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A última vez que fui a uma igreja foi aos 9 anos de idade, não sabia nem como me vestir e o que acontecia em uma missa.

-O que eu coloco pra vestir? - Grito para minha mãe que estava em seu quarto.

-Sei la, um vestido longo. Algo que seja descente.

Algo que seja descente, como se eu fosse piranha mesmo.

Eu sempre fui uma pessoa mais introvertida, nunca gostei muito de festas, de bebida, fumar e todas essas coisas que jovens fazem.

Tenho 22 anos e ainda sou virgem. Mar acho Algo completamente normal, cada coisa no seu tempo, né?

Coloco um vestido azul claro, ele é justo na parte de cima, meio franzido e no quadril ele é rodado, o comprimento ia uns quatro dedos acima do joelho. Acho comportado.

Desço as escadas e percebo que minha mãe já estava me esperando.

Já era quase 17hrs, o horário que começa a missa. Andamos até o final da rua, onde fica a igreja.

Quando começamos a subir a escada da igreja, dona Maria aparece feliz para nos cumprimentar!

-Que bom que vieram meninas! Vocês vão adorar o Pastor Mateo!

Ela dá um sorriso e entra na igreja, minha mãe vai logo atrás. Enquanto eu observo um pouco mais o exterior da igreja, uma igreja normal com um sino lá na ponta e...

-Ana

Ouço minha mãe chamando e saio dos meus pensamentos.

Sentamos em um banco no meio da igreja, porém não era uma igreja muito. Mas também não era pequena. Era mediana.

Fiquei observando o lustre no teto, os ventiladores nas paredes laterais da igreja, as janelas, as pessoas já sentadas esperando começar. Até que uma voz me tira novamente a minha atenção aos detalhes.

-Boa noite a todos! Fico feliz que vieram a mais uma missa!

Olho para frente, e lá estava ele, o Padre Mateo, mas espera. Ele era jovem, não tinha nem 27 anos direito, nem barriga. Ele tinha um cabelo castanho bonito; era alto, um sorriso muito bonito, os olhos sedutores e caídos.

Ele começou a olhar por toda multidão até encontrar com os meus olhos, que fica me observando por um tempo, começo a sentir um calor enorme surgir.

-Parece que temos pessoas novas na nossa comunidade- Ele falando saindo lá da frente e vindo em nossa direção.

Minha mãe começa a ficar animada e estende a mão para Mateo quando ele se aproxima.

-Prazer Carol! E essa é minha filha Ana.

Ele cumprimenta a minha mãe e estende a mão para me cumprimentar, seu olhar fixo nos meus, cumprimento ele de volta e viro meu rosto para frente, evitando contato visual com ele.

Ele se vira para frente e começa a andar novamente.

-Sem mais demoras, vamos começar hoje com o Matheus capítulo....

Não consegui mais prestar atenção no que ele falava, apenas nele. No rosto dele, seus olhos.

Pecadora, afastei meus pensamentos e tentei me manter firme pela minha mãe.

Quando a missa acabou minha mãe quis esperar as pessoas saírem para conversar com o Padre.

Nisso dona Maria veio ao meu encontro.

-O que achou da missa querida?

-Ah, .... foi muito boa; é.

- A que ótimo! Será que você poderia me ajudar a recolher os livrinhos?

-Claro, claro que sim!

Ela começa a pegar os livros da metade para o final da igreja, e eu da metade para frente. Até que minha mãe aparece e cochicha no meu ouvido.

-Conversei com o Padre, você vai começar a fazer estudos particulares com ele para você se batizar.

Olhei para ela indignada, como ela podia fazer algo assim comigo!

-Você tá brincando comigo?

-Vai ser bom para você!

Ela arruma sua postura e fala com um sorriso.

- Já estou indo para casa querida, converse com o Padre antes de sair.

Ela sai andando e fico parada por um tempo tentando entender a situação.

Perdoai nossos pecadosOnde histórias criam vida. Descubra agora