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TITANIC

Pedro Tófani - 2014
São Paulo - Ponto de vista

Na manhã seguinte, todos nós tomamos café juntos. Confesso que eu estava mais tranquilo

João estava a 120 por hora.

Eu sabia exatamente onde levaria ele para passar o dia de hoje. O tempo estava perfeito para minha ideia.

Depois que tomamos café, os pais de João foram para sala, ver algum programa de tv, enquanto Isa, foi para o quarto dela. Eu e João fomos para o nosso

- Se arruma - Disse para ele

- Ué, por quê?

- Vou te levar pra sair.. Mas coloca uma roupa de banho.

- Ihh.. O que você já tá aprontando, mineirinho?

- Mineirinho? Que apelido ruim..

- Prefere amor?

- Com toda certeza! - Nos dois rimos, e nos trocamos.

Saímos depois de nós despedir dos pais de João, e fomos para um lugar que foi muito especial para mim durante o tempo que eu vivi aqui nas férias.

Uma cachoeira.

Antes passamos no mercado, compramos alguma petiscos, e algumas bebidas. João estava incrivelmente lindo, de regata e short, seu cabelo reluzia com o sol.

Entramos na trilha da cachoeira e enfim chegamos. O lugar era rodeado de pedras, a água caindo das rochas, e o meio, onde dava para nadar a vontade.

Nós sentamos no chão, com a toalha que trouxemos, e colocamos nossas coisas em cima

- Como você descobriu isso? - João perguntou - Morei aqui em toda minha vida e nunca soube desse lugar!

- Eu era, digamos, arteiro.. Descobri os lugares mais impossíveis dessa cidade.

- Dá pra perceber! - Nós rimos - Você vai entrar?

- Acho que não estou bem afim

- Eu acho que você tá sim! - Jão tirou a blusa dele, e me agarrou.

Ele correu comigo nos braços dele até chegarmos muito perto da água. Meus braços estavam agarrados ao peito dele, até eu perceber que ele iria me jogar sem dó.

Tirei minha blusa e joguei para qualquer canto, então caímos na água.

Subi para a superfície, olhando para ele, que ria

- Eu te odeio! A água tá gelada! Muito gelada!

- Inverno.. - ele se aproxima e me abraça - Agora vai ficar um pouco menos frio.

Toquei na sua cintura, sentindo ele se arrepiar, ele brincava com os dedos pelo meu corpo, traçando minhas curvas. Isso me trazia um sentimento intenso.

Seu cabelo cacheado pingando, enquanto eu vagava por sua cintura que insistia em encaixar tão bem nas minhas mãos.

Ele fazia círculos nas minhas costas, enquanto deixava seu rosto no meu pescoço. Eu apenas suspirei.

- Quer deixar de ser assim? - Eu disse

- Assim como?

- Perfeito, lindo.. tudo que você já sabe - Ele riu, beijando meu pescoço, me puxou para um selinho.

Ele é um filho da puta.

Depois que o beijo acabou, joguei água nele.

- Deixa de ser assim

- Você gosta! - Ele jogou água novamente, e entramos em uma disputa infinita com água.

Nada mais me importaria, se comigo eu tivesse ele.

Depois de lutarmos um pouco, saímos, nos enrolando na toalha, sentando para comer.

Abrimos uma garrafa de bebida, e demos um brinde, olhando a vista, e ouvindo a cachoeira caindo em queda livre, sem parar.

- João..

- Sim?

- A gente poderia namorar, né?

- Por mim sim, você sabe que sim.

- Então.. Deixa eu fazer esse trem melhor.. - peguei na mão dele, e olhei seus olhos, que estavam sendo fechados, pelo seu sorriso que formava no rosto.

Era claro que ele estava achando tudo isso muito, muito, muito clichê. E eu também.

Mas quanto mais clichê nossa história, é melhor dela terminar com um final feliz, e não com a pior das opções..

A não ser que estejamos falando de barraca do beijo. Que decepção.

Mas não, eu quero ir para os Estados Unidos tranquilo, sabendo que quando eu voltar nada vai estar diferente, e tudo vai estar normal, que eu vou ter o garoto, que foi meu amor de uma noite, para sempre.

Então sim, ser clichê importa, o final feliz depende disso.

- João Vitor.. Você quer namorar comigo? - Dou uma risadinha

- Você sabe que sim! - Puxei seu rosto para um beijo.

O beijo foi intenso, como se fechamos nossa relação ali, fazendo com que nossos corações fossem alinhados para todo o sempre.

Além de molhado também, nossos cabelos não paravam de pingar.

Nós afastamos para retomar o ar de nossos pulmões, trocamos olhares e sorrisos. E nós deitamos no chão, olhando o céu.

Acho que nada melhor poderia acontecer.

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