Cap 1

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OURO NEGRO

Irene estava em casa em um dia comum, aquele dia 21 de Setembro sempre era pra passar sozinha, chorando, seu luto parecia eterno. Anselmo sempre chegava tarde em casa quando sabia que essas datas faziam Irene pensar no marido que morreu, pra Anselmo Antônio tinha morrido, contratou o capanga e deu ordem pra sumir com o corpo, o capanga por sua vez só fez metade do serviço e deixou o corpo por medo de ser encontrado por alguém, mas um ex funcionário da fazenda do pai de Antônio o achou e isso mudou toda a história.

Rodrigo saiu mais cedo do trabalho e foi pra casa, queria ficar um pouco com a mãe, sabendo exatamente que ela estava de cama naquele dia.


Rodrigo: Oi mãezinha, boa tarde pra mulher da minha vida. - Já entrou no quarto se jogando na cama em que a mãe estava deitada.

Irene: Ow meu amor, você não sabe o quanto é bom poder olhar pra você.

Rodrigo: Deixa eu advinhar a próxima frase da dona Irene, vai dizer que eu estou a cara do meu pai, acertei?

Irene: Acertou meu filho, você não imagina a falta que eu sinto dele. Ele teria se orgulhado tanto da nossa família, de você, dos seus irmãos, dos nossos netos. Nunca vou conseguir entender o motivo de terem tirado o seu pai de mim.

Rodrigo: Mãe, um dia nós vamos descobrir quem fez isso. Só pensa que ele deve estar cuidando da gente lá do céu. - O filho enxugava as lágrimas da mãe que caiam sem parar do rosto.

Irene: Até o seu jeito de me confortar é igual meu amor. Ontem eu sonhei com ele, sonhei que ele estava vivo e que estava voltando pra mim.

Rodrigo: Os sonhos são reflexo do que nós pensamos, sei que um amor como o de vocês não acaba nunca, é eterno. Eu fico muito feliz de ser fruto de um amor tão forte, queria realmente ter conhecido o meu pai, vivido perto dele, nem lembranças eu tenho e eu acho que é ainda pior pensar no que se podia viver do que no que já viveu.

Irene: Rodrigo, seu pai era louco por você, seus irmãos lembram dele e você não teve a oportunidade. Eu quero te dar um presente. - Irene mostrou a medalha que tinha guardada em um caixa dentro do guarda-roupas. Ele prometeu quando me deu essa medalha, me pedindo em casamento, disse que nunca iria deixar de me amar, porque nem a morte poderia separar a gente. Guarda essa medalha com você meu filho, ela é o símbolo do nosso amor, é uma parte do seu pai que ainda tenho comigo e tenho certeza que isso vai te fazer sentir mais perto dele.

Rodrigo: Eu tô emocionado mãe, que lindo! 

Irene: Deixa a mamãe colocar em você.

Rodrigo: Me tratando igual um bebê né dona Irene?

Irene: Tudo porque eu te amo.

Rodrigo: Ah mãe, nem te contei. Um empresário americano tá chegando amanhã aqui em Ouro Negro e já marcaram a reunião com o milionário do petróleo amanhã a noite, então é provável que não vou conseguir estar no jantar de noivado do Gustavo.

Irene: Ah Rodrigo, você conhece seu irmão, sabe que ele vai ficar triste por isso.

Rodrigo: Eu sei, mas eles me obrigaram a comparecer a reunião. Justamente porque o ricasso pediu que o responsável pelo maquinário de extração estivesse presente, e advinha quem tem que ir? EU!

Irene: E você já viu o tal empresário? 

Rodrigo: Não, só sei que o nome dele é Ivan Helmer. O cara é bilionário mãe, eu não entendo o motivo que um cara desses sai da mansão dele e vem aqui pra uma cidade do interior do Rio de Janeiro. Deve ter mil mulheres servindo ele, afinal pode comprar o que quiser.

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