A semana passa muito rápida. Ajeito minha mochila, quando termino meu trabalho para ir ao estudo com Mateo. Toda essa ideia me dava arrepios, então eu evitava pensar muito.
Caminho até a igreja, tento empurrar a porta e entro, fecho e da um barulho alto, a igreja estava vazia, caminhei devagar até ver uma pessoa parada lá na frente me observando.
-Olá Ana.
Mateo fala vindo na minha direção com as mãos no bolso de sua calça, ele estava novamente de calça preta, mas estava com uma blusa curta de malha preta, consegui reparar nos seus músculos, isso deveria ser pecado, um padre ser tão bonito assim. A correntinha no pescoço. Aquele olhar que faz qualquer um ficar com borboletas no estômago, só de olhar pra ele já me sinto uma pecadora.
-Oi Mateo!
Ele estende a mão e o cumprimento.
-Fico feliz que não me chamou de padre. - Ele fala com um sorriso no rosto e vira seu corpo
Ele começa a andar e vou logo em seguida.
-Acho melhor estudarmos na minha casa, aqui as mesas não são boas.
Apenas fiquei observando sairmos da igreja e ir para a casa dele; que ficava atrás.
Era uma casa relativamente pequena, uma cozinha com ambiente bem aberto ao lado da sala; parecia algo mais antigo, coisa de igreja.
-Fique a vontade, pode ser sentar.
Ele fala colocando a mão nas minhas costas e me levando até uma cadeira. Meu corpo todo começa a percorrer calafrios. Mas finjo normalidade e sento na cadeira.
Puxo minha mochila e tiro a bíblia. Consigo perceber que seus olhos estão totalmente fixos em mim.
-Voce quer um chá?
-Claro, por favor.
Ele tira duas xícaras do armário e coloca água para ferver. Coloca um saquinho de chá em cada xícara e volta seu olhar pra mim, que estava imobilizada em minha cadeira.
Ele solta uma risada leve e chega perto de mim e se apoia em uma cadeira, ele estava mais perto de mim do que o normal, com aquele sorriso malicioso e olhar desconfiado.-Mulher de poucas palavras.
-Prefiro que fiquem só no meu pensamento.
Ele me observa meticulosamente.
-Então está pensando em pecados?
Eu observo meio assustada e curiosa para ele, com a respiração um pouco acelerada.
-O que seria pecado pensar, padre? - falo quase em um sussurro, não tinha forças o suficiente para manter contato visual com ele tão perto.
Ele estuda todo meu rosto e se demora na minha boca, ele molha seus lábios por um tempo prolongado demais, não conseguia mais sentir o meu corpo direito.
-Quando você sabe que não deveria estar pensando nisso.
Ele fala ainda olhando pra minha boca e logo se levanta da cadeira que estava apoiado e vai fazer nossos chás.
Solto ar aliviada pela tensão que tinha acabado de acontecer. E logo em seguida ele coloca minha xícara na minha frente.
-Chá de camomila.
Envolvo o chá quente em minhas mãos e o observo rodear a mesa para sentar de frente para mim.
-Muito obrigada.
-Então Ana, você sabe alguma oração?
-Sei o Pai nosso e Ave Maria.
Ele me observa e volto o meu olhar para o chá.
-Sabe, eu gosto da oração do Pai Nosso, gosto muito de ouvir essa oração, me da felicidade.
Olho para ele e dou um sorriso leve.
-Poderia rezar o Pai Nosso para mim Ana?
Sinto algo crescer novamente dentro de mim e minha respiração começa a ficar mais forte.
-Claro.
Limpo minha garganta e ajeito minha postura.
-Pai nosso que...
Vou falando pausado, conforme a oração devia ser; conforme eu falava, ele andava de um lado para o outro na cozinha.
Quando terminei a oração, ele estava no meu lado me observando com aqueles malditos olhos sedutores.
Eu desvio meu olhar para o chá a minha frente e fico imóvel.
Ele chega perto do meu ouvido e sussura.
-A oração ficou perfeita, linda na sua voz.
Me mantenho imóvel sentindo os pelos do meu corpo se arrepiarem ao ouvir sua voz rouca e sentir o seu hálito no meu rosto tão perto de mim.
Padre; o que você está fazendo comigo?
Ele puxa uma cadeira do meu lado e se senta.
-Já sabe como ler uma bíblia?
Puxo a bíblia para perto de mim.
-Sim, são por nomes, capítulos e versículos.
-Ótimo, você aprende rápido.
E nosso noite seguiu com ele testando a minha habilidade de abrir na página correta e ler o versículo correto.
Como era pouco tempo, passava muito rápido. Mas pra mim, era uma eternidade ver seus olhos me observando o tempo todo e sentir borboletas no estômago por duas horas seguidas.
Já havia passado dez minutos do meu horário.
-Acho que nossa aula acabou.
Falo olhando para ele; ele olha para o relógio e se volta para mim.
-Uma pena!
Ele se levanta e me conduz até a porta de sua casa.
-Te vejo amanhã Ana.
Ele me da um abraço seguido de um beijo no rosto, eu só dou um sorriso e saio andando rápido demais da casa dele. Quando olho para tras; ele ainda estava com a porta aberta me observando.
Padre, você é o meu pecado.
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Perdoai nossos pecados
FanfictionAna acaba de se mudar de cidade com sua mãe após seus pais se separarem. Sua mãe está decidida que vão começar a ir para a igreja todos os domingos, e que Ana começará a ter aulas particulares com o Padre. Mas Ana não esperava que o Padre fosse da s...