18. Rainbow Dash - Traída

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Assim que saio, sinto as lágrimas descerem. Corro desesperada pro refeitório. Assim que entro, todos olham pra mim e começam a cochichar. Mas não tenho tempo pra pensar nisso agora. Olho em volta, e avisto Pinkie sentada numa mesa sozinha. Vou até ela e sento-me na cadeira à sua frente.

— Meu Deus, Rainbow, o que houve? — ela pergunta preocupada.

Limpo minhas lágrimas — uma tentativa inútil já que várias outras desceram logo em seguida.

— A Flutter... — digo entre soluços — Ela está com Discord agora.

Pinkie arregala os olhos.

— Mas como assim?

Conto para ela o que aconteceu. Penso que ela vai se irritar, gritar, espernear. Mas ao invés disso, ela ri.

— Você acreditou mesmo no Discord? — ela pergunta antes de cair na risada de novo assim que assinto com a cabeça. — Você deve gostar muito da Flutter. — ela constata.

Coro imediatamente. Esqueci do pequeno detalhe de que a Pinkie não sabia nada.

— Claro, ela é minha amiga... — tento explicar meio sem jeito.

— A mim você não engana, Rainbow Dash! — ela diz me olhando fixamente.

— Tá, eu gosto dela — confesso.

Ela dá um sorrisinho.

— Eu sei.

Olho com cara feia e ela ri.

— Mas não acredite no Discord. A Flutter jamais ficaria com ele.

Sorrio. Bem, a Pinkie tem razão. O Discord é um belo de um mentiroso mesmo.

...DEPOIS...

Estou saindo da escola com Pinkie, quando Rarity me puxa desesperada.

— Você tem que ver isso! — diz ela procurando algo no celular.

Ela abre um vídeo e me mostra a tela do celular. O áudio é horrível e mal da pra escutar, mas ainda dá pra ver claramente.

No vídeo, Flutter e Discord conversam na quadra. Discord está perto demais de Flutter, segurando sua cintura. Eles conversam, mas não dá pra ouvir o que falam. Discord tira uma mecha de cabelo do rosto de Flutter e segura seu rosto.

À essa altura, já estou indignada demais para dizer qualquer coisa.

Flutter tenta falar algo, mas Discord a interrompe colocando o indicador em seus lábios. Ele diz algo e depois...

Não, eu não vi isso! Discord a beija! A beija! Beija aqueles lábios macios que são só meus! Então o que Discord disse era verdade. Eles eram mesmo um casal.

Não aguento terminar o vídeo, era doloroso demais. Saio correndo para casa, ignorando os gritos de Rarity e Pinkie atrás de mim.

Eu não acredito que Flutter fez isso comigo. Nem sequer conversou comigo antes e tudo mais. Tudo bem que tínhamos brigado, mas não tínhamos terminado...

Eu estava arrasada. Eu me decepcionara mais uma vez. A imagem daquele beijo não saía da minha cabeça. Ela não teve dó de mim, e pisou em mim como se eu fosse nada. Como se eu não tivesse sentimentos. Meu mundo desabou, se abriu aos meus pés.

Por mais que eu tentasse afastar aquilo da minha mente, não conseguia. Aquilo girava a minha volta, e minha tristeza transbordava em lágrimas.

As lágrimas me cegam, e nem sei mais pra onde estou indo. Só continuo correndo. Não aguento a pressão, e caio de joelhos e desabo a chorar. Não ligo para as pessoas ao meu redor, eu apenas choro.

De repente, sinto uma mão acariciar meus cabelos.

— Vai ficar tudo bem.

Olho para cima e Scootaloo me olha solidária. Tento forçar um sorriso para ela, mas é em vão.

Ela me abraça forte, e eu retribuo.

— Eu não sei o que aconteceu — ela diz ao meu ouvido — Mas sei que vai dar tudo certo, tá?

— Como sabe disso? — questiono.

— Porque você é a Rainbow — ela responde — E você é a melhor, então vai superar!

— A melhor...?

— Sim, a melhor irmã do mundo! — ela me solta e estica os braços sorrindo alegremente.

Limpo algumas lágrimas.

— Mas nem sou sua irmã.

Ela olha pro chão tristonha.

— Mas eu queria muito que fosse.

Sorrio para ela.

— Então vai ser assim! Seremos irmãs a partir de hoje.

Ela sorri abertamente.

— Mesmo?

— Mesmo.

Ela me abraça novamente.

— Ei, Scootaloo.

Ela me solta.

— Sim?

— O que acha de tomarmos um sorvete agora? Eu pago.

Ela sorri animada.

— Eu topo!

...DEPOIS...

Depois do sorvete, deixo Scootaloo em sua casa. Ainda não esqueci o que vi, mas Scootaloo conseguiu me distrair muito bem. Vou para minha casa.

Entro em casa, mas não tem ninguém. Mamãe deixou um bilhete na geladeira avisando que jantaria fora com papai. A casa era toda minha.

Alguns podem dizer que é meio solitário uma adolescente viver assim, com os pais não parando em casa. Outros acham isso um grande problema. Mas a verdade é que eu adorava. Menos quando eu estava tão pra baixo, como agora.

Eram apenas 17:00 horas, mas coloquei meu pijama e deitei. A melhor forma de se esquecer dos problemas por um tempo é dormindo. E foi o que eu fiz.

Borboletas do Arco-ÍrisOnde histórias criam vida. Descubra agora