos instrumentos de navegação e livros de capa gasta.

Elas se perderam por alguns instantes, movendo cuidadosamente objetos e murmurando entre si, tentando entender o propósito daquela coleção peculiar. Um globo metálico enferrujado chamou a atenção de Calista, enquanto Serena segurava uma lupa dourada, admirando os detalhes gravados na borda.

Foi quando ouviram passos lentos atrás de uma cortina de veludo, que separava o balcão do restante da loja. Um homem idoso, de rosto marcado por rugas e olhos brilhantes e atentos, surgiu de trás da cortina. Seus óculos redondos escorregavam pelo nariz e ele ajustou-os com cuidado antes de notar a presença das visitantes. Calista e Serena trocaram um olhar rápido e se aproximaram.

"Com licença, o senhor é o... senhor Frilam?" perguntou Calista, a voz gentil mas firme.

O velho parou, observando-as com um misto de curiosidade e cautela.

"Sim, sou eu," respondeu ele, franzindo o cenho ligeiramente. "O que desejam, minhas jovens?"

Serena se adiantou, tentando parecer amistosa.

"Estamos procurando informações sobre uma pessoa que pode ter passado por aqui a um certo tempo," disse ela, enquanto seus olhos tentavam ler as reações do velho.

O senhor Frilam inclinou a cabeça para o lado, um leve sorriso desconfiado surgindo em seus lábios.

"Posso tentar lembrar se me ajudarem, aqui não passam muitas pessoas mesmo" disse ele, sorrindo amigavelmente, parecendo medir cada palavra com cuidado, enquanto suas mãos idosas deslizavam sobre o balcão gasto.

Calista lançou um olhar de incentivo para Serena, que deu um passo à frente, pronta para fornecer mais detalhes.

"Era um jovem de cabelos escuros, alto, com olhos profundos... parecia estar procurando algo. Talvez alguma coisa que tenha passado despercebida para outros."

Frilam franziu as sobrancelhas, pensando por um momento. Calista olhou para Serena e completou:

"Na verdade, ele se parecia bastante comigo... há uma chance de o senhor se lembrar."

O velho fitou Calista com um olhar pensativo, sua mente vagando pelo passado. Por fim, assentiu lentamente.

"Sim, sim... eu me lembro de alguém assim," disse ele, sua voz arrastada e hesitante. "Um rapaz muito educado, de fato. Veio aqui procurando por algo... incomum."

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⏰ Última atualização: Oct 23 ⏰

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