Quando corpos decompostos são descobertos em um antigo cemitério de Teresópolis, a renomada antropóloga Dra. Mariana Vasconcelos é chamada para ajudar na investigação sombria, ao lado da determinada policial Eduarda Oliveira. O que começa como uma b...
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Era uma noite escura, densa e tempestuosa. O vento uivava com fúria, fazendo as grandes janelas de vidro tremerem. Normalmente, essas janelas desfrutavam da vista deslumbrando do oceano, mas agora eram atacadas pelo vento violento que soprava do mar, enquanto os raios rasgavam o céu, iluminando brevemente o interior da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Em um auditório silencioso, lotado, as luzes estavam parcialmente apagadas, destacando o foco de luz que iluminava o palco. Uma mulher de longos cabelos ondulados gesticulava de forma expressiva, mas sem extravagância, à medida que falava com uma voz clara e suave. Atrás dela, um pódio se erguia, com um projetor ao fundo exibindo imagens que arrancavam murmúrios de toda a sala.
— Neste local, foram encontrados mais de 200 corpos, todos nus. Homens, mulheres e crianças dançavam ao redor de um círculo, como podem ver na imagem — ela apontou para o telão com sua lanterna laser. — Acima da fogueira, estavam corpos pendurados.
Os murmúrios se intensificaram, porém, logo foram interrompidos quando um relâmpago ecoou no céu, fazendo a palestrante pausar brevemente. Seus olhos castanhos escuros, parcialmente iluminados pela luz, percorreram o auditório, capturando a atenção de todos.
— Nesses quase três anos de pesquisas no interior da Amazonia e em alguns países da América do Sul, vimos algumas evidências, diários e relatos, porém, no modo geral... — Ela pressiona um botão no notebook, revelando seu nome na tela: Dra Mariana Vasconcelos. — As vítimas relataram que foram submetidas a uma manipulação psicológica.
Mariana deu um passo à frente, aproximando-se da borda do palco, prendendo o olhar de todos.
— Algumas pessoas associam esse acontecimento ao espírito Umbrius. Alguém já ouviu falar dele? — Ela sorriu levemente enquanto seus olhos vasculhavam a plateia. — Segundo antigas tradições maias, Umbrius é uma entidade que transita entre o mundo dos vivos e dos mortos. O mais inquietante é que, segundo a lenda, ele se manifestava nas sombras, observando cada movimento de suas vítimas.
A plateia estava tão envolvida que se podia ouvir a respiração suspensa, enquanto a Mariana Vasconcelos explicava a lenda que possivelmente estaria por trás daquele ritual macabro.
— Imaginem, então — concluiu ela, com um olhar penetrante —Viver sob a constante vigilância de uma entidade que você não pode ver, você sabe que está ali, vigiando a cada detalhe da sua vida?
Boom!! O som do trovão novamente quebrou o silêncio, arrancando leves ruídos de susto e uma risada da boca da professora, relaxando sua compostura logo em seguida. As luzes do auditório se acenderam suavemente, marcando o fim da palestra. Os alunos começaram a se mover, trocando murmúrios sobre o tema. Mariana, por sua vez, recolheu suas anotações, organizando tudo em só mesa.
O vento ainda uivava lá fora quando passos pesados e firmes ecoaram pelo auditório quase vazio. Senhorita Vasconcelos, ainda concentrada em desconectava os cabos do seu notebook, não percebeu a aproximação de um homem uniformizado, alto e acima do peso, parado a poucos metros dela.
