Capítulo 5

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Na manhã seguinte, em Teresópolis, o ar gelado da serra trazia consigo uma leve garoa, típica da estação. A cidade, ainda envolta em neblina, estava silenciosa, exceto pelo som suave da chuva fina batendo nas telhas de barro das casas. Aquele som rítmico e sereno parecia sincronizar com o frio do inverno, perfeita para prolongar o sono embaixo das cobertas quentes.

Mas, um miado baixo e insistente a despertou. Mariana abriu os olhos devagar, piscando para se ajustar à luz suave que entrava através das cortinas semitransparentes do quarto de hóspedes. O miado soou novamente, desta vez mais alto, seguido por leves arranhões na porta. Relutante, a mulher de cabelos longos deixou o calor do cobertor e colocou os pés descalços no chão de piso frio.

Ao abrir a porta devagar, deparou-se com Fred, um pequeno gato de pelos cinza, que a encarava com seus grandes olhos amarelos.

– Você é persistente, hein? – Disse ela, enquanto ele ronronava alto.

Mas antes de sair, a antropóloga se dirigiu ao espelho que estava na parede ao lado da porta. Seu reflexo mostrava um rosto levemente marcado pelo sono, os cabelos longos e escuros bagunçados caindo sobre os ombros. Conforme ajeitava seus cabelos ondulados, seus olhos firmem sobre o cordão que usava ao redor do pescoço. Era uma fina corrente de ouro, da qual pendia um pequeno rubi de cor vermelha, que refletia a luz tímida do quarto.

Sua mão bronzeada levemente pelo sol tocou o pingente delicadamente, sentindo o metal frio contra pele, quando um triste sorriso fraco surgiu em seu rosto.

– Miaaw! – O gato miou, atraindo a atenção dela.

– Ai, eu já disse que já vou! ꟷ Resmungou a professora, dando um longo suspiro enquanto arrumava a gola da sua camisa de botão comprida, escondendo o cordão sob o tecido.

Mariana desceu as escadas com passos suaves, Fred a seguiu, suas patas macias silenciosas contra o chão gelado ao mesmo tempo que ronronava. A casa ainda estava envolta em um silêncio, quebrado apenas pelo som da chuva caindo sob o teto.

À medida que a professora chegava à cozinha, o gatinho esfregou em sua perna miando ainda mais alto. A professora deu um leve sorriso no canto da boca, pegando o pote de ração sob a geladeira, ela colocou na tigela de Fred, que imediatamente se lançou à comida.

O aroma de café fresco já permeava o ar. Servindo-se uma xícara quente, ela pegou uma fatia de pão integral, passando manteiga por cima. A chuva continuava caindo lá fora, Mariana se sentou à mesa da cozinha, bebericando seu café enquanto mastigava o pão com manteiga.

Din-don, o som repentino da campainha quebrou o silêncio. Mariana franziu o cenho, surpresa. Não esperava ninguém àquela hora enquanto Fred levantou a cabeça do prato, olhando na direção da porta. A professora se levantou, largando o pedaço de pão inacabado no prato, caminhando logo em seguida em direção à porta da frente.

O Culto de NhanderuOnde histórias criam vida. Descubra agora