recomeço de uma vida

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A grande casa afastada do coração da vila, ficava ao lado de um jardim que serpenteava por entre colinas verdes e flores silvestres

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A grande casa afastada do coração da vila, ficava ao lado de um jardim que serpenteava por entre colinas verdes e flores silvestres.

Aquela casa era um símbolo de algo ainda mais precioso para Jimin e Jungkook, era o lugar que haviam construído se amor para viver seus dias, longe dos olhares curiosos, longe das expectativas e das tradições de espécies dos reinos.

Jungkook, o alfa de ombros largos e expressão grave, havia crescido numa família de guerreiros e líderes, sendo o guerreiro amigo do rei. Seu espírito, embora forte e resoluto, ansiava por paz. Ele não era movido pela sede de poder ou conquistas territoriais. Não buscava sentar-se em um trono ou comandar exércitos. Em vez disso, Jungkook sempre sonhara com uma vida simples ao lado de alguém que o entendesse, alguém com quem pudesse compartilhar o fardo e a alegria de construir algo do zero sendo seu companheiro de vida que tanto acredita existir.

E foi Jimin, o ômega de cabelos brancos longos e olhos serenos como a água do riacho, que transformou esse sonho em realidade. Jimin era diferente de muitos ômegas não por ser recessivo. Sua gentileza não era sinônimo de submissão, e sua doçura escondia uma força interior que Jungkook sempre admirou. Ele era livre, dono de si, e compartilhava com Jungkook o desejo de criar um espaço onde pudessem viver sem os pesares e julgamentos da sociedade que os cercava.

Naquela tarde, o jardim em frente à casa florescia.

Os hibiscos e lavandas que Jimin cuidava com tanto esmero pareciam mais vivos do que nunca, suas cores e perfumes dançando com o vento que soprava suavemente. As mãos de Jimin, delicadas e habilidosas, retiravam com cuidado as ervas daninhas ao redor das flores, e seu rosto sereno trazia uma paz que aquecia o coração de Jungkook.

O alfa, que estava voltando de seu trabalho de patrulha, parou por um instante para observar o ômega à distância. Aquela cena, de uma simplicidade encantadora, enchia Jungkook de um amor tão profundo que, às vezes, ele mal podia acreditar na sorte que tivera ao encontrar Jimin no templo do casamento e, antes mesmo desse momento.

Mas naquela tarde, havia algo diferente no ar.

Jungkook, ainda suado do trabalho duro, ergueu o rosto ao vento e sentiu um aroma que não pertencia às flores, nem à terra recém-revolvida. Era um cheiro doce, delicado, e ao mesmo tempo tão inconfundível que seu coração acelerou. Ele não sabia de onde vinha, mas algo em seu instinto lhe dizia que aquilo era importante. Algo ancestral dentro de si se agitava, algo que ele jamais havia experimentado.

Caminhou até Jimin, o olhar fixo no ômega que ainda não o notara. Quando finalmente chegou perto o suficiente, Jimin ergueu os olhos e sorriu, seu rosto se iluminando ao ver o alfa.

— Você voltou cedo hoje — disse Jimin, a voz suave como o vento entre as árvores. Ele se levantou, limpando as mãos na frente de sua túnica de linho, e caminhou até Jungkook, abraçando-o com ternura.

O cheiro doce voltou, mais forte desta vez. Jungkook fechou os olhos por um momento, inalando profundamente, e percebeu que vinha de Jimin. Um arrepio percorreu sua espinha, e ele se afastou suavemente, ainda segurando o rosto do ômega entre as mãos.

— Jimin... — começou, com a voz baixa, quase trêmula. Ele não sabia como dizer o que estava sentindo, mas algo estava claro: aquele aroma, aquele cheiro doce e reconfortante, de leite e mel. Ele olhou fundo nos olhos de Jimin, buscando respostas que ele mesmo ainda não tinha formulado. — Há algo... algo que você não me contou?

Jimin piscou, confuso a princípio, mas seu rosto logo foi tingido por um rubor suave. Seus olhos brilharam com uma emoção contida, e ele sorriu, dessa vez mais hesitante, como se estivesse prestes a revelar um segredo que guardava há algum tempo.

— Eu... — Jimin começou, mas a emoção o fez parar por um momento. Ele respirou fundo, segurando as mãos de Jungkook firmemente. — Eu ia te contar esta noite, quando estivéssemos jantando. Queria que fosse um momento especial. Mas acho que você já sabe, não é?

Jungkook sentiu o coração disparar em seu peito. Sua mente girava, mas seu corpo inteiro já sabia a resposta.

Ele olhou para Jimin, a esperança e o medo de acreditar preenchendo seus olhos. — Jimin... você está...?

Jimin sorriu, com os olhos marejados de emoção. — Sim, meu amor. Estou grávido. Nós... nós vamos ter um filhote.

Por um momento, o mundo parou. O som do riacho, o canto distante dos pássaros, o farfalhar das folhas ao vento – tudo se apagou diante daquelas palavras.

Jungkook sentiu o peso da notícia se espalhar pelo seu corpo como uma onda de calor, um calor que começava no peito e se espalhava até a ponta dos dedos. Ele estava prestes a ser pai. Tudo o que ele sempre sonhara, tudo o que ele havia imaginado junto de seu companheiro, estava se tornando realidade ali, naquele jardim, sob o céu dourado do entardecer.

Com um suspiro profundo, ele envolveu Jimin em seus braços, puxando-o para um abraço forte e protetor. O cheiro doce de bebê ainda estava no ar, agora misturado ao aroma de lavanda e terra. Ele sentiu o corpo de Jimin relaxar contra o seu, e no meio daquele abraço, Jungkook soube que a vida nunca mais seria a mesma.

— Eu... nem sei o que dizer — murmurou Jungkook, sentindo a voz embargada. — Sempre sonhei com isso, mas agora que está acontecendo... parece um sonho.

Jimin riu suavemente contra o peito de Jungkook, seus braços envolvendo o alfa de forma carinhosa.

— Também parece um sonho para mim, Jun. Mas é real. Nosso sonho está aqui, crescendo dentro de mim.

Eles ficaram ali, juntos, por alguns minutos, saboreando a nova realidade. O mundo parecia mais brilhante, mais cheio de possibilidades. Jungkook, sempre forte e determinado, agora sentia algo ainda mais profundo: um desejo incontrolável de proteger sua nova família, de garantir que nada pudesse prejudicar Jimin e o filhotinho que agora carregava.

Com o tempo, Jungkook se afastou apenas o suficiente para olhar novamente para Jimin. Seus olhos estavam cheios de amor e gratidão.

— Vamos ser uma família, Jimin. Eu vou cuidar de vocês dois com todo o meu ser. Nada neste mundo poderá nos separar, eu faria de tudo até descer ao inferno para proteger vocês.

Jimin assentiu, os olhos também brilhando com lágrimas de felicidade.

— Eu sei, meu amor. Sempre soube que, com você, estaríamos seguros.

Eles ficaram assim, de mãos dadas, enquanto o sol começava a se pôr no horizonte, pintando o céu de cores alaranjadas e rosadas. Naquele momento, o futuro parecia vasto e cheio de promessas.

E, no fundo, ambos sabiam que aquela grande casa, afastada das obrigações e expectativas dos lobos, era o verdadeiro castelo deles.

Um castelo feito de amor, de sonhos compartilhados, e agora, de uma nova vida que crescia e florescia junto com eles.

🐺


meu querido companheiro lobo | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora