"Além das eleições..."

60 1 1
                                    

Isso não é uma continuação direta do capítulo anterior; eu realmente queria seguir de onde parei, mas estou sem tempo e tenho muita preguiça🥺. No entanto, como gostaria de dar um desfecho a isso, decidi postar este último capítulo kkkkkk





As luzes da cidade de São Paulo brilhavam intensamente naquela noite decisiva. A energia da campanha que parecia interminável agora se dissolvia em silêncio, com Pablo Marçal e Datena recebendo a notícia de que não haviam conseguido avançar para o segundo turno. Suas batalhas pessoais e políticas pareciam vazias, mas dentro de cada um, havia algo não resolvido.

Marçal, trancado em seu escritório, revê os vídeos de seus debates, especialmente a cena icônica da cadeira sendo arremessada nele. O que mais o incomodava não era a derrota, mas o que ficou no ar entre ele e Datena. As provocações, a tensão e a certeza de que tinham muito mais em comum do que queriam admitir.

O telefone vibra em sua mesa. Uma mensagem de Datena: "Nos encontramos no estúdio, uma última vez." O desafio estava lançado. Marçal suspira, levanta-se e segue para o estúdio.

O espaço vazio, antes vibrante com debates, agora estava coberto pela escuridão da derrota. Quando Marçal chega, vê Datena sentado à beira do palco, olhando para as cadeiras vazias. "Achou que eu não viria?" diz Marçal.

"Eu sabia que você viria. Esse jogo entre nós nunca foi só política," responde Datena, erguendo o olhar.

Sentando-se ao lado de Datena, o silêncio entre eles é carregado. "Você sempre soube que estava lutando por algo mais, não é?" Marçal pergunta.

"Era sobre nós desde o início," Datena revela, a intensidade em sua voz crescente.

Marçal ri, um riso amargo. "Você me tirou do eixo como ninguém. Desde aquela cadeira arremessada, parecia que tínhamos algo a resolver. Algo que não era sobre o povo de São Paulo."

Os dois se levantam, a tensão no ar se torna palpável. "Por que fracassamos?" Marçal questiona, encarando Datena. "Estávamos focando nas batalhas erradas?"

Datena se aproxima, sua voz um sussurro carregado de emoção. "Talvez porque estávamos tentando derrotar um ao outro, quando deveríamos enfrentar o que realmente nos incomoda."

A tensão entre os dois atinge o ápice, e, num impulso, Datena empurra Marçal contra a parede do estúdio, a proximidade intensificando a electricidade entre eles. "Isso. Você. Sempre foi você," Datena diz, aproximando-se mais.

Marçal, encurralado, não se afasta. "E agora, o que fazemos com isso?" ele pergunta, a voz rouca.

Sem aviso, Datena se inclina e o beija com ferocidade, uma mistura de paixão reprimida e frustração. O beijo é agressivo, intenso, como se tentassem preencher o vazio entre eles. Marçal responde, entregando-se ao momento, sentindo a intensidade da batalha que nunca haviam enfrentado.

Quando o beijo se rompe, Datena dá um passo para trás, o rosto próximo. "Esse 'nós' nunca foi real... era só o calor do momento."

Marçal, respirando pesadamente, baixa a cabeça, absorvendo a dor e a verdade. "Então é assim que termina?"

"Sim. E não. Quando as luzes se apagam, o que resta é uma batalha interna. E essa... você terá que lutar sozinho."

Marçal hesita antes de sair, virando-se para Datena. "Essa batalha interna, você também a perdeu?"

O silêncio de Datena é resposta suficiente.

Ao deixar o estúdio, a cidade continua a pulsar, indiferente. A derrota política ficou para trás, mas a ferida entre eles permanecia viva, como um lembrete constante da conexão que nunca puderam entender.

Ambos seguiram caminhos separados, mas a presença um do outro permanecia. A cidade de São Paulo assistia ao desenrolar de suas histórias, lembrando que a política vai além dos palanques; é um jogo de emoções, alianças e conflitos internos.

Após a derrota, os apoiadores de Marçal organizaram um culto na Avenida Paulista, uma mistura de devoção e estranheza. Um grupo exibia cartazes com "Marçal para sempre!", enquanto outro prometia boicote a qualquer candidato que não fosse ele. O clima era quase cômico, criando uma atmosfera surreal que transformou a Avenida em uma loucura política.

Marçal, mesmo após perder a eleição, se tornou um símbolo de resistência. Ele se afastou da política, buscando entender o que realmente desejava. Sua imagem ainda dominava as redes sociais, enquanto ele refletia sobre as conexões perdidas e o que realmente queria na vida.

Datena manteve-se firme na televisão, mas as batalhas nos palanques se refletiam em suas entrevistas. Ele percebeu que a política era mais do que competição; era uma oportunidade de conexão. Contudo, a solidão das noites pós-debate o fez pensar no que poderia ter sido se tivesse sido mais vulnerável, se tivesse permitido que Marçal visse quem ele realmente era.

As rotinas de Pablo Marçal e Datena seguiam caminhos distintos, mas suas histórias ainda ecoavam nas conversas políticas, simbolizando rivalidades e paixões. A cidade de São Paulo, com suas luzes brilhantes, assistia ao desenrolar de suas histórias, sempre lembrando que a política é um jogo complexo de emoções.

Enquanto o sol se punha, as vidas de Marçal e Datena continuavam entrelaçadas de maneiras inesperadas. O futuro era incerto, mas uma coisa era clara: a política, com todas as suas complexidades, ainda os unia, e um novo capítulo poderia surgir a qualquer momento.

---

Tchau, tchau🫄🕊️

O Debate Esquentou - Datena E Pablo MarçalOnde histórias criam vida. Descubra agora