Jeon Jungkook
Com descanso, muita canja e carinhos, meu Jimin se recuperou rapidamente.
Fiquei o tempo todo ao lado dele e, quando o tempo estava bom, levava-o para fora, onde ele descansava lendo um livro enquanto eu cuidava do jardim. Ele adorava ler, então trouxe para ele livros da biblioteca local. Foi assim que descobri que ele gostava de romances com uma pitada de mistério.
Conversamos muito. Contei a ele como me tornei amigo do rei quando éramos adolescentes, e ele me contou sobre seus amigos de sua vida anterior. Ele me contou sobre sua vida no orfanato, seu primeiro emprego como babá e seu segundo emprego como empregado doméstico. Ele me contou sobre seu amigo Kim Taehyung e eu o incentivei a escrever para ele.
Então ele começou a escrever cartas para pessoas que conhecia antes, e eu adorava observá-lo do outro lado da sala. Fiz questão de dar a ele um pouco de privacidade, embora estivesse desesperado para ficar de olho nele o tempo todo.
Nos primeiros dias ele estava fraco e tive medo que desmaiasse novamente. Mas os remédios e infusões que o médico real preparou especialmente para ele fizeram efeito, e ele começou a ficar cada vez mais forte, até ficar com raiva quando tentei ajudá-lo a se mover.
Eu me perguntei se o estava sufocando com minha atenção, mas ele nunca reclamou, nunca me expulsou, nunca me rejeitou. Jihyun fazia isso, precisava de muito espaço, mas Jimin não era nada parecida com meu ex.
— Sou grato por ter você ao meu lado. — disse um dia. — Antes eu me sentia tão sozinho. Agora me sinto querido.
— Porque você é querido! — murmurei, beijando seus lábios.
Como ele já estava recuperado, pensei em levá-lo ao meu lugar preferido, na periferia da cidade, perto da fronteira. Era um riacho na mata, de águas rápidas e correntes, com margem gramada. O local perfeito para um piquenique. Pedi para Namjoon e Jin prepararem uma cesta e então surpreendi Jimin no jardim, onde ele estava começando um novo livro.
— Feche isso e coloque aqui. — disse, colocando a cesta aos pés dela.
Ele olhou para mim com curiosidade. — O que há ai?
— O almoço.
— hum?
Comecei a desabotoar minha camisa, o que fez seus olhos se arregalarem. Um sorriso apareceu em seus lábios.
— O que está fazendo? — ele perguntou, incrédulo.
— Pensei em fazer algo de bom para você. Não posso?
Ele olhou ao redor. Estávamos sozinhos no jardim, mas percebi que ele estava um pouco desconfortável.
— Aqui ao ar livre? — sussurrou. —Não sei, Jungkook.
— Minha pérola, não é o que você está pensando.
— Não? — Ele fez um beicinho teatral. — Que pena.
Tirei minha camisa, apreciando como seus olhos percorriam meu torso. Quando comecei a desafivelar o cinto de segurança, ele ergueu uma sobrancelha.
— Achei que você poderia me montar... — disse com um sorriso sarcástico.
Ele engasgou — Que?
— Você sabe... Até o local do piquenique. — Baixei as calças e também tirei a cueca. Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, comecei a me mover.
— Montar você! Ok. — Ele finalmente percebeu o que queria dizer.
Ele fechou o livro e colocou-o na cesta, depois levantou-se e observou-me passar de homem a lobo. Levei apenas alguns segundos para ficar de quatro diante dele, olhando em seus olhos.
Ele estendeu a mão e colocou a mão no meu focinho. Inclinei-me ao toque dele e ele ficou mais ousado, estendendo a mão e acariciando minha cabeça. Um estrondo surgiu do meu peito, como um ronronar. Ele passou os dedos pela meus pelos e o murmúrio se transformou em um ronronar profundo e relaxante.
Jimin riu enquanto me coçava atrás das orelhas.
— Você gostou? Nunca pensei que teria um gato. Um gato grande e assustador que gosta de ronronar. — Eu grunhi, mas ele não ficou impressionado. Ele riu e pegou a cesta. — Ok, como fazemos isso?
Desci até o chão, com a barriga grudada na terra molhada. Tinha chovido na noite anterior e o ar estava limpo e fresco. O sol estava alto, então quando chegássemos ao riacho já estaria agradavelmente quente.
Jimin subiu nas minhas costas e segurou a cesta com uma mão na frente dele. Com a outra mão, ele segurou firmemente meu pelo.
— Vá devagar. — disse. — Eu nunca fiz isso antes.
Claro que eu iria devagar. Para começar, eu não estava com pressa. Tínhamos o dia inteiro pela frente. E dois, adorei sentir o peso dele nas minhas costas. Ele pressionou suas longas e lindas pernas contra meus lados, e eu poderia dizer que ele estava tensa no início, mas quando ele se acostumou com o balanço preguiçoso da minha caminhada colina abaixo, ele relaxou. Quando chegamos à rua principal, senti ele se contorcer. Ronronei, como se para encorajá-lo a me contar o que estava errado.
— É estranho... — sussurrou em meu ouvido enquanto se inclinava ligeiramente em minha direção. — Todo mundo olha para mim como se nunca tivesse visto um ômega recessivo montando um lobo. — Ele pensou por um segundo e depois acrescentou. — Claro. Porque eles não fizeram isso, certo? Sou o único ômega recessivo por aqui. — Ele riu. — Eu sou um tolo.
Eu queria dizer que ele não era tolo, mas isso teria que esperar até chegarmos ao riacho. Ele relaxou novamente e sempre que alguém nos cumprimentava ele acenava.
Os lobos da cidade se acostumaram com ele.
Eles estavam acostumados com a ideia de que um dos cavaleiros do rei havia se casado com um ômega recessivo.
Eu só podia esperar que essa aceitação eventualmente se transformasse em curiosidade, e depois em esperança e desejo por seus próprios companheiros predestinados.
Porque os casais predestinados não eram uma lenda.
Jimin é real e ele é meu.
🐺
finalizo essa história bem leve e calma com uma imensa felicidade.
Obrigada aos leitores(as) por estarem lendo e, agradeço também ao meu militar em treinamento por ter me apoiado a escrever esse lindo rascunho que virou meu querido companheiro lobo.
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meu querido companheiro lobo | Jikook
RomanceConcluída | contém erros/sendo reescrita | clichê que te tira da ressaca literária O ômega que pensei ser meu companheiro fugiu com outro no meio da noite. Agora sou a piada da matilha, o homem lobo que não consegue controlar seu parceiro. Não que...