Um possível responsável

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Colin permaneceu sentado em frente a sua mesa durante toda noite, ele ficou com a luz apagada, nunca fora do costume dele se deixar levar pelos seus próprios sentimentos, sua vulnerabilidade. Quando perdera o pai viu a família desabar em prantos, todos os irmãos e irmãs, a mãe que por pouco não morreu no parto prematuro da irmã mais nova, fora tanto estresse naquela época que sua fuga do luto fora tentar alegrar sua família. Algo que sempre fora reconhecido por sua mãe, que sempre conversava com ele sobre como sua alma era gentil e como ele sempre pensara em todos a sua volta. A verdade era que Tom havia se tornado como um irmão, com todo tratamento durante os últimos anos e perder um amigo assim, partia o coração dele.

Quando a porta se abriu e a luz do corredor entrou na sala, iluminando um pouco o ambiente.

– Colin me disseram sobre o seu paciente – A loira disse parada na porta.

– O nome dele era Tom – Respondeu cabisbaixo.

– Eu sinto muito – Ela se aproximou, se agachou em frente a ele e segurou suas mãos – Falou com os parentes dele?

O rapaz afirmou com a cabeça.

– Quer sair para beber? Eu posso colocar uma das minhas residentes para observar minha paciente, nós sairíamos em meia hora, você quer? – A loira o olhava, mas ele ainda estava cabisbaixo.

– É melhor não, sua paciente está em estado grave e se....

Eles são interrompidos, quando uma das internas chegou correndo quase chocando contra a porta.

– Doutora a paciente... – Morgan quase engolia as palavras tentando ajeitar os óculos – Ela acordou, acabamos de extubar nós bipamos a senhora, mas...

Penelope apalpou o bolso do jaleco médico e lembrou que acabou esquecendo-o no quarto da paciente, era erro tão idiota que a loira preferiu ignorar.

Ao se levar ela olhou para Colin – Venha, vamos ver a paciente – Estendeu a mão para ele.

– Não é minha paciente, Pen, é sua – Ele respondeu.

– Ela é paciente deste hospital, venha Col, por favor – A loira segurou a mão dele.

Colin se levantou e a seguiu, sem perceberem, eles andaram de pressa até o quarto da paciente de mãos dadas.

– Qual o estado dela? – Penelope se aproximou da cama e encarou a interna

– Ela abriu os olhos, nós extubamos e ela se queixou de dor então aumentamos os analgésicos – A interna respondeu.

A loira assentiu e se aproximou da paciente, que recuou com a aproximação.

– Olá Monique, meu nome é Penelope, estou cuidando do seu caso...

– O bebê – Ela falou com dificuldade, tocando a barriga.

– Está em observação, nós precisamos fazer uma cesárea de emergência – A médica loira explicou.

– Não... não precisa se esforçar muito moça – A paciente respondeu sem olhar para ela – Não é o primeiro bebê, o primeiro eu perdi porque ele me bateu tanto que eu comecei a sangrar, o segundo bebê eu nem sabia que estava sabe... eu nem sabia e ele... ele me... – Os olhos dela marearam, mas as lágrimas não caíram, sua boca tremia enquanto tentava falar – Não precisa se esforçar pra salvar o bebê, ele não vai sobreviver, ele é parte dele, não vai sobreviver...

Penelope olhou para sua interna e depois olhou para Colin, que observava com a expressão vazia.

– Monique nós... – A loira foi interrompida.

You're Still The OneOnde histórias criam vida. Descubra agora