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De zero a dez numa escala de se foder na vida, com toda certeza eu tô na nota onze, só esse mês

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De zero a dez numa escala de se foder na vida, com toda certeza eu tô na nota onze, só esse mês.

Caminhando para fora do meu carro eu me arrependo amargamente de não ter dormido na minha casa, hoje. Ganhando de presente, um salto quebrado no estacionamento da Montoro Construtora.

Respira fundo, Giovanna. Bem fundo.

Ajeito os óculos escuros enquanto tento me equilibrar nos malditos sapatos enquanto algumas pessoas me encaram e me olham torto e eu não poderia ligar menos.

Olho o horário no telefone e porra, eu não tinha mais tempo.

atende, atende...

—  Pelo amor de Deus, tem alguma chance de você conseguir me entregar um calçado em vinte minutos?

Alessandra atende, minha melhor amiga, o meu anjo e a pessoa que me fez perder a noite, numa balada qualquer, com pessoas aleatórias e também me fez dormir com um carinha qualquer, não que eu não quisesse, ele era muito, muito gostoso.

—  Sem chance, amor. Rio de Janeiro, dez da manhã, sábado.

Choramingo baixinho. Eu sou uma fodida.

—  O que aconteceu?

—   Meu salto quebrou.

—   Desculpa amiga, mas não tem como mesmo. Se cuida, te amo. Preciso dormir!

Rio da minha própria desgraça, não tinha o que ser feito. Só não queria que acontecesse uma coisa.

Encontrar Alexandre Nero.

O que claramente aconteceu já que eu estava numa maré de azar do caralho. Assim que aperto o botão do elevador, o lindinho aparece.

Inferno.

O diabo do homem estava contra parede, quando ergueu o olhar pra mim e me observou dos pés à cabeça.

—  Bom dia, meu demônio.

Eu odiava quando ele se referia a mim, como parte dele, ou dele. Odeio tanto que me causa calafrio.

Praguejando toda a sua geração entro no elevador, prestando atenção no celular em minha mão. Não iria dar a ele o gostinho de me ver completamente fodida. Não hoje.

À sua frente, virada para a porta me concentro em ignorar o perfume do maldito e contar os segundos para me ver livre dele, o mais rápido possível.

Maldita colônia, estava me enjoando.

Dor de cabeça.

Sede.

Cansaço.

Sono.

E ressaca, muita ressaca.

—   Sua mão não te deu educação?

—   Vai se foder, Nero. — digo, simplesmente.

Contrato com o Diabo. Onde histórias criam vida. Descubra agora