A culpa é toda minha. (Moralinn)

" Denovo não. "

Aquela lembrança superficial logo se dissipou rapidamente, tudo havia se tornado um mero borrão, talvez não era importante.. Talvez.

O loiro adentrou naquela casa, protegendo sua cabeça com ambos os braços enquanto lágrimas geladas escorriam sob suas bochechas, sua garganta doía, sua mente pensava em mil e uma possibilidades de como o amor de sua vida morreria ali, sem ao menos dizer um "eu te amo" ou dar um bom abraço.

" M..-MORAJO!! " Sua voz falhava, o nó em sua garganta impossibilitava que as palavras saíssem e sua respiração sair normalmente. " M..-OMÔ!! NÃO MORRE POR FAVOR, NÃO MORRE!! " Gritava chorando, cada passo que dava era um grande aperto em seu coração

" L..- Lili. " Uma voz fraca sussurrou ao longe, demonstrava tal medo e receio, seu tom era familiar, mas não era possível ver seu corpo ou ponto de origem. Parecia ecoar na cabeça do garoto.

" Cacete.. MOMÔ! " Tropeçou algumas vezes nos destroços abaixo de seus pés, na maioria das vezes quase caindo sob o fogo escaldante.

Eu quero minha casa..

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Ah.. Verdade, minha casa é o Momô.. Meu belo mar.. Meu belo oceano..

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Como eu pude esquecer de um ser maravilhoso como ele?

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Momô é minha casa.

Dias se passaram depois do ocorrido, Morajo foi encontrado, mas foi levado ao hospital as pressas, seus batimentos mal eram sentidos sob seu seio, sua respiração aparentava ter parado e ele não correspondia nenhum movimento.

O cheiro da sala era predominante, ruim e bom ao mesmo tempo, a janela estava aberta, o céu lá fora era limpo, sem nuvens e com um clima bom. Aquele aparelho médico fazia um som irritante, mas era bom saber que o ruivo ainda estava vivo, ou ao menos até então. O loiro estava sentado ao lado da cama de seu amigo, o encarando fazia horas, não havia movido um único músculo ou se quer desviado o olhar, Torajo entrou no quarto com um rosto de quem não dormiu, seus olhos estavam inchados e seu corpo trêmulo, ele se posicionou ao lado de Linn que logo se levantou para deixá-lo sentar.

" L..- Linn.. " Sussurrou o verde, olhando para baixo. " Você devia descansar um pouco, passou o dia inteiro aqui sem comer nada.. "

" Não precisa, estou bem. "

"Tem certeza?.. "

"Muita."

Ali mesmo o assunto se encerrou, ficando um silêncio ensurdecedor na sala. Aos poucos, boas memória passavam na cabeça do loiro como se fossem um filme. Cada uma mostrando o sorriso do Morajo, algo que ele nunca se esquecerá.

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Olha Lili, se um dia alguém te bater, bate de volta! E se você não quiser bater, me chama que eu bato e com força!

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Mas.. Isso não vai machucar?..