Entre Laços e Desencontros

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Ginna

Ginna acordou com o som estridente do celular vibrando na mesa de cabeceira. O quarto estava tranquilo, banhado pela luz suave do final da tarde. Ela piscou lentamente, ainda meio grogue, tentando recuperar o fôlego da calma que tinha desfrutado até aquele momento. Estava sendo um dia agradável até ali. Mas ao ver o nome "Mãe" iluminando a tela, sua tranquilidade esvaiu-se.

Ela suspirou pesadamente, sabendo que aquilo não terminaria bem. Ginna hesitou por um momento, como se estivesse se preparando para o que estava por vir. Tocou a tela e, antes mesmo de colocar o celular no ouvido, a voz alta de sua mãe já atravessava o ambiente.

— Onde você está, Giovanna?! — Mariana gritou, tão alto que parecia estar no viva-voz. A voz ecoou pelo quarto, interrompendo até mesmo Anny, que estava pacificamente enrolando os cabelos com o babyliss. Ela parou no mesmo instante, o olhar se voltando para a amiga com uma expressão de preocupação.

— Tô no hotel, mãe. Já falei que estou com a Anny. — Ginna tentou manter a calma, respondendo com uma voz monótona, claramente irritada, mas fazendo o possível para não deixar isso transparecer.

— Eu sei disso! — Mariana rebateu, sua voz ganhando um tom ainda mais elevado. — O que você acha que está fazendo aí, hein? Você acha que eu vou deixar você fazer o que quer? Sem ninguém para te supervisionar?

Ginna apertou os punhos, seus olhos fixos no chão. Ela já tinha passado por aquela mesma discussão tantas vezes, que podia prever cada palavra que sua mãe diria. As mãos começaram a tremer levemente, a paciência já estava no limite.

— Mãe, eu não estou sozinha. Eu tô com a Anny! — insistiu Ginna, sua voz ficando mais firme. — Você já sabia que a gente ia para o show!

Do outro lado da linha, a resposta de Mariana foi tão explosiva que Anny deu um salto, o tom furioso era óbvio. Ela assistia a tudo com o coração acelerado, sentindo a tensão aumentar no ambiente. Ela sabia que as discussões entre Ginna e sua mãe eram frequentes e, mais importante, perigosamente intensas.

— Eu não vou ficar presa a você! — Ginna gritou, finalmente explodindo. — Você nem se importa de verdade! Você nem esteve aqui, e agora quer controlar tudo na minha vida?

O grito reverberou pelo quarto, e Anny deu um passo para trás, o coração disparado. Ela já tinha visto Ginna ficar irritada antes, mas nunca a esse ponto. A amiga estava vermelha de raiva, os olhos faiscando, a respiração acelerada. O estalo veio logo depois.

Ginna, em um movimento impulsivo, jogou o celular na cama com tanta força que ele quicou, bateu na beirada da mesa de cabeceira e derrubou um vaso de vidro, que explodiu no chão em mil pedaços. O som ecoou pelo quarto, e Anny ficou paralisada por um segundo. Ela sabia que precisava fazer algo. Sua amiga estava à beira de perder o controle completamente.

Sem pensar duas vezes, Anny saiu correndo do quarto. Ela não sabia o que fazer, mas uma coisa era certa: Ginna precisava de ajuda. E rápido.

Anny correu pelos corredores do hotel, o coração acelerado. Ela não falava coreano, mas só havia uma pessoa com quem elas tinham passado tempo suficiente naquele dia e que parecia ter algum tipo de influência: Suga. Ele tinha sido gentil com elas pela manhã, e algo em sua presença calma fazia Anny acreditar que ele poderia ajudar. Ela não sabia exatamente como ou por quê, mas Ginna tinha mencionado que Suga parecia diferente com ela, como se ele sentisse um cuidado especial.

Finalmente, Anny chegou ao quarto onde sabia que Suga estava hospedado. Ofegante e em pânico, ela bateu na porta com força. Os segundos pareceram intermináveis até que a porta se abriu, revelando J-Hope, que a encarou confuso.

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