O Pequeno Passarinho Azul - Dick Grayson (kidfic)

Capítulo 5: Aquele que é protetor

Gotham City
Quinta-Feira, 15:50H

Bruce Wayne, vulgo Batman nas horas vagas da noite, era um pai mais do que preocupado com seu pequeno filho adotivo, por mas que Dick Grayson pulasse quase todas as noites de prédios hiper altos, e corria em direções de bandidos armados, além de ter ferimentos horríveis em 90% do tempo. Bruce sempre entrava em pânico toda vez em que algo acontecia com seu pequeno passarinho azul.

-Quem fez isso no seu rosto? -Exigiu saber Bruce, assim que Dick entrou no carro preto. Seu rosto pálido levemente cortado em algumas áreas, Bruce já tinha visto várias vezes aquilo, e sabia bem o que poderia ter sido. -Eu quero nomes.

Dick bufou, encostando-se no banco de couro do passageiro. A mão grande e gélida de Bruce estava em seu pequeno rosto, seus olhos azuis estavam presos nos pequenos cortes no rosto e nos lábios do filho, ele avaliava o estrago causado por alguém daquela maldita escola.

-Dickie. -Chamou Bruce sutilmente, enquanto ainda segurava o rosto pálido dele. Os olhos grandes do menino levantaram-se lentamente, encontrando os olhos preocupados de Bruce. -O que aconteceu, hoje na escola?

-Por favor, Bruce. -Resmugou Dick, seu corpo inteiro doía, ele queria descansar, ele precisava descansar urgentemente, sua mente estava a mil. Irritado consigo mesmo por tantas coisas, principalmente pelo seu fracasso na missão no dia anterior. -Eu estou bem, Bruce. Por favor, eu só quero ir pra casa.

Bruce analisou o rosto cansado de seu protegido, ele suspirou, passando o braço coberto pelo terno preto caro em volta do ombro ossudo de Dick. O menino se aconchegou perto do pai, soltando um suspiro baixo.

-Alfred, prepare um banho para Dick, com bolhas. -Mandou Bruce seriamente assim que chegaram na grande mansão alguns minutos depois. Uma de suas mãos de Bruce estava sobre o ombro de Dick, e sua mochila estava sendo carregada, contra a vontade de Dick, por homem. -Por favor.

-Sim, patrão Bruce. -Alfred assentiu, desaparecendo sem fazer algum barulho sequer, segundos depois do pedido de Bruce.

-Eu estou bem. -Dick tentou convencer o homem outra vez. Ele podia sentir com clareza a preocupação extrema de Bruce naquele momento, e odiava aquilo. Sentia-se pequeno, incapaz de se proteger e um fardo pata o homem.

-A quanto tempo? -Questionou Bruce incerto, a voz quase sumindo no ar. Ambos parados em frente a grande escada da mansão Wayne. Dick desviou o olhar, sentindo as bochechas corarem. -Dickie, a quanto tempo isso está acontecendo?

Dick abriu a boca para dizer alguma coisa, mas vacilou. De forma alguma queria preocupar Bruce contando o que estava acontecendo na escola nos últimos meses, mas também não queria deixar de informar os últimos acontecimentos. Ele conhecia Bruce muito bem para saber que o homem tinha uma imaginação que podia ser muito perturbadora para cidadãos comuns.

-Uns garotos do último ano. -Confessou Dick, a voz baixa e um pouco arrastada, como se estivesse lutando para sair. Suas bochechas estavam vermelhas de constrangimento.

Bruce arregalou os olhos azuis com brutalidade, uma mistura de choque e irritação estava tomando conta de suas feições. Dick encolheu-se ao lado do homem, abraçando o próprio corpo magrelo.

-Por favor, não faça nada a respeito. -Pediu Dick de imediato, a voz tristonha. -Eles vão ficar ainda mais irritantes, e provavelmente vão escolher outro alvo. -Dick levou os olhos até Bruce, algumas lágrimas estavam começando a se formarem nos olhos azuis da criança. -Mas eu, eu aguento, você me muito treinou bem.

Dick tentou sorrir amigavelmente para Bruce, na tentativa de relaxar o homem morcego.

-Você sabe que tem total liberdade para contra atacar, né Dickie? -Lembrou Bruce com sutileza, logo acrescentando. -Não que deva, mas você... consegue... se quiser! É claro! Não que eu esteja incentivando você a bater neles ou coisa do tipo...

Dick riu alto, levando uma das mãos até a boca, tentando abafar o som de sua risada infantil. Risada essa que Bruce amava ouvir mais do que tudo no mundo, até quando estavam em meio a patrulha e o pequeno menino se balançava de prédio em prédio enquanto gargalhava alto, assustando com uma facilidade absurda os bandidos soltos em Gotham.

-Certo, garotão. -Bruce sorriu gentilmente para o menino risonho, uma de suas mãos pousadas no ombro pequeno dele. -É hora do banho, Alfred já deve ter acabado lá em cima.

Dick fez um biquinho chateado.

-Não vamos patrulhar hoje? -Questionou o Menino Maravilha, os olhinhos azuis brilhavam e contiam uma pequena esperança de que o homem fosse ceder.

Bruce negou com firmeza, ele tinha que cuidar com aqueles malditos olhinhos azuis cintilantes, normalmente acabava sempre cedendo aos pedidos de Dick. Não que ele fosse incapaz de negar algo ao garoto prodígio, muito pelo contrário, ele negava bastante coisas para Dick -menos um gigantesco T-Rex animatrônico, aquilo era impossível de se negar para uma criançade oito anos. Mas certas vezes ele precisava dizer um não bem severo, caso contrário o menino seria capaz de encontrar um brecha em suas ordens.

-Banho, cuidar desses machucados, dever de casa e jantar. -Disse Bruce firmemente, fazendo Dick desmanchar os ombros, em aceitação. -Agora vai lá para cima.

Bruce disse a última parte com mais leveza do que o restante da fala, ele esforçava-se para segurar o sorriso que se formava com rapidez em seus lábios. O motivo foi a adorável e infantil carranca que Dick fizera enquanto subia as longas escadas até o andar de cima da mansão.

Dick se encontrava atualmente enfiado dentro de uma enorme banheira branca cheia de água que ficava na suíte de seu quarto na mansão Wayne. Nela contia diversas bolhas coloridas, assim como Bruce havia pedido à Alfred minutos atrás. Dick começou a estourar as bolhas desprensiosamente, vendo elas estourarem ele ria baixinho. O menino adorava profundamente bolhas, adorava as cores, adorava o som que elas faziam ao estourar, tudo! Isso ele teria que admitir que era uma paixão muito infantil para alguém da idade dele, mas Dick tentava se convencer de que todos amavam bolhas tanto quanto ele.