Cap 2

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A data da morte de Antônio tinha gravado uma tragédia familiar, no mesmo dia em que Antônio morreu, os pais dele que estavam em uma viagem, voltaram e sofreram um acidente de carro na entrada de Ouro Negro, o carro foi sabotado, nunca foi desvendado o motivo do acidente, era um mistério que nunca descobriram. Os pais dele morreram no local, e a família que era muito unida perdeu três pessoas no mesmo dia. A dor era insuportável, Luiza que sempre foi apegada aos pais e ao irmão sofreu muito, se não fosse por seu marido Rafael e pela força que encontrou na família de Irene não teria conseguido superar.

OURO NEGRO

Irene tinha passado o dia inteiro sem comer, deitada no quarto e chorando por seu amor do passado. Luiza (irmã de Antônio) tinha ligado pra dizer que estava chegando com Rafael pra visitar a amiga. Irene escuta batidas na porta do quarto, Luiza e Rafael já entraram com sacolas nas mãos.

Irene: Entrem!

Irene recepcionou os dois no quarto os cumprimentando.

Luiza: Vim ver como você estava minha querida.

Irene: Daquele jeito Lu, sei que você me entende. E essas sacolas Rafael?

Rafael: Trouxemos jantar pra nós três e também tomei a liberdade de chamar o Zé e a Adriana.

Luiza: E o Anselmo?

Irene: Deve estar bebendo em algum bar dessa cidade, já mandei sair do quarto e me deixar em paz. Vocês acreditam que ele fica com raiva por eu estar triste, será que ele não imagina o quanto é difícil pra mim viver esses 30 anos sem o Antônio?

Luiza: Pra ele também não deve ser fácil ser casado com você e te ver chorando pelo meu irmão.

Rafael: Ele tivesse pensado nisso antes de casar com ela, Luiza. O Anselmo sempre soube o quanto a Irene amava o Antônio e mesmo assim forçou a barra pra casar.

Irene: Hoje a discussão foi pela forma que ele trata o Rodrigo, eu já estou de saco cheio. Todos os dias eu penso em acabar com isso, vocês dois sabem muito bem que esse casamento foi uma conveniência, não teve nada de amor, paixão ou coisa assim.

Rafael: Não teve isso da sua parte, já ele venera você.

Luiza: Eu acho mais parecido com obsessão, mas enfim... preferi sempre me manter longe com minha opinião sobre o Anselmo, justamente por eu não ser uma pessoa tão parcial.

Rafael: Toninho faz falta, meu grande amigo, craque no futebol e na vida. Já se foram trinta longos anos, mas eu também sinto como se tivesse sido ontem Irene, se ele estivesse aqui com certeza seria feliz com a família linda dele.

Irene: Todo sábado, sete e meia da manhã chegava você e o Samuel aqui em casa pra irem jogar bola. Lembro que era lei aqui em casa, o sábado é do futebol.

Rafael: É, era lei mesmo. Agora é futebol da terceira idade, e falando em terceira idade.

Zé e Adriana chegaram e também se juntaram a eles no quarto.

Adriana: Cunhada, já estava com saudades de você!

Irene: Eu também dri, ter vocês por perto me faz bem.

: Oi minha irmã, tá melhor? Com a gente aqui tenho certeza que vou te ver sorrir.

Irene: Melhorando Zé, senta aqui do lado.

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