Seven

100 20 4
                                    

Fazia uma semana e meia desde que eu e Maya estávamos naquela grande casa. Confesso que ainda estava me acostumando com tantos cômodos, corredores e decorações, mas me sentia confortável ali.

Quando acordei de manhã, fui banhada pelo silêncio. O quarto de Maya era o mais próximo do meu, e mesmo assim, eram necessários muitos passos para chegar até lá.

Caminhei pelo corredor, pronta para acordar ela. Porém, quando abri a porta a garota não estava em sua cama. Seus lençóis estavam dobrados de um jeito desajeitado, já que ela havia aprendido há pouco tempo como fazer aquilo.

Peguei um copo de água vazio que estava na estante ao lado da cama dela, também vazia.

— Maya? — perguntei, na tentativa de acha-lá em algum outro cômodo do corredor, mas foi em vão.

Preocupada sem saber onde a garota estava, desci as escadas mais rápido do que o normal. Com o copo ainda na minha mão.

— Maya?! Onde você está, filha?

Sem resposta.

A sala estava completamente vazia, assim como todo o resto da casa que eu já tinha visto a procura dela.

Então, decidi ir até a cozinha, afinal, talvez ela tivesse acordado mais cedo hoje. Maya adorava comer, então talvez essa tenha sido uma boa opção para ela.

— May...— tentei chamar mais uma vez, porém quando passei pela porta da cozinha, entrando no lugar, meus pés pararam imediatamente. Cravaram-se no chão.

Quando olhei para a figura que estava em minha frente, conversando com a minha filha de modo casual, o copo de vidro que eu segurava caiu da minha mão e se estilhaçou no chão.

Um alto barulho de vidro, agora partido em mil pedaços ecoou pela cozinha. Porém, eu estava imóvel, sem reação alguma.

Maya, que não parecia estar assustada com o barulho, se virou imediatamente para me encarar.

Mãe! por que não me disse que seu amigo iria chegar hoje?! — Maya pergunta, e eu engulo em seco. Porque na minha frente, sentado do lado da minha filha, estava meu ex namorado. Thomas Moretti, o melhor jogador de futebol americano do país estava bem ali.

Não era possível. Como diabos estava aqui? Mariana havia dito que ele estava viajando graças aos jogos.

Ainda estática, mal me importando com os pequenos pedaços de vidro ao meu redor, olho para Thomas. Ele estava usando uma camisa comum branca, que com certeza devia custar muitos dólares. E mesmo depois de 6 anos, era como se nada dele tivesse mudado para mim, mesmo com tudo diferente. O agora homem, em minha frente com certeza tinha um físico de dar um inveja em qualquer um. Seus braços cruzados de um jeito firme revelavam seus bíceps definidos e treinados. Seu maxilar estava travado em uma expressão que eu não conseguia desvendar, mesmo olhando para os seus olhos, tão azuis quanto o oceano. Seu cabelo, castanho escuro, quase preto, que entrava em constraste com a cor de suas íris, estava um pouco bagunçado, caindo em ondas pela sua testa.

Ele era sem dúvidas, um deus grego. Não era atoa que todas as mulheres dos Estados Unidos babavam em Thomas, e ele fazia questão de levar a grande maioria delas para a cama. Por isso, tabloides circulavam com o seu rosto, e revistas tinham ele como capa. A própria bandeira vermelha.

— Mãe, por que não saí daí? O que aconteceu? Vai machucar o seu pé nos cacos de vidro. — Maya diz, me despertando daquele transe infinito. Paro de olhar para o babaca em minha frente e volto a atenção a minha filha.

— Maya, o que está fazendo aqui com esse homem? — pergunto, seca, com o tom severo de mãe que quase nunca uso com ela.

— Conversando, ué. — ela responde, balançando as pernas enquanto está sentada em uma das cadeiras da ilha de mármore presente na cozinha.

The steps of love Onde histórias criam vida. Descubra agora