Entre Olhares e Silêncios - Hendrik Macedo

Capítulo 5

 Quando viu o irmão de Celina se aproximar, um misto de alívio e apreensão tomou conta dele. "Talvez eu possa conversar com alguém que entenda," ele pensou.

— E aí, Hendrik! — O irmão de Celina disse, batendo em suas costas. — Como foi a noite de filmes?

— Ah, foi legal. A gente se divertiu. — Hendrik respondeu, tentando esconder o nervosismo em sua voz.

— Só você e a Celina? — o irmão perguntou, levantando uma sobrancelha, claramente intrigado.

— Sim... só nós dois. — Hendrik respondeu, olhando para o chão. — Foi... diferente.

— Diferente como? — o irmão insistiu, percebendo que havia algo mais por trás da resposta de Hendrik.

— É que... eu não sei. — Hendrik hesitou. — Ela é tão legal e a gente se deu super bem. Aí, no meio do filme, a gente acabou se aproximando, e...

Hendrik fez uma pausa, tentando organizar as palavras. O irmão de Celina parecia estar prestando atenção, e isso o incentivou a continuar.

— Eu gostei de ter ela tão perto. E quando a gente segurou as mãos... foi... — ele suspirou, frustrado. — Não sei se é só amizade ou se é algo mais. Estou confuso.

O irmão de Celina sorriu, mas havia uma seriedade em seu olhar.

— Entendi. Você gosta dela, né? — ele disse, claramente pegando o ponto da conversa.

— Acho que sim. Mas não tenho certeza se ela sente o mesmo. — Hendrik disse, passando a mão pelo cabelo. — E não quero estragar nossa amizade.

— Você precisa ser honesto com ela. — o irmão sugeriu. — Se você não falar, vai ficar se perguntando sempre. E, se não der certo, pelo menos você saberá.

Hendrik assentiu, considerando as palavras do irmão. "Mas como eu faria isso?" Pensou, frustrado. "E se ela não sentir o mesmo?"

— Você poderia convidá-la para sair, sabe? Um encontro mais informal, só vocês dois. — O irmão de Celina sugeriu, com um brilho nos olhos. — E se você realmente estiver afim dela, isso pode deixar tudo mais claro.

— É, talvez. — Hendrik respondeu, sua mente começando a formular uma ideia. — Mas e se ela não gostar?

Nesse momento, Iris apareceu, vindo em direção a eles. Ao perceber que a conversa era séria, ela parou e ouviu.

— Oi, meninos! O que vocês estão discutindo? — ela perguntou, curiosa.

— Hendrik está confuso sobre a Celina. — O irmão de Celina explicou, com um sorriso malicioso. — Ele não sabe como lidar com os sentimentos que está tendo por ela.

Iris olhou para Hendrik, a expressão dela era de compreensão.

— Ah, Hendrik. Você realmente gosta dela, né? — ela perguntou, com um olhar inquisitivo.

— Sim, eu acho que sim. — Hendrik respondeu, agora um pouco mais seguro. — Mas não sei como dizer isso para ela.

— Talvez você devesse levá-la para um café ou algo assim. — Iris sugeriu. — Um lugar onde vocês possam conversar mais a sós, longe de tudo.

Hendrik se lembrou da última vez em que estiveram juntos. "Sim, o sofá foi legal, mas um café pode ser ainda melhor," pensou. "Um lugar mais íntimo..."

— É uma boa ideia. Mas e se ela não se sentir da mesma forma? — ele perguntou, um pouco hesitante.

— E se ela sentir? — Iris respondeu, cruzando os braços. — Você nunca vai saber se não tentar. A vida é muito curta para deixar as coisas em aberto.

Hendrik percebeu que a conversa estava lhe fazendo bem. A animação de Iris e a compreensão do irmão de Celina estavam ajudando a clarear seus pensamentos.

— Vou fazer isso. — Hendrik disse, determinado. — Vou convidá-la para sair.

Iris sorriu e o irmão de Celina deu um tapinha nas costas dele.

— Isso mesmo! E não se preocupe. Se der errado, você pode sempre falar comigo sobre isso. — o irmão disse, com um sorriso confiante.

— Valeu, pessoal. — Hendrik respondeu, sentindo-se mais leve. "Talvez essa confusão seja apenas o começo de algo bom."

A conversa havia lhe dado a coragem que precisava. Agora, era hora de colocar seus planos em ação. Celina merecia saber o que ele sentia, e ele estava pronto para descobrir se havia uma chance para os dois.