Capítulo 8

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O escuro parecia um véu espesso envolvendo Mariana. Aos poucos, sons distantes começaram a se formar — um gotejar ritmado, passos abafados, o farfalhar de papéis. Ela piscou lentamente, tentando se orientar. Seu corpo estava pesado e os músculos tensos, como se houvesse uma força invisível pressionando-a contra o chão. A visão, ainda embaçada, captava formas distorcidas. As sombras dançavam ao seu redor, mas havia algo diferente nelas, um movimento inquieto, quase vivo.

Eduarda estava ajoelhada ao seu lado, com a expressão marcada pela preocupação. Assim que viu a amiga abrir os olhos, soltou um suspiro aliviado.

— Graças a Deus! Você está bem? — A voz da policial, embora firme, carregava um toque de nervosismo.

— O que aconteceu? — Perguntou com a voz rouca, ainda desorientada.

— Você desmaiou de repente. Parecia... diferente, como se algo estivesse tentando te puxar para longe. — Eduarda fez uma pausa, olhando ao redor, como se procurasse alguma explicação no ambiente sombrio. — Esse lugar tem uma energia estranha, Mariana. É como se a casa refletisse o espirito do Sr Antônio. — Completou ela, quase como um sussurro.

— Desculpe. — Uma outra figura surgiu sentado na poltrona, atraindo a atenção delas. — Eu não deveria ter deixado vocês entrarem.

— Não se preocupe. — Mariana fez um esforço para se sentar, apoiando as costas no sofá. — Só... foi muita coisa de uma vez.

— O que aconteceu com você? — Perguntou Eduarda em um tom baixo.

Mariana passou a mão na testa, fechando sutilmente seus olhos, tentando organizar os pensamentos.

— Não sei exatamente... — Começou ela, a voz um pouco trêmula. — Eu senti como se houvesse uma presença... uma presença muito forte me observando. — Começou a professora, sua voz ainda vacilante. — As sombras... elas estavam se movendo, como se estivessem vivas. Os símbolos, a energia... foi como se estivessem tentando me esmagar. Me sufocar.

Eduarda franziu seus olhos castanhos, curvando ligeiramente a sobrancelha, como se estivesse tentando entender. Ela virou o rosto para frente, olhando atentamente o rapaz que continuava sentado na poltrona.

— Seu pai realmente desenhou tudo isso? — Perguntou ela, se sentando ao lado da professora. — O que são aqueles símbolos todo?

O filho de Antônio dos Santos permaneceu em silêncio por um momento, seus olhos escuros fixos no chão. Ele levou suas mãos ao seu rosto, esfregando seus dedos levemente bronzeado ao couro cabeludo.

— Eu não sei! Ele sempre passou a maior parte do tempo lá, preso em seu mundo. — Respondeu ele finalmente com a voz trêmula. — No início, eram apenas rabiscos, mas com o tempo, eles ganharam formas e complexidade.

— Os símbolos — Sussurrou Mariana para si mesma, sua voz mal se distinguindo do som da chuva que agora batia no telhado com força crescente. — Eles são familiares, mas ao mesmo tempo diferentes. Alguns deles, vi influências que iam desde runa nórdicas até signos cabalísticos e figuras do xamanismo guarani. — Ela respirou fundo antes de continuar. — Porém, o que mais me preocupa, é a centralização de um padrão repetitivos de triangulo como representações de portais ou passagens entre planos.

O Culto de NhanderuOnde histórias criam vida. Descubra agora